terça-feira, 29 de novembro de 2011

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Entre duas Metas

Fui criança,
A tudo afeito;
Envolto na dança,
Saltava, brincava,
- Tudo a eito!
Livre como era,
Colorida Primavera.
- Cresci, fui gente, -
Envelheci.
E, de repente,
Olhei-me ao espelho,
- Nada do que vi, -
Antes um velho
Que não reconheci.
Meditei...
- Como quem vê o fim. -
Orei.
Braços cruzados, em mim,
Fiquei.. .
Ponto Final, - Sol posto, -
Profundos sulcos dourados,
Espinhos cravados no rosto;
Na alma, cilícios gravados.
Ponto final, - a Meta. -
No peito, o silêncio aperta!...
Agora, ó terra amada,
- Já meus anos volvidos, -
Rói meus ossos bem roídos!...
E, se um dia eu voltar,
De novo, à vida, ao nada;
Fecha-me a porta bem fechada!...

Poema da autoria de Morais Fernandes, do livro Fogo e Lágrimas 2.
Fotografia: Capela, em Felgueira, freguesia de Pinhal do Norte.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 11/29/2011 11:00:00 AM

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