domingo, 14 de abril de 2013

[À Descoberta de Vila Flor] Pedra Luz - Macedinho

Está quase a completar-se um ano desde que comecei a série de caminhadas "Pontos Altos" tendo como destino os marcos geodésicos existentes no concelho. As caminhadas foram-se sucedendo ao ritmo de quase uma por mês, com bastantes fotografias, mas com poucos assuntos de reportagem, talvez devido ao clima, ou devido a algum desgaste de assunto, porque os caminhos começam a repetir-se muitas vezes.
No dia 2 de março parti para mais uma dessas caminhadas tendo como destino o marco geodésico Pedra Luz. Este marco está no termo de Macedinho, freguesia da Trindade, embora a aldeia mais próxima seja mesmo Vale da Sancha, pertencente ao concelho de Mirandela.
Não foi a minha primeira caminhada a este marco geodésico, mas é um dos mais distantes de Vila Flor, pelo que dá uma bela caminhada. Tenho evitado os percursos para essa zona porque constou-se que existiam inúmeros cães vadios nas imediações do Aterro Sanitário, que dormem por ali nas cavidades das rochas. Dizem que são agressivos e ainda bem que nunca me cruzei com eles.
Com um ano tão chuvoso fui surpreendido por um bonito dia de sol. Subi às Capelinhas a admirar a Vila a acordar às primeiras horas da manhã. O meu destino era Roios. Além de se encontrar geograficamente no meu caminho, pretendia encontrar mais algumas Caches (do Geocaching, desporto de que já prometi falar mais tarde). Curiosamente Roios é uma aldeia pequena mas há à volta da dela 3 locais sinalizados, coisa que nem a vila tem!
O primeiro foi difícil encontrá-lo, uma vez que as coordenadas são previamente conhecidas. Do segundo não achei qualquer rasto; desisti do terceiro porque havia gente por perto e não achariam normal ver-me a espreitar nos buracos das paredes ou debaixo das pedras,
Cortaram as árvores que estavam no adro da capela de Nossa Senhora da Graça, em Roios. Eu sou a favor de tudo o tipo de verdura mas possivelmente estariam a pôr em risco o muro. Não gostei tanto de ver a capela assim "despida". Espero que plantem outras que não cresçam tanto, porque a sombra naquele local é muito agradável.
Atravessei a aldeia passando junto da igreja e segui em direção ao cemitério. Segui depois pelo caminho tantas vezes palmilhado serra acima para o Maragôto. Nos primeiros dias de março ainda havia muitas amendoeiras com flores. Não faltaram motivos para algumas fotografias entre as amendoeiras, oliveiras ou urzes.
O meu receio de encontrar algum curso de água que me impedisse de passar não se verificou. Apesar da chuva, todos os cursos de água não passavam de pequenos regatos.
Antes de chegar a Vale Frechoso voltaram as amendoeiras em flor. Encontrei também um daquelas antigas cabanas (carretos) que os pastores usavam para dormirem. Não sei se ainda é utilizado mas trouxe-me memórias de infância. Aquelas cabanas alimentaram a minha imaginação, só não pensei que ainda havia de dormir muitas vezes em estruturas muito mais frágeis do que aquelas.
Quando atravesso Vale Frechoso raramente encontro alguém. Cheguei à igreja matriz e tinha várias alternativas para continuar o percurso. Escolhi seguir até à capela de Nossa Senhora de Lurdes, continuar pela estrada durante mais algum tempo, depois seguir por um caminho até aos Barreiros e passar pelo lado de baixo da Penha dos Corvos.
Para não utilizar o mesmo caminho de caminhadas anteriores desviei-me um pouco mais para norte, o que me afastou um pouco do meu objetivo. O caminho dirigia-se para Vale da Sancha e a certa altura tive que o abandonar. Felizmente há uma linha de alta tenção que passa por ali e tinham andado a cortar o mato por debaixo da linha. Parecia uma "autoestrada" em plena montanha mas não era fácil caminhar sobre as estevas cortadas de fresco. Não me consegui esquecer que um ramo daqueles já uma vez me atravessou a bota espetando-se no meu pé!
O reencontro com o marco geodésico Pedra Luz não foi tão entusiasmante como estava à espera. Já era tarde e estava bastante cansado. O lugar é fantástico, bem a fazer jus ao nome. A formação quartizítica é enorme e vê-se a grande distância, até do Cabeço! O marco geodésico está no topo deste morro. Toda esta área envolvente tem formações rochosas invulgares e há grandes extensões de perfurações de explorações mineiras e de sondagens. Algumas das minas são da altura do império romano mas há sondagens com alguns meses, para não dizer semanas.
Não é só nas rochas que esta zona é privilegiada. Também na flora tenho encontrado algumas espécies que não encontro noutros locais do concelho. Por isso percorri alguns carreiros em busca dos ramos de raposa (peonia ou rosa albardeira, como também são chamadas). Os pés que eu tenho em casa estavam a rebentar em força e queria vê-las na natureza. Ainda estavam muito atrasadas, não apresentando ainda os botões das rosas.
Fiz um último esforço para descer até à aldeia de Macedinho, onde já me esperava o carro para voltar a Vila Flor. Esperava ainda fazer algumas fotografias na aldeia mas o cansaço e o adiantado da hora (já passava das duas da tarde) inviabilizaram essa minha pretensão.


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 4/14/2013 12:57:00 AM

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