segunda-feira, 3 de junho de 2013

[À Descoberta de Murça] À Descoberta de Murça

 A IX Feira do Azeite, do Vinho e Produtos Regionais foi uma boa "desculpa" para eu ir até Murça no dia 4 de maio. Já andava há algum tempo com vontade de dar um pulinho a Murça, porque Descobrir um concelho, é isso mesmo, ir lá, percorrer os locais e não ficar sentado à frente do computador lendo a Wikipédia.
Aproveitei a viagem para fazer algumas paragens em terras onde nunca tinha estado. Assim conheci Noura (nome que me custou muito a dizer!), Martim, Sobredo e dei um largo passeio pela vila.
Levei toda a manhã a percorrer as aldeias e cheguei a Murça à hora de almoço. Não demorei muito a encontrar um restaurante. Apetecia-me algo diferente, afinal ia a uma feira de azeite, vinho e produtos regionais. A minha desilusão foi completa: o restaurante tinha vários pratos à base de arroz e batata frita e algum tipo de carne. Detesto batatas fritas e da carne também é melhor nem falar.
Decidi que ao almoço não ia influenciar o meu espírito aventureiro e estragar a minha visita a Murça.
A vila pareceu-me muito bonita. O movimento era pouco, talvez porque o dia estava excecionalmente bom e num concelho agrícola há muito que fazer nos campos.
Comecei por ir à zona mais antiga da vila. A igreja matriz estava aberta. Tinha-se realizado um casamento e a entrada tinha o chão repleto de coraçãozinhos vermelhos. A decoração para evento no interior da igreja era à base de jarros, corroas de rei e rosas, tudo branco, muito bonito,
O altares estão muito bem cuidados, devem ter sido restaurados recentemente. O altar da capela-mor é especialmente elaborado, tal como os laterais do Senhor dos Paços e de Nossa Senhora (das Dores?). Além destes, a igreja tem mais três altares. O mais recente deve ser o do Sagrado Coração de Jesus. Exteriormente o templo tem uma aspeto bastante robusto, destacando-se a torre sineira lateral bastante imponente e "pesada".
Não muito longe fica o Pelourinho. É manuelino e dos mais bonitos que já vi. É monumento nacional desde 1910 e bem merece.
A Praça 5 de Outubro é o coração de Murça, espaço amplo, ladeado por edifícios antigos, históricos e importantes, o Pelourinho está num excelente cenário.
Mas o "símbolo" de Murça, a famosa porca, está noutro espaço a curta distância, também ladeado por um bonito espaço ajardinado. É mais natural que seja um porco, uma vez que assim acontece noutros pontos do nordeste e na vizinha Galiza. Possivelmente são monumentos megalíticos, símbolos da fertilidade.
Surpreendente é o Jardim do Paço. Não sei precisar os nomes das ruas mas um grande espaço com o Tribunal, a Biblioteca, um parque infantil e uma grande área ajardinada são, sem dúvida, um dos motivos de orgulho dos habitantes da vila e do concelho. São poucas as vilas e mesmo cidades, que se podem gabar de terem um espaço assim, aberto, moderno, bonito. O espaço ainda não fez um ano, as árvores ainda não cresceram. Se a autarquia conseguir manter o jardim limpo e tratado será o melhor cartão de visitas da vila.
Não me podia esquecer da "desculpa" para ir a Murça, a feira. A entrada era livre e o "aperto" a meio da tarde era pouco. Tive tempo para fotografar e conversar com os expositores. Os produtos expostos não eram apenas oriundo do concelho, mas de toda a região e mesmo alguns fora dela. O azeite e o vinho não se destacavam muito de outros produtos. Numa das primeiras bancadas estavam o toucinho do céu e as queijadas. São os doces mais característicos do concelho.
Sucederam-se o azeite, mel, vinho e o pão, simples, ou com carnes, recordando a feira do Folar de Valpaços. Havia ainda licores, queijos, enchidos, compotas, ginginha e chá.  Além dos produtos alimentares também estavam representados vários tipos de artesanato como os trabalhos em cortiça e couro, ponto cruz, facas, louças. Em termos de origem dos produtos, posso apontar para além do concelho de Murça, Mirandela, Bragança, Alfandega da Fé, Palaçoulo, Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Vila Real.
No exterior havia animação. Aos microfones estava o Grupo de Cantares Amigos de Murça. Só se ouvia uma voz! Supostamente todo o grupo cantava mas alguém procurava todo o protagonismo.
Mais tarde ouviu-se Ruizinho de Penacova.
Em redor, em espaço mais aberto havia máquinas agrícolas, carros modificados, clubes e associações.
Depois de uma visita demorada a todos os espaços, voltei a passear pela vila. Segui até ao Jardim Municipal onde fiquei algum tempo a ouvir a passarada. É outro espaço fantástico, moldado à moda de outra época, mas cheio de bancos e de sombras. Assim haja pessoas para usufruírem dele.
Ao fim da tarde abandonei a vila. Foi uma visita muito positiva e que me possibilitou, além de visitar a feira, conhecer espaços que fazem a sede de concelho. Foi a primeira de outras viagens que espero fazer. A norte de Murça não conheço mesmo nada do concelho e há muito para Descobrir.



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Publicada por Blogger às À Descoberta de Murça a 5/17/2013 09:47:00 PM

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