sábado, 22 de março de 2014

[À Descoberta de Miranda do Douro] L tiempo

Miro pa l cielo
i beio l tiempo a passar,
salto pa l agarrar
porque l quiero tener
preso nun gaiolo,
porque anquanto stubir preso
nun bola, nun salta
i a naide fai peso,
quedando todo cumo está;
tiro deiqui, pongo aculhá,
i el siempre preso,
sien poder fugir
l çtino parado,
seia l que Dius quejir.
Mas un die el fuge
I tiempo sbolaça
naide queda cumo era,
naide cumpre cumo amenaça
naide fai cumo bérrio
i l tiempo siempre a passar
quien me dirá a mi
matar-te para te parar.

Hugo Torrado, 10ªanho
Liceu de Miranda
La Gameta, rebista de is alunos de lhéngua i cultura mirandesa
númaro dous
setembre-junho 2004/2005


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Miranda do Douro a 3/22/2014 12:03:00 da manhã

sexta-feira, 21 de março de 2014

[À Descoberta de Torre de Moncorvo] Reboredo

Oh Serra do Reboredo
Tua alma abre-so no vento
E leve e subtil o sou pulsar
Marca o pensamento
Dos teus filhos
Lá longo dos teus pinhos longínquos.

Oh Serra do Reboredo
O cheiro dos teus cedros
Deixou um rasto tão fundo
Que no fundo do tempo e do mundo
Ainda impregnará as mãos
Que um dia os tocaram.

Oh Serra do Reboredo
Asa protectora de ave sábia
Que atravessou o mar,
Viu a terra, sorveu o ar
E regressou ao ninho
Antiquíssimo.

 Oh Serra do Reboredo
Que vives na terra
Que vive em meus dedos
Tenho um segredo
A brisa to leva e ao ouvido to diz:
"Não te esqueci".

Poema de Júlia de Barros Biló
(1953)
Do livro "Somos Poeira, Somos Astros".


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Torre de Moncorvo a 3/21/2014 11:41:00 da tarde

[À Descoberta de Vila Flor] Chamada

Algarve não é só no baixo Sul,
Com a graça da flor de amendoeiras:
Cá nos montes também há céu azul
E sedas, linhas, cor's e bordadeiras...

Fev'reiro vai comprar o caracule
Para enfeitar d'encantos as fruteiras.
Corta agulhas nos juncas do paul
E veste de noivado estas ladeiras.

Oh viajantes! Vinde à minha terra,
Vinde descer ao vale, subir à serra,
Encher os olhos deste estranho amor.

Vede, gentes! que lindo que isto é,
Seja em redor de Alfândega da Fé,
Moncorvo, Mirandela ou Vila Flor!!!
Soneto retirado do livro “Versos – Vila Flor”, impresso em Novembro de 1966, da autoria do Dr. Luís Manuel Cabral Adão.


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 3/21/2014 10:46:00 da tarde

terça-feira, 18 de março de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] Perspetivas

O tamanho das coisas depende do ponto de onde as olhamos.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 3/18/2014 11:53:00 da tarde

[À Descoberta de Alfândega da Fé] Amendoeiras em flor



Amendoeiras em flor, no concelho de Alfândega da Fé.
Cerejais e Sardão.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Alfândega da Fé a 3/18/2014 01:09:00 da manhã

[À Descoberta de Chaves] Paços do Concelho

Está situado na Praça de Camões. Foi edificado em meados do século XIX e vendido pelo seu proprietário em 1861 à Câmara Municipal para as suas novas instalações. O seu interior foi remodelado em 1980 com o objectivo de lhe doar maior funcionalidade.
Presidindo à praça, ergue-se altiva uma estátua de bronze de D. Afonso, conde de Barcelos.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Chaves a 3/18/2014 12:53:00 da manhã

[À Descoberta de Montalegre] Pelourinho de Montalegre

Pelourinho de arquitetura revivalista, com três degraus, um plinto paralelepipédico e um capitel tipo tabuleiro quadrangular. Apresenta um brasão com as armas de Portugal e, na face posterior, uma cruz pátea num círculo.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Montalegre a 3/18/2014 12:33:00 da manhã

[À Descoberta de Mirandela] Mirandela

Vista parcial de Mirandela sob um céu de medronhos.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Mirandela a 3/18/2014 12:29:00 da manhã

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Amendoeiras em flor, em Zedes.

 Amendoeiras em flor, em Zedes.



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Publicada por Blogger às À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 3/18/2014 12:23:00 da manhã

[À Descoberta de Miranda do Douro] Adonde stás?

Adonde stás?
An gametas.
Dás-me deilhas?
You darei.
Pon-te aí,
que you çcansarei.

Adonde stás?
An gamefas.
Dás-me deilhas?
You darei.
Toma-las alhá,
que you te las darei .

Jogo tradicional mirandés reculhido por
Ana Rita, 9°ano, Scuola de Sendin

La Gameta, rebista de is alunos de lhéngua i cultura mirandesa
númaro dous
setembre-junho 2004/2005


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Miranda do Douro a 3/18/2014 12:15:00 da manhã

[À Descoberta de Vila Flor] e de repente é noite (XXXIX)


Nunca me disseste que virias
pelo cansaço de uma outra boca.
A carne e o sangue acesos
esperam que qualquer tempo chegue
para a vindima aguardada
pela candura de inquietas imperfeições.
Rasgam-se-me acessos,
no saibro húmido da retina,
à decifração das árvores de outono.
Continuam a ferir-me os espinhos da chuva
no odor dos outeiros ao cair da noite.
Não dês novas de ti.
Será um sinal de benquerença.
Nada é definitivo.
Quando uma ave emudece
talvez pense na melhor maneira
de nos emprestar as asas.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Pôr do sol - Candoso.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 3/18/2014 12:02:00 da manhã

domingo, 16 de março de 2014

[À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta] 1.º Passeio Pedestre das Amendoeiras em Flor

Parece coincidência, ou talvez não, quando se fala da calçada de Alpajares este blogue ganha de novo vida! Não posso esconder que o contacto com a natureza me atrai e, embora o concelho tenha um bom conjunto de locais de cortarem a respiração de beleza, à calçada não consigo resistir.
Havia várias razões para uma visita a Freixo mas o 1.º Passeio Pedestre das Amendoeiras em Flor foi uma razão que pesou bastante. Realizou-se no dia 8 de Março, integrado no programa das Amendoeiras em Flor.
Esta caminhada cobria a distancia de 15 Km, desde a Ribeira do Mosteiro a Freixo de Espada à Cinta e foi classificada com grau de dificuldade Difícil. Não sei se foi por isso, mas os participantes não foram muitos, na ordem das 3 dezenas, quase todos do concelho.
Surpreendeu-me, logo no local da partida, a presença de crianças e pessoas com bastante idade. Afinal o grau de dificuldade não ia ser impeditivo.
A caminhada iniciou-se perto da foz da Ribeira do Mosteiro, junto ao rio Douro, a pouco mais de 170 metros de altitude. O local está sinalizado, com traçado do PNDI, o único percurso sinalizado no concelho. Ao todo este percurso tem 7,5 km, é circular, mas não ia ser percorrido na totalidade nesta caminhada.
A primeira parte do percurso segue em sentido contrário à Ribeira do Mosteiro, até um pontão, depois da Quinta do Lameirão, onde se inicial a calçada. Achei curiosa a existência das ruínas de uma ponte na ribeira, com o nome de Ponte do Diabo. A história e o nome são os mesmo de uma ponte que existia sobre o rio Tua, muito próximo de Abreiro.
O dia estava excelente com o sol a brilhar e os campos mostravam já toda a exuberância do início da primavera. As flores já apareciam por todo o lado, mas a esperança estava nas Amendoeiras, mas só na parte mais próxima da vila de Freixo.
A calçada foi percorrida, lentamente, com frequentes paragens para apreciar a paisagem ou observar as espécies vegetais. Não sabia que esta zona é frequentada por cegonhas negras, por isso não prestei atenção. Os grifos mostraram-se por diversas vezes.
Sensivelmente a meio da subida até ao castro de S. Paulito encontra-se a Fraga do Gato, com pinturas rupestres representando dois animais: uma a vermelho, podendo ser uma lontra e outra a negro, que eu nunca tinha visto, mas que representa um bufo, com toda a perfeição!
No ponto mais alto da calçada fica o castro de S. Paulito, onde para além de outras coisas podem ser observadas sepulturas escavas nas rochas.  A paragem não foi grande, havia ainda muito caminho para percorrer.
A parte mais difícil da caminhada foram as centenas de metros seguintes. Embora a subida não seja tão íngreme como na calçada, o facto de não haver calçada e não se fazerem paragens e também o sol intenso trouxeram alguma dificuldade. O caminho seguido passa próximo do marco geodésico da Ferreira a 622 metros de altitude.
Já tinha feito este percurso, mas em sentido inverso, desde o Penedo Durão à Calçada de Alpajares.
Passámos por vários bebedouros, não sei se destinam à caça, ao gado, ou a ambos.
Já com Poiares à vista, fletimos à direita em direção à aldeia, passando junto ao Cabeço da Raposa.
Na sede da Junta de Freguesia de Poiares iria ser servido o mata-bicho. Aproveitei um tempo de pausa, enquanto esperávamos que chegassem todos os participantes, para fazer um passeio rápido pela aldeia.
O mata-bicho foi farto e diversificado. Apreciei principalmente a bola de carne e outra bola, não sei se seria de azeite, que comi com fatias de queijo. Não faltaram o vinho de Freixo e boas laranja.
Já me parecia a mim que estávamos perto, mas tínhamos ainda mais de duas horas de caminho pela frente.
As amendoeiras começaram a aparecer e concentrei a minha atenção nelas. Estavam em plena época de floração. À Medida que nos aproximávamos de Freixo a quantidade de amendoeiras ia aumentando.
 Descemos a Serra de Poiares pela Quinta dos Milagres. Aqui já havia amendoais extensos em flor. O grupo seguia bastante espalhado, a um passo muito lento denotando já bastante cansaço. Isso dava-me tempo de fazer paragens frequentes e até a puder acercar-me mais das árvores.
Já passava das duas da tarde quando chegámos ao Pavilhão Multiusos em Freixo de Espada à Cinta. O almoço volante estava pronto e já apetecia. Saborosas sandes de porco no espeto, agora sim, "regadas" com bom vinho. Foi um bom momento de convívio para aprofundar os contactos estabelecidos ao longo da caminhada. Acompanhei quase sempre participantes de Lagoaça mas também um casal de espanhóis, já entrados na idade mas uns jovens de espírito.
Terminada a refeição ainda houve algum tempo para um passeio pela zona histórica de Freixo e para uma visita à XIVª Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e Águeda.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 3/16/2014 10:01:00 da tarde

[À Descoberta de Vila Flor] Amendoeiras em Flor 2014 (2)

As amendoeiras em flor vão-se despedindo do concelho, mantendo-se ainda por mais alguns dias nas zonas mais frias, nas proximidades com o concelho de Carrazeda de Ansiães.
Apesar de não ter falado muito sobre a floração deste ano, foi um dos anos em que tirei mais fotografias, embora quase todas nas proximidades da vila.
Conheço já algumas amendoeiras e todos os anos visito as mesmas. É que, ao contrário do que muitos pensam, as flores variam muito em cor, em tamanho e mesmo na forma. Tive mesmo a ideia de fazer uma espécie de catálogo de flores de amendoeira, mas seria uma curiosidade que não teria qualquer interesse para além do fotográfico.
Para matar as saudades a quem não conseguiu ver esta beleza ao vivo, partilho algumas fotografias, de pormenor, que ilustram bem o que disse sobre as cores e formas do flor. Todas as fotografias foram tiradas no raio de 500 metros, entre Vila Flor e Arco.
Tenho mais fotografias, mas ficam na "gaveta" para outro dia.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 3/16/2014 07:24:00 da tarde

quarta-feira, 12 de março de 2014

[À Descoberta de Alfândega da Fé] Sardão

Na terra onde o meu pai nasceu

Havia um carrasco
Maior do que o mar.
Do seu topo tocavam-se estrelas e manhãs
E a luz doce do luar.
Os seus galhos eram fortes,
O verde das suas folhas não tinha rival,
E era à sua sombra fresca,
Naqueles meses de um calor de rachar,
Que as gentes daqueles sítios
Paravam para descansar.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma fraga
Mais velha do que o tempo.
Do seu cume viam-se olgas e olivais
Que foram fontes de sustento.
As suas faces eram da cor dos musgos,
E era na sua grandeza,
Quando a chuva forte estava para chegar,
Que os animais se escondiam,
E os ventos fortes de leste
Gostavam de se sentar.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma santinha
De muita devoção.
Do seu rosto choviam graças e sorrisos
Que acalmavam o coração.
O seu nome era Bárbara,
E era ao seu coração de santa
Que todos dirigiam rogos e lágrimas,
Quando arribavam fogos sem rumo
E o ribombar das trovoadas.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma bela história
Que ainda ninguém quis contar.
Do seu enredo nasci eu
E muito do meu sonhar.
Por muito que os anos corram
E as ervas continuem a cobrir o chão
Nunca te esquecerei,
Ó meu querido Sardão.

 Poema de Carlos Afonso, publicado com autorização do autor, a quem agradeço esta partilha íntima.


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Alfândega da Fé a 3/12/2014 01:24:00 da manhã

segunda-feira, 10 de março de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] Talefe Fiolho - Lodões

Durante quase dois anos o À Descoberta de Vila Flor andou pelos Pontos Altos, percorrendo caminhos que conduziam a marcos geodésicos, espalhados um pouco por todo o concelho. A altitude, ser ou não um ponto alto, é tudo uma questão de referência e há marcos geodésicos no meio do Vale da Vilariça, bem longe da altitude de um Faro, ou Freixiel.
 Na senda destes pontos, havia um que foi ficando para trás. Situa-se entre os termos de Lodões  e Vale Frechoso, nos limites da Quinta do Prado e conhecido como o marco geodésico do Fiolho. Nunca foram agradáveis as caminhadas entre Roios e Vale Frechoso, ali para os lados da Quinta de S. Estevão e a Quinta do Prado. O terreno é difícil, as estevas são altíssimas, há áreas vedadas por arame farpado e caminhos sem saída. Por isso, a solução foi fazer uma volta maior, mas contornar os obstáculos, seguindo, se necessário, pela estrada.
 Essa caminhada teve lugar no início de novembro, portanto com um clima e uma vegetação bem diferente da que temos agora. Em novembro estávamos em plena época dos cogumelos e foi um dos atrativos da caminhada.
O percurso planeado foi: sair de Vila Flor em direção a Roios, pelas capelinhas; seguir até Vale Frechoso passando junto do marco geodésico do Maragôto;  seguir pela estrada até à Quinta do Prado; contornar a quinta até ao marco geodésico.  Como tínhamos que deslocar-nos para um ponto em que pudéssemos ser “apanhados” pelo “carro de apoio”, optámos por descer até à aldeia de Lodões. Contas feitas por alto… esperavam-nos 16 quilómetros.
 
Apesar do sol que invadia a vila logo pela manhã, o nevoeiro espreitava junto à Quinta da Conceição, a oportunidade de tomar de a tomar de frio. Este cenário é muito habitual, com o nevoeiro junto às primeiras casas de Vila Flor, vindo do vale da Vilariça, hesitando se deve a deve cobrir até ao Barracão ou se deve regressar à sua cama habitual, os vales mais profundos.
O nevoeiro decidiu avançar, mas foi desintegrado mal atingiu a Quinta de S. Domingos, deixando no ar gotículas da sua passagem. Quando começámos a descer atrás da serra ainda se viam alguns “farrapos” que subiam de Vilares de Vilariça em direção ao topo de Bornes. Encontrámos cogumelos, castanhas, medronheiros em flor e uma raposa morta vencida pelos cães de algum pastor.
Em Roios as chaminés ainda fumegavam. Certamente aquecia-se o café da manhã, quem sabe se acompanhado por boas torradas! Mas não havia tempo para grandes paragens. Nos cantos da aldeia cresciam crisântemos. Flores tão belas, que na maior parte das vezes alegram de cor os cemitérios, nesta época do ano.
No que toca a folhagem, as cores do outono estavam bem patentes na vinha virgem que sempre decora a casa dos Barosos, em Roios, nas folhas das videiras, dos diospireiros e nos ouriços dos castanheiros, que ainda apresentavam algumas línguas-de-vaca.
O caminho para atingir Vale Frechoso passa entre o monte do Maragôto e o Monte Pelado.
Chegámos próximo do cemitério de Vale Frechoso ao meio dia! Havia ainda muito caminho para andar, quase outro tanto como o que já tínhamos feito! Ainda parámos para nos refrescarmos na fonte e admirarmos um monumento com Nossa Senhora de Fátima e os Pastorinhos. Ainda “cheirava” a novo!
Seguimos pela estrada, sem paragem na Quinta da Preguiça, em direção a Assares. Passámos muito próximo de uns dos mais antigos marco geodésicos do concelho, Penha dos Abutres, mas com o atraso que levávamos não nos aventurámos a subir ao sítio onde se encontra. Também ali alguns caminhos estão barrados.
Encontrámos a placa indicadora da Quinta do Prado, mas não seguimos o caminho da quinta. Continuámos pela estrada no intuito de contornarmos a quinta, seguindo pela mata de eucaliptos. Nesta mata encontrámos muito lixo, uma verdadeira vergonha. Alguém devia tomar alguma posição.
Entrámos nos limites da quinta e contornámo-la até atingirmos o marco geodésico, o que só aconteceu perto das duas da tarde.
O cansaço já era muito, mas este é mais um dos excelentes miradouros do vale da Vilariça. É pena é que seja tão difícil chegar aqui. Também o cenário da Quinta do Prado, repleta de oliveiras, é algo de extraordinário. As árvores ainda são muito jovens, mas quando crescerem vai ser belo de se ver.
Junto do marco geodésico comemos as já tão desejosas maçãs que levávamos na mochila.  A fome também já apertava.
Já cheios de dores nos pés, o terreno é muito inclinado e perigoso, descemos até à aldeia de Lodões, passando por debaixo do IC5.
Foi uma longa caminhada, só possível porque o tempo estava fresco. Foram muitas as fotografias tiradas a motivos interessantes e outros deplorais, como os depósitos de lixo.
 Esta foi a última caminhada do conjunto Pontos Altos. Haverá que encontrar um motivo (ou uma desculpa) para continuar a percorrer os caminhos do concelho, sempre os mesmos, mas sempre diferentes.
GPSies - VilaFlor_Fiolho

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 3/10/2014 12:02:00 da manhã

sexta-feira, 7 de março de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] Amendoeiras em Flor

O ano 2014 não tem sido simpático, principalmente para mim, amigo do espaços amplos, dos caminhos de terra batida e das estradas onde poucos gostam de circular. A luz, essa tem sido escassa e sem luz não há foto+grafia, essa arte mágica de captar a luz e mete-la dentro de uma caixa, num espaço de poucos centímetros quadrados.
 Mas... quando o céu azul se mostra, tudo muda. As aves que estiveram caladas, expectantes, sobem aos pontos mais vistosos das árvores  e começam a marcar território com os suas notas mais altas, nas suas sinfonias mais exuberantes. Dá gosto ouvir os melros, os tentelhões, mesmo a mais humilde milheirinha se mostra e se faz ouvir, agradecendo a luz, o calor, a pujança de vida que já faz florir os narcisos e jacintos.
Nos campos.. ouvem-se tractores que esventram a terra e até é possível ver um macho, ou um cavalo, atrelado a uma charrua mostrando um quadro rural já pouco visto, mas que nos faz recuar no tempo, sentir o cheiro da terra revirada.
E as encostas estão repletas de brancura. As amendoeiras mostram toda a sua beleza, tão imaculada que parece não ter havido frio, nem chuva, nem nevoeiro, nem vento. Cada árvore é um poema de palavras claras, de deleite para olhar, de energia que faz esquecer tudo, virar a cara para o sol... e sorrir.
 As amendoeiras, no concelho de Vila Flor, estão no ponto máximo de floração. Este fim de semana (e os próximos dias) serão os melhores para visitar o concelho e apreciar este espectáculo magnífico. As amendoeiras não se confinam a nenhuma área específica do concelho. Estão espalhadas um pouco por todas as aldeias e, mesmo no coração de Vila Flor, se podem observar belos exemplares de amendoeiras em flor.
Muitos me perguntam - quais os melhores percursos? Todos aqueles onde se anda devagar, sem hora marcada, com espaço e tempo para paragens frequentes. O IC5 está fora de questão, serve apenas para chegar aos limites do concelho.
Hoje andei pelas aldeias do Arco e Seixo de Manhoses e fiquei impressionado. Há várias estradas que sobem do Vale da Vilariça para Vila Flor. Qualquer uma delas (sem ser o IC5) pode oferecer belas paisagens com amendoeiras em Flor. Mas também no vale do Tua há muitas amendoeiras. A zona de maior altitude, Samões, Candoso, Valtorno, Mourão e Alagoa é aquela onde a floração é mais tardia e será uma espécie de presente para aqueles que não puderem vira agora, porque agora é que é o momento.
 Nos dias 8 e 9 de março haverá animação musical no centro da vila, mostra de artesanato e de produtos da terra (Mostra TerraFlor) onde se poder apreciar, saborear e comprar o que de melhor este concelho tem para oferecer. É uma boa "desculpa" para uma paragem na vila, que oferece também um centro histórico e um museu muito interessantes e cheios de magia, para um fim-de-semana inesquecível.
De que é que está à espera?

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 3/07/2014 09:50:00 da tarde