terça-feira, 22 de setembro de 2015

[À Descoberta de Vila Flor] e de repente é noite (XXXVII)

XXXVII
Não aceites a morte, mãe,
recusa-a em consonância
com o coração da terra.
sê a firmeza
daquela rocha lilás
onde o vento inutilmente
se esfacela.

XXXVIII
Outra vez o serão.
O piano perfurando
a densidade do tédio.
Estilhaços do temporal
da tarde
perseguindo o voltear
dos zilros.
Ah o perfume da serra
roendo-nos os zincos da alma.
É urgente uma jaula
de esquecimento
para este grito.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Trabalho com base num jovem sobreiro fotografado em Benlhevai.


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 9/22/2015 10:47:00 da tarde

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