quarta-feira, 28 de agosto de 2013

[A Linha é Tua] Por detrás da máscara do projeto Souto Moura

 Espero ser a última vez que me refiro a este tema da barragem do Tua. Faço-o por alguns mitos criados e pela ausência de muitos factos na discussão pública. Utilizo o método de colocar os quesitos nos dois pratos de uma balança. Vamos à pesagem.
O que perdemos:
O vale do Tua, ecossistema ribeirinho único na Europa, ameaçado por esta construção da barragem, acrescido da irreversibilidade da "perda física" de parte da paisagem, chegando a colocar em risco o estatuto de Património Mundial da Humanidade.
Trinta quilómetros de via-férrea que garantiam a muitos carrazedenses transporte para Foz-Tua e Mirandela; uma linha férrea que foi arrojada obra de engenharia, com grande beleza, apreciada por portugueses e estrangeiros com alguns milhares de utentes por ano e detentora de grandes potencialidades turísticas.
Possibilidade de prejuízo para as vinhas durienses com as previsíveis alterações climáticas e ambientais e destruição efetiva de vinhedos e olivais, numa região em que metade da população se dedica à agricultura.
O que nos prometem:
Uma agência de desenvolvimento e um parque natural que serão subsidiados por 3 por cento da receita bruta da barragem, que, na prática são apenas 2,25%, pois um quarto das receitas irá para o Fundo da Diversidade. Grande parte dos fundos são para gastos de manutenção das estruturas e se observarmos o projeto do parque natural é uma mão cheia de muito pouco, com a agravante de todos os condicionalismos na gestão dos recursos turísticos, agrícolas, florestais, cinegéticos e piscícolas locais.
Vamos agora às falácias:
Primeira falácia: uma barragem potenciadora de turismo - Pura falácia a enganar uma população incauta, pois Portugal está cheio de albufeiras desertas de turistas. No Douro, em termos de projetos turísticos pouco mais se executou que um ou outro cais e assistimos impávidos e serenos à passagem de mais duzentos mil turistas por ano sem que mais-valias fiquem na área geográfica.
 Segunda falácia: um grande espelho de água - Como se não nos bastassem os existentes e sem qualquer benefício! Depois coisas que por aí falam do domínio do sonho e mesmo do delírio, completamente irreais: muitos barcos (de quem e para quê?), desportos náuticos (mas não os há nas grandes albufeiras do Douro) transporte fluvial para Mirandela, (para quem?), campos de golfe (onde?) …
Terceira falácia: a construção das barragens contribui para a riqueza nacional - As 12 obras previstas que incluem novas barragens e reforço de outras já existentes inclui uma engenharia financeira tipo "scut" cujo custo só vamos sentir daqui a uns anos de forma brutal. As obras vão produzir apenas o equivalente a três por cento de energia elétrica do país, mas vão custar ao Orçamento do Estado e aos consumidores muitos milhões de euros... 
Quarta falácia: energia mais barata - A conta da eletricidade vai, a prazo, incluir um agravamento de 10% para suportar este negócio "verde". As empresas elétricas receberão um subsídio equivalente a 30% da capacidade de produção, haja ou não água para produzir. Quanto ao denominado Centro eletroprodutor de Foz -Tua terá um incentivo estatal de € 13 000/MW/ano, perfazendo mais de 3 milhões/ano (portaria nº 251/2012 de 20 Agosto).
Quinta falácia: mais desenvolvimento local – As albufeiras do Douro contribuíram em 40% para a produção nacional de energia hidroelétrica, tornaram o rio navegável e consequentemente possibilitaram o fluxo turístico, domesticaram a impetuosidade invernosa do rio diminuindo as cheias na Régua e Porto e durante muitos anos possibilitaram a energia mais barata na cidade, mas do Porto. Isto é, somos contribuintes para um bem nacional, que é a energia elétrica e o turismo, mas o investimento e as mais-valias em termos locais foram pouco mais que zero. A eletricidade tem o mesmo preço do resto do país com a agravante de possuirmos uma das piores redes de distribuição com cortes constantes. O Douro continua a ser a região do país com piores índices de desenvolvimento. 
Sexta falácia: a EDP está interessada no desenvolvimento - A empresa é detida maioritariamente por interesses chineses. A história demonstra que esta elétrica sempre explorou o mais que pôde, utilizando a violência do Estado para expropriar de qualquer maneira a preços ridículos e dar pouco em contrapartidas.
Sétima falácia: O projeto Souto Moura trará mais visitantes à região - O projeto consiste em enterrar parte da infraestrutura que ninguém verá, mas a linha de muito alta tensão não pode ser escondida, produzindo um forte impacto na paisagem da região.
"Concluo que nenhuma compensação financeira pagaria as perdas. Porém, as contrapartidas são pouco mais que nada: uma diminuta produção de energia que não é relevante para o total nacional e uma mão cheia de nada para a região que vê degradar os seus principais recursos: o ambiente e a paisagem e que nenhum projeto de Souto Moura há de mascarar."
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Texto transcrito na integra do blogue Pensar Ansiães.


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Publicada por Blogger às A Linha é Tua a 8/28/2013 06:23:00 AM

terça-feira, 27 de agosto de 2013

[À Descoberta de Miranda do Douro] 14º Festival Intercéltico de Sendim (01)

No início do mês de agosto reservei alguns dias para estar, pela primeira vez, no Festival Intercéltico de Sendim. Sempre tive vontade de ir a este festival, e muitas vezes estive por perto, mas a verdade é que os dois primeiros fins-de-semana de agosto estão sempre repletos de coisas para fazer, lugares a onde ir e família a visitar. Este ano não foi diferente, mas foi uma questão de "dar a volta" às prioridades.
Tinha pensado estar nos três dias do festival, mas faltei logo ao primeiro. Preenchi o dia a percorrer algumas aldeias do concelho de Miranda e doutras do de Vimioso e à noite já não senti entusiasmo.
No segundo dia do festival compareci depois da hora de almoço.
Apanhei já a terminar no Centro de Música Tradicional Sons da Terra, o lançamento de livros e a homenagem ao gaiteiro Alexandre Augusto Feio. Foi pena, teria sido interessante.
No edifício da Casa da Cultura estava a decorrer  a atividade Canto de Interversão pela AJA (Associação José Afonso) do Norte. Foram momentos muito empolgantes. Embora eu fosse muito novo em 74, muita coisa ficou gravado na minha memória. A música ainda anda por aí e muitos lhe são sensíveis. A plateia sabia de cor cada canção, acompanhava os artistas, batia palmas e ouvia com atenção cada palavra. O calor sentia-se e não era só o da sala a abarrotar de gente. Foi muito bom.
No final do espetáculo pude apreciar mais uma vez a exposição "Ls Mielgos - Sposiçon de Pintura" e conversar um pouco com o pintor Manuol Bandarra, de quem tenho o prazer de ser amigo.
Fazia-se sentir um calor abrasador e só se estava razoavelmente bem à sombra. Por isso, a oficina de danças mirandesas, no Largo da Igreja, realizou-se num cantinho, onde os raios de sol não chegavam. O jovenzito Dinis Arribas cresceu, fez-se homem e animou a dança. Eu bem queria participar, mas não podia fazer as duas coisas, fotografar e dançar, pelo que me fiquei pela primeira. Os aprendizes de bailadores não eram todos propriamente aprendizes! Notavam-se por ali alguns mirandeses que já nasceram com pé para a dança, mas todos evoluíram bastante.
Ao jantar fiquei indeciso sobre se deveria comer alguma coisa numa das várias tasquinhas que havia  ou se deveria fazer uma refeição mais séria. Optei por me deslocar a Palaçoulo, ao restaurante Imperial e não me arrependi.
Voltei a Sendim a tempo de acompanhar o desfile para o Parque das Eiras. Ao contrário do dia a noite estava muito fria. O ambiente não parecia melhor, com o espaço muito vazio e sem vida. Curiosamente as primeiras pessoas a entrarem foram idosos, alguns deles transportando o seu banquinho! Não era bem o ambiente que eu imaginava de um festival Intercéltico, mas foi-se alterando ao longo da noite à medida que as bandas começaram a tocar.
A primeira banda da noite foi Canto D'aqui com um reportório de música popular de ouro embora com pouco de celta. Eu fiquei encantado e acho que grande parte do público também. A banda é composta por muitos elementos, todos cantam e cada um toca o seu instrumento com mestria. Enchem o palco e a sua música cativa. Um dos pontos altos aconteceu com a canção Marião.
Seguiu-se-lhe a estrela da noite, Susana Seivane, gaiteira galega que contribuiu para que muitos estivessem ali. Confesso que desconhecia a gaiteira, bem como os outros grupos que se exibiram, por isso foi pelo festival em si e não por este ou aquele grupo.
O espetáculo aqueceu e de que maneira. Não foi só o som da gaita galega, é também a figura da mulher, a sua postura em palco, toda a banda, o luz e o som. Foi realmente um show completo, dado por quem domina os palcos e sabe puxar pelas pessoas. A gaiteira sentiu-se em casa, não fosse a Galiza aqui tão perto. Dei comigo a pensar - que pena não haver em terras de Miranda quem consiga produzir um espetáculo assim! Não estamos mal servidos, mas se música é o que não falta, há que apostar nas outras vertentes  do espetáculo.
A som da gaita é um pouco cansativo para mim, mas o espetáculo também se desenvolveu com outros instrumentos e foi minuto bom. A Susana arrasa em palco.
Depois do grande show seria de esperar uma banda só para terminar a noite, mas fui positivamente surpreendido. O grupo Antubel sem a espetacularidade da Susane Seivane superaram em musicalidade, invadindo a noite com influencias celtas, do norte de África, e muitas outras se fazem da música uma forma universal de comunicar. O aspeto algo franzino do líder da banda rapidamente fica esquecido quando este pega na flauta, na gaita de foles ou num dos muitos instrumentos que toca. Músicas como "La vindimia" ou "A la entrada de Leon" transportaram-me para outros ambientes, esqueci o castelhano, preencheram o meu imaginário. Para mim o melhor da noite e só por esta banda já valeu a pena ir ao Intercéltico.
No dia 4 de agosto também estive em Sendim, mas disso darei conta noutra escrita.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Miranda do Douro a 8/27/2013 05:32:00 PM

[À Descoberta de Torre de Moncorvo] com Tradição

Música tradicional portuguesa e irlandesa faz a festa em Torre de Moncorvo
Gaitas, bombos, violas, "fiddles" e outros instrumentos vão estar em festa em Torre de Moncorvo a 31 de Agosto, no espectáculo "Com Tradição", uma celebração da música tradicional de Portugal e da Irlanda em que participam as bandas Projecto Taberna Subura, Os Roleses, Las Çarandas e The Plastic Paddies.
O evento, de entrada livre, realiza-se no magnífico espaço do Miradouro de Santa Leocádia e assinala o primeiro aniversário do programa "Gaitas de Fora", da Rádio Torre de Moncorvo.
Com início marcado para as 21h00, o espectáculo terá como cabeça-de-cartaz o Projecto Taberna Subura, uma banda de Braga nascida no bar com o mesmo nome e que se dedica a recriar o riquíssimo reportório de Zeca Afonso, bem como vários temas tradicionais do Minho.

Antes, estarão em palco Os Roleses, cognominados "Gaiteiros de Urrós", um grupo de jovens empenhado em divulgar e perpetuar a tradição musical mirandesa, mas que também interpreta temas populares de outras regiões portuguesas, e que está a preparar o lançamento de um disco.

Também Las Çarandas têm a tradição mirandesa como base do seu reportório, embora a mera criação da banda tenha representado uma ruptura com essa tradição, uma vez que se trata do primeiro grupo de gaiteiras num universo desde sempre dominado por homens. Músicas de outras regiões portuguesas e de outros países, bem como originais da sua autoria, integram igualmente os espectáculos de Las Çarandas, que planeiam gravar em breve o seu primeiro álbum.

A abertura do "Com Tradição" cabe aos The Plastic Paddies, grupo fundado expressamente para este evento por Andrew May, um dos co-autores do "Gaitas de Fora", que vai mostrar a alegria contagiante da música popular irlandesa, numa actuação recheada de clássicos.
Para que ninguém falte à festa, a organização assegura transporte gratuito entre a vila de Torre de Moncorvo e o Miradouro de Santa Leocádia, em autocarros que sairão da Praça Francisco Meireles e do quartel dos Bombeiros Voluntários. Além disso, haverá no local do evento um ponto de venda de comidas e bebidas, já que a noite promete ser longa.
O programa "Gaitas de Fora", que teve a sua emissão inaugural em 30 de Agosto de 2012, é da autoria de dois arqueólogos radicados em Torre de Moncorvo, o português Pedro Xavier e o irlandês Andrew May. É transmitido todas as quartas-feiras, a partir das 21h00, na Rádio Torre de Moncorvo, que é propriedade da Associação Cultural de Torre de Moncorvo. A emissão semanal é complementada por uma rubrica diária, intitulada "Álbum da Semana", em que os autores do programa fazem a divulgação de um disco por si escolhido.
Além de dar a conhecer a música tradicional, o "Gaitas de Fora" também dá voz aos seus autores e intérpretes. Sebastião Antunes, Melech Mechaya, O Baú, Toques do Caramulo e os irlandeses Four Men and a Dog foram alguns dos artistas entrevistados ao longo dos últimos 12 meses. E alguns dos convidados tocaram mesmo em directo para o auditório da Rádio Torre de Moncorvo, como foi o caso de Las Çarandas, Os Roleses, o Grupo de Fados de Torre de Moncorvo e o gaiteiro Filipe Camelo.

Blogue do "Gaitas de Fora": gaitasdefora.wordpress.com
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Gaitas-de-Fora/461907630506768

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Torre de Moncorvo a 8/27/2013 11:45:00 AM

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

[À Descoberta de Vila Flor] TerraFlor 2013

Começa hoje a Feira de Produtos e Sabores, TerraFlor, na sua X edição. Este evento, que tem passado por diversas transformações, entre as quais a mudança no calendário anual e o local do evento, não deixa de ser a maior oportunidade do concelho mostrar o seu melhor, com destaque para os produtos agrícolas, o artesanato e o folclore.
O azeite é o produto rei, aparece em grande no cartaz, embora não se verifique nenhuma atividade que lhe seja especialmente dedicada.
A feira aparece, tal como em 2011, em simultâneo com as Festas em Honras de S. Bartolomeu, padroeiro de Vila Flor e o feriado municipal, que é 24 de Agosto. Desta forma a animação serve dois princípios, chama gente para a feira e anima as pessoas da festa, sendo desnecessária a destrinça onde começa uma e ou acaba a outra.
Como novidade desta edição surge a recriação histórica de uma feira medieval quinhentista. As expetativas são muitas e como acontece numa altura em que ainda há muita gente no concelho, pode ser que seja uma atividade muito participada e apreciada.
Já habitual é o dia dedicado ao Mundo Rural, dia 25 de agosto. Não percebo a numeração dos concursos de ovelha churra e de cabra serrana, que já iam na XXI edição (o de cabra serrana) e VII edição (o de ovelha churra) e voltam ambos à VII. O Cão de Gado Transmontano também vai estar presente, não em concursos, como era habitual, mas numa mostra/leilão.
A animação musical está em partes iguais atribuída a grupos locais e a outros não locais. Merece destaque no dia 23, hoje, a apresentação de vários grupos tradicionais. Hoje é o dia do folclore (pelo menos no Brasil). O grande nome está prometido para o dia 23 e é ele GNR (Grupo Novo Rock), que não precisa de apresentações. É uma boa oportunidade para as bandas locais chegarem a mais pessoas, são elas Our Stone, Os Troika e Autarkia
Completam o evento um seminário e um colóquio, que espero sejam participados e uma atividade desportiva, cicloturismo.
No que toca à festa de S. Bartolomeu, e uma vez que muito do programa é comum, destaca-se a Eucaristia e a majestosa procissão pelas artérias da vila. Será, sem dúvida um dos momentos altos do fim de semana em Vila Flor.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 8/22/2013 05:26:00 PM

sábado, 17 de agosto de 2013

[À Descoberta de Vila Flor] Senhora da Esperança, em Benlhevai (Vídeo)

Vem Senhora da Esperança, vem
Vem abençoar

Nossos caminhos vem iluminar,
Nossa capela bem abençoar,
Nossos trabalhos vem iluminar,
O nosso mundo vem abençoar.

A nossa igreja vem iluminar,
Os imigrantes bem abençoar,
Nossa famílias vem abençoar,
A nossa vida vem abençoar.

A nossa terra vem iluminar,
Nossa crianças vem abençoar,
Os nossos jovens vem iluminar,
Todo este povo vem abeçoar.





Inauguração da capela da Senhora da Esperança, em Benlhevai, no dia 11 de Agosto de 2013.






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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 8/17/2013 12:00:00 PM

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

[À Descoberta de Mirandela] Cedães

Cedães é uma freguesia portuguesa do concelho de Mirandela, com 25,34 km² de área e 338 habitantes (2011). Densidade: 13,3 hab/km².
Património cultural edificado: Igreja Matriz; Capela de Nossa Senhora de Fátima; Igreja de Vale do Lobo; Igreja de Vila Verdinho; Fontanário Romano, Varias Alminhas; Cruzeiro do divino Espírito Santo; Fonte do Mergulho em Vila Verdinho, Vale do Lobo e Cedães, Fonte Bolante com vestígios Romanos.
Património Paisagístico: Vista da Pala do Carneiro
Festas e Romarias: Stº Ildefonso (2º domingo de Agosto); S. Gonçalo (entre 13 e 15 de Agosto) e de S. Gens (Agosto)



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Publicada por Blogger às À Descoberta de Mirandela a 8/16/2013 02:04:00 AM

[À Descoberta de Murça] Noura

Situada no cimo de uma encosta e situada dentro da chamada Terra Quente.
A ocupação humana desta freguesia remonta já à época da Pré-História, como comprovam os inúmeros vestígios arqueológicos encontrados ao longo dos anos. Reconhecemos daí as ruínas de um antigo povoado castrejo.
Este nome Noura provém da evolução da palavra "Naùra" que quer dizer nora – engenho árabe utilizado na rega dos terrenos agrícolas. Aparece integrada no termo de Murça a quando da concessão do foral a esta por D.Sancho II a 8 de maio de 1224. É um aglomerado de características urbanísticas com uma rua principal ladeada pelas casas sendo algumas de interesse arquitectónico rural.
 A população dedica-se à agricultura cultivando a vinha, o olival e pomares com variadas frutas.
Tem uma igreja, capela, fornos de cozer o pão, azenha, lagares e moinhos famosos. Possui também uma associação recreativa cultural.
Fonte do texto:  Murça Terra de Encanto

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Murça a 8/16/2013 01:49:00 AM

[À Descoberta de Mogadouro] Castelo de Mogadouro


Erguido no século XII, o castelo de Mogadouro foi concedido em 1297 pelo rei D. Dinis à Ordem dos Templários e, alguns anos mais tarde, em 1319, passou para a Ordem de Cristo, sucessora daquela. Hoje conservam-se apenas dois panos de muralha, ligando um deles a torre a um cubelo. A torre, quadrangular e de aparelho "incertum", é acompanhada, não de muito longe, por uma outra de feição mais recente, conhecida como Torre do Relógio. Esta é feita de cantaria nos cantos e aparelho "incertum" a meio. Está dividida em três registos, o último dos quais preparado para receber sinos. Tem um remate piramidal e ostenta nos quatro cantos pináculos de granito. Apresenta-se hoje com graves fendas. Um pouco mais abaixo vêm-se restos de uma outra cintura de muralhas, em mau estado.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Mogadouro a 8/16/2013 01:38:00 AM

[À Descoberta de Montalegre] Flora de Montalegre (01)

Madressilva-das-boticas (Lonicera periclymenum)
Os primeiros exemplares da Flora do Concelho de Montalegre. Não sou especialista na flora. Embora tenha alguma formação académica sobre este assunto, nunca o pratiquei ou desenvolvi de forma profissional apenas mantive o gosto por descobrir e tentar identificar as espécies que encontro e fotografo. Não é uma tarefa fácil, mesmo para quem dispões de bases científicas e bibliográficas abundantes. Por isso a identificação que faço das espécies é sempre relativa, passível de ser corrigida por alguém mais entendido na matéria.
Milfolhada ou mil-em-rama (Achillea millefolium L.)
As duas espécies que apresento hoje são duas plantas aromáticas e medicinais. A madressilva é mais frequente e tenho-a encontrado em toda a região transmontana, já a milfolhada surpreendeu-me. A última vez que a fotografei foi na zona da Sanábria, na vizinha Espanha.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Montalegre a 8/16/2013 12:27:00 AM

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

[À Descoberta de Vila Flor] Expo- Benlhevai 2013

Benlhevai teve durante os dias 9, 10 e 11 de agosto uma série de atividades integradas na Expo- Benlhevai 2013. Este evento vai já na terceira edição, com uma adesão crescente por parte da população da aldeia.
No dia 9 abriu a exposição de artesanato e no dia 10 a festa foi animada com o grupo Troika Música Pimba. Tenho pena de não ter visto a exposição de artesanato, mas só estive em Benlhevai no dia 11 e já não havia nada exposto.
O programa do dia 11 iniciou-se com a celebração da Eucaristia celebrada pelo P. Leite. À entrada da capela-mor estava o andor com a imagem de Nossa Senhora da Esperança, imagem que se destinava à capela de Nossa Senhora da Esperança, situada a curta distância da aldeia e recentemente recuperada.
Terminada a Eucaristia o andor foi levado em procissão até à capela, que foi benzida. Todo o espaço estava decorado com flores naturais, com bancos e preparado para receber a imagem de Nossa Senhora. A imagem foi colocada no local próprio, na capela mor, para grande regozijo da população.
O poder autárquico também estava representado, uma vez que a recuperação do espaço teve um forte envolvimento da Câmara.
Terminada a cerimónia toda a população regressou a aldeia para onde já estavam colocadas as mesas para "merenda", que foi mais um bom almoço. Havia de tudo: frango no churrasco, fêveras, barriga de porco, sardinhas, pão quentinho, vinho, água e várias variedades de frutas. Também havia uma grande quantidade e variedade de sobremesas doces porque toda a população foi convidada a participar, levando uma sobremesa.
À medida que as pessoas comiam mais carne a mais sardinhas foram preparadas. Estava tudo muito saboroso. A refeição foi longa permitindo momentos de muito convívio entre diferentes gerações e entre emigrantes e residentes.
Terminada a refeição, alguns pares ensaiam alguns passos de dança, mas o calor era intenso não favorecendo o baile.
A meio da tarde chegou o Grupo de Cantares de Alfândega da Fé. Depois de encontrado um lugar à sombra encantaram os presentes com as suas músicas e canções durante o resto da tarde.
Estão de parabéns a Associação Cultural e Desportiva de Benlhevai, Associação de Caça, Junta de Freguesia, Fábrica da Igreja, bem como toda a população que se envolveu e participou nas diferentes atividades.
Os meus agradecimentos pessoais à Junta de Freguesia pela sua amabilidade para comigo.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 8/15/2013 11:12:00 PM

[À Descoberta de Miranda do Douro] Festibal de la Cançon

O XXVII Festival da Canção de Miranda do Douro teve lugar no dia 6 de julho de 2013. O Largo D. João III encheu-se para ouvir as canções participantes mas também para apreciar os Lenga Lenga Gaiteiros de Sendim.
Já não assistia a este festival já há alguns anos. Fui surpreendido com este acontecimento, por me encontrar em Miranda e não quis perder.
Este festival tem como principais objetivos estimular a produção musical, incentivar o aparecimento de novos compositores, autores e interpretes e contribuir para a divulgação das potencialidades do Concelho de Miranda do Douro nos domínios turístico, cultural e natural. Penso que já houve edições em que as canções tinham que ser cantadas em língua mirandesa. Nesta edição não era obrigatório mas era valorizado.
Os realizadores do evento já devem ter feito o seu balanço. Vou alinhar algumas ideias com que fiquei depois deste espetáculo.
Não sei se é da crise, mas o número de participantes pareceu-me muito reduzido. Comparando com algumas edições onde estive presente deu para notar uma grande diferença. Num concelho onde a música e a dança têm uma forte implantação, onde funcionam aulas de música dos mais varias instrumentos, onde há uma Casa da Música, onde há muitos grupos musicais, onde se publicam mais e mais livros, uns de poesia, outros não, seria de esperar mais e melhor participação. Cada vez há menos gente a fazer coisas por gosto, mas talvez alguns prémios tenham ficado por atribuir, por falta de participantes.
Quanto à divulgação pela comunicação social, é triste mas ela só aparece quando acontecem coisas más e Miranda do Douro tem disso experiência recente. Isso não tem nada a ver com Miranda, esse fenómeno nota-se por todo o interior. Tenho estado em acontecimentos muito interessantes e não há um único órgão de comunicação social presente e quando os há são muitas vezes aqueles em que a autarquia paga.
Apesar de tudo, o largo esteve cheio e as pessoas aplaudiram incondicionalmente os participantes. A apresentação também esteve muito bem, tentando animar a plateia com brincadeiras, algumas bastante interessantes.
A atribuição dos prémios não me pareceu muito bem aceite pelo público, mas parece que isso já é  normal. Havia mais de 2500€ em prémios, incluindo prémios para a melhor música, para a melhor interpretação e melhor letra. Gostei da canção vencedora (também foi a que arrecadou mais prémios) mas se tivesse ganho outra também não me surpreendia.
Depois do evento ultrapassar as "Bodas de Prata" é preciso coragem para continuar a apostar nele. Será talvez necessário ultrapassar certos separatismos e pensar pensar a cidade e o concelho como a casa de todos.
Nunca tinha visto um espetáculo dos Lenga Lenga e foi muito bom. Sempre com o à vontade de quem está em casa encantaram com a sua música desprovida de artifícios e com alegria com que a executaram. Ganharam mais um fã.


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Miranda do Douro a 8/15/2013 07:17:00 PM

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

[À Descoberta de Miranda do Douro] Rio Douro

Um dos miradouros mais bonitos que existem no concelho de Miranda do Douro situa-se no termo de Aldeia Nova, mais concretamente junto à capelinha do S. João das Arribas.
Dentro do Parque Natural do Douro Internacional, é um local fantástico que junta o belo com o agreste, o sagrado e o histórico.
É acessível em automóvel ligeiro, por uma estrada de terra batida desde Aldeia Nova, mas para os amantes das caminhadas é um bom destino, com possibilidade de passar por vários locais de interesse, partindo de Miranda do Douro na crista das arribas.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Miranda do Douro a 8/14/2013 06:55:00 PM

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Fel-da-terra

Fel-da-terra (Centaurium erythraea)
Descrição : Da família das Gencianáceas, também conhecida como centáurea-menor, erva-da-febre, erva-do-centauro, palnta-de-febre, erva-Febrífuga, erva-de-quiron, quebra-febre. É uma erva pequena, anual. O caule é duro, quadrangular e bastante distinto e varia aproximadamente entre 7 à 30 centímetros de atura. A raiz e fibrosa e celulosa; Folhas opostas, ovais, sésseis, acuminadas, inteiras, verde claras; Flores de cores rosa claro a vermelhas e providas de brácteas. O fruto é uma cápsula alongada; A planta cresce bem em terrenos abertos pantanosos e também em áreas secas como dunas. O genera Centarium contêm aproximadamente 40 espécies (anuais ou bienais) que podem variar de acordo com a área e o tamanho..
Partes utilizadas: A planta inteira.
Habitat: É nativa da Europa e naturalizada nas Américas.
Propriedades : Tónico estomacal, colerético, hipoglicemiante, laxante, febrífuga e cicatrizante.
Indicações: Combate úlceras, feridas, eczemas e chagas. Reduz o nível de glicose no sangue
Fotografia conseguida em Belver.

Fonte do texto

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 8/14/2013 06:47:00 PM

[À Descoberta de Montalegre] Montalegre

Quando escolhi o concelho de Montalegre para passar alguns dias de férias deste verão não tinha dúvidas que me iria sentir em casa. Conhecia o concelho com alguma profundidade, principalmente através de fotografias e procurei alguma informação escrita, quer sobre a sede de concelho, quer sobre as aldeias, o que me ajudou a traçar percursos de forma a Descobrir alguns recantos desta paisagem única.
Nunca tinha estado em Montalegre e o primeiro contacto não foi muito animador. Aconteceu no dia 27 de julho, mal a noite tinha começado. Era um sábado e, não sei se pela hora, a vila parecia quase uma vila fantasma, sem ninguém pela rua, com muito poucos espaços abertos e com a iluminação pública desligada.
Uma passeio pela imediação da  Câmara Municipal e uma visita ao castelo, via Rua Direita, foi tudo o que conseguimos fazer. Convencidos de escolhemos mal a hora partimos e voltámos no dia seguinte.
 À luz do dia a via tenha muito encanto. O castelo é o ponto de referência para qualquer passeio pela vida. De todo o lado ele é visível e chama a atenção. Não foi por questões estéticas que o fizeram naquele local mas está lindamente situado também no campo estético. Dá à vila a imagem que a carateriza.
A ideia era começar a visita pelo museu, para desta forma recolhermos informação para uma Descoberta mais profícuo do concelho, mas a manhã passou num rápido: percorremos algumas ruas mais antigas da vila; visitámos a Igreja da Misericórdia, a Igreja de Santa Maria e o Castelo. Infelizmente, e pudemos confirmar nos dias seguintes, todas as igrejas estavam fechadas. Compreendemos que o receio de assaltos é muito, mas as igrejas são um património importante, quer da vila quer das aldeias e é pena que não possa ser admirado.
 Depois de uma boa posta barrosã, num restaurante tradicional, aí sim,  fomos ao museu.  Fomos muito bem recebidos e foi-nos fornecida toda a informação escrita disponível sobre o concelho. Tenho pena de não ter perguntado sobre livros ou outros guias sobre o concelho ou sobre determinada aldeia, mas só mais  tarde é que me lembrei disso. Felizmente retirei da Internet (do site da Câmara Municipal, creio) o livro Montalegre da autoria de João Dias Batista. Além das fotografias, fantásticas, admiro a escrita. Gosto da informação e partilho de muitas das opiniões do livro.
O museu é uma visita obrigatória. Para os mais distraídos é uma primeira abordagem ao concelho, para os mais atentos é uma chamada de atenção para determinados pormenores que poderiam passar despercebidos. A encerrar estava uma exposição de fotografia sobre o concelho, que só por si, me encheu o olho.
No interior desfilam utensílios, monumentos, tradições, cores e aromas, tudo muito bem disposto num ambiente calmo e moderno. É uma delícia e prometo falar mais vezes deste espaço.
O resto da tarde foi dedicada à praça do Município, à marginal do Cávado, à igreja nova de Montalegre, por fim, uma subida ao miradouro para apreciar a vila de longe, em todo o seu esplendor.
A imagem pouco positiva do dia anterior desvaneceu-se com um dia inteiro fantástico a percorrer Montalegre. As paisagens que se entendem para além da vila também apresentavam uma beleza surpreendente. O contraste do verde das árvores com os tons pastel dos campos de cereal criava uma manta de retalhos de especial beleza.
Nos dias seguintes voltámos várias vezes a Montalegre. Em cada dia descobríamos um recanto, um cruzeiro, uma fonte, uma varanda ou uma janela que nos encantava cada vez mais.
 As pessoas são francas, recetivas, sem rodeios e contacto fácil. Sentimo-nos em casa e essa é a principal razão de nos apetecer voltar a Montalegre.


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Montalegre a 8/14/2013 05:31:00 PM