sexta-feira, 31 de maio de 2013

[À Descoberta de Alfândega da Fé] Vilariça

O vale da Vilariça, com flores selvagens em Primeiro plano. Fotografia tirada junto à aldeia de Vilares da Vilariça.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Alfândega da Fé a 5/31/2013 01:17:00 AM

[À Descoberta de Mirandela] À Procura dos Morangos - Fotografias 1

Uma das subidas (muito ligeiras) do percurso
Conjunto de fotografias referentes à caminha que teve lugar entre Vilar de Ouro e S. Pedro Velho, integrada na V Feira dos Morangos e Vinho de S. Pedro Velho.
Pão e bolas feitas num forno de lenha e consumidas pelos participantes na caminhada, acompanhadas de compota de framboesa (também produto da terra).
Morangos prontos para irem para o mercado. Os frutos são de boa qualidade e têm uma boa saída. Estes destinavam-se a serem vendidos na zona do Grande Porto.
Produtos numa das barraquinhas da feira. No caso produtos da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais/Mirandela. Azeite, vinho e queijo.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Mirandela a 5/31/2013 12:34:00 AM

[À Descoberta de Vila Flor] e de repente é noite (XII)

XII
Estão por lá, bem sei, todas as palavras,
evaporadas na atmosfera doce,
no acerado azul a rasar ignotos orientes.
Tudo, em redor, ciosamente as guarda.
São letras, sílabas, frisos de pássaros
em fio telegráfico a exprimir outonos.
Arrebatam-nas ângulos de nuvens,
como a ilhas de insones e sagazes corsários.
Abstenho-me de dizer o sítio exacto.
Mas é lá que resistem, esparsas, as palavras,
as que nunca se disseram e as que se empenharam
nos riscos de urdir a habitação do nada.
Hei-de revisitar essa festa nocturna
que nenhuma madrugada arrefeceu.
Fender o hímen dessa casta lonjura,
provar que as palavras permanecem
na greda a palpitar no milagre das mãos.
Deixa, por agora, que me ausente
para um espaço interior, no enlevo do nómada
que traça no ocre esmaecido do deserto
um perímetro de sede
para futura catedral de chuva.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: por do sol no Facho, Vila Flor. 


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 5/31/2013 12:08:00 AM

quinta-feira, 30 de maio de 2013

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Rota das Maias 2013

 A Rota das Maias, passeio pedestre organizado pela Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães (ARCPA), teve lugar no dia 12 de Maio.
A já conhecida forma de receber desta Associação, da respetiva aldeia e os maravilhosos percursos possíveis nas encostas do rio Tua, levaram mais uma vez quase centena e meia de participantes a concentrarem-se junto à sede da Associação bem cedo ainda. Muitos dos participantes foram transportados de Carrazeda de Ansiães, de autocarro para Castanheiro. Foi necessário  deslocar também para Castanheiro as pessoas que se encontravam em Pombal, uma vez que o início do percurso e o pequeno almoço estavam marcados para essa aldeia. Esta deslocação foi bastante demorada, uma vez que apenas só foi disponibilizado um autocarro, o que atrasou todo o evento.
O pequeno almoço foi servido na Junta de Freguesia de Castanheiro. Mesas bem recheadas esperavam os participantes já um pouco inquietos.
Há medida que o grupo de caminheiros tem vindo a aumentar, notam-se formas diferentes de encarar estas caminhadas ou passeios. Há pessoas que só pensam em chegar ao final! Para mim é a caminhada que conta e esta tem que ser aproveitada. Aproveitada para apreciar a paisagem, para ver e conversar sobre a fauna e a flora, monumentos e sítios de interesse, se ou houver, conhecer e conversar com outros participantes, já amigos ou desconhecidos. Julgo que esta Rota das Maias encheu bem as minhas "medidas", uma vez que não me preocupei nada com o caminho e cheguei ao final integrado no último grupo de pessoas.
A descida de Castanheiro até a estação da linha do Tua com o mesmo nome foi bastante acelerada. A paisagem é fantástica e as maias começaram a aparecer logo nos primeiros metros do percurso. Em cada curva do caminho se tem uma visão diferente do agreste vale e as touças de castanho dão um sombreado e uma frescura agradável a alguns troços do caminho. A descida é de grande declive e pode ser perigosa se não houver algum cuidado.
Atingida a linha não havia necessidade de mais marcações. O traçado seria pela linha até se atingir S. Lourenço, onde estaria mais uma vez o autocarro para nos transportar para a aldeia de Pombal.
Já tinha saudades da Linha, e foi com muita satisfação que pisei mais uma vez as travessas.
A paisagem é bem conhecida minha e sei de cor cada rocha, cada curva, cada canteiro de flores selvagens que crescem na escarpa rochosas.
Aprecio muito a passagem por Santa Luzia e pelo Amieiro. O isolamento da aldeia e a forma como que aninha na encosta surpreenderem sempre quem por ali passa pela primeira vez. Mas todos os que voltam a passar, nunca se cansam de fotografar aquele presépio que parece parado no tempo, onde não se ouvem nem pessoas nem animais, apenas as pareces e os telhados das casas estão a marcar a presença humana, uma vez que os terrenos de cultivo em redor não chamam à atenção de tão camuflados que se encontram na paisagem.
As pernas e os pés dos menos habituados nas caminhadas começaram a fraquejar. Fomos ficando para trás para incentivar e ajudar alguém que precisasse.
Os últimos quilómetros na linha foram feitos muito lentamente, já com bastante calor.  Finalmente avistou-se a estação de S. Lourenço, onde já não havia ninguém, uma vez que o autocarro já tinha feito várias viagens à aldeia.
Aproveitei alguns momentos de espera para "provocar" um grupo de pescadores que se encontravam junto às termas a almoçar. Ganhei um copo de vinho e o privilégio de provar do seu almoço. Acreditem que a carne assada estava uma delícia! Obrigado, amigos. A pesca também é uma boa atividade para juntar pessoas e aquele grupo era um bom exemplo. Apesar de serem de vários lugares, até de concelhos diferentes, deslocam-se com frequência ao rio Tua para pescarem e para conviverem. Um deles dedicava-se exclusivamente ao almoço!
Chegou o autocarro e o último grupo tomou-o para Pombal.
Às duas da tarde começaram a entrar as primeiras pessoas para o salão da ARCPA. Para almoçar o grupo era ainda maior e o salão ficou cheio.
O prato principal foi arroz à Valenciana , acompanhado de salada e boa pinga (alguma da produção da terra, outra da zona dos vinhos verdes). O almoço com toda a gente sentada acaba por ter as suas vantagens, como o repouso e a calma para a conversa. Acaba por se conviver menos, porque estamos sempre juntos das mesmas pessoas. Há pessoas que desde há mais de um ano não perderam uma caminhada! Já devem ser perto de 20 caminhadas e passeios. Já se criou um verdadeiro espírito de grupo, sempre com boa disposição.
O evento terminou com um café no bar da Associação.
Foram pouco mais de 11 km percorridos, de forma agradável. O pequeno almoço e o almoço também estiveram ao nível que a Associação já nos habituou e é sempre agradável rever os amigos e voltar à aldeia de Pombal.



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Publicada por Blogger às À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/30/2013 11:44:00 PM

[À Descoberta de Mirandela] À Procura dos Morangos

Já algum tempo que pretendia "iniciar-me" nas atividades de Mirandela. É uma cidade muito dinâmica, num concelho cheio de beleza, de vida e de contrastes. A minha primeira atividade integrado num grupo aconteceu no dia 11 de Maio, em S. Pedro Velho. A caminhada chamou-se "À Procura dos Morangos" e estava integrada na V Feira dos Morangos e Vinho de S. Pedro Velho.
O concelho de Mirandela é muito grande e desconheço a grande parte das freguesias. S. Pedro Velho não me dizia nada, mas isso era mais um incentivo à minha participação.
Fiz a minha inscrição pelo telefone, com a maior das facilidades.
No dia 11 perto das 9 da manhã cheguei a Mirandela. Fiquei admirado pela quantidade de gente que ia participar na caminhada e também pela faixa etária da mesma, havia muitos jovens. Percebi mais tarde que algumas pessoas não eram muito adeptos das caminhadas, mas estavam motivados pelos morangos.
A segunda surpresa foi a distância que foi preciso percorrer para chagar ao local de início da caminhada e a terceira foi o relevo. Não estava à espera de encontrar um área agreste, com grandes blocos de granito mais ao estilo da Terra Fria do que da Terra Quente. Por isso é que é bom visitar estes locais, porque aprendemos bastante.
A organização da caminhada esteve muito bem, foi complicado conseguir transporte para toda a gente até S. Pedro Velho.
A caminhada iniciou-se em Vilar D'Ouro, aldeia anexa a S. Pedro Velho. Partimos de junto da capela de S. Gonçalo, visitámos uma fonte de mergulho e um forno de cozer o pão.
Conhecia três participantes de outras caminhadas, mas não me foi difícil estabelecer diálogo com outras pessoas. Gosto, preferencialmente, de me juntar a pessoas da localidade, para desta forma saber mais informações dos locais por onde passamos, mas a grande parte dos participantes também pouco conhecia da freguesia.
Visitámos um curioso lagar de vinho numa espécie de abrigo debaixo de umas rochas, o Lagar da Gruta. Não deixa de ser interessante apreciar estruturas destas, mas dada a sua invulgar localização ainda mais interessante foi.
O grupo fez várias paragens ao longo da caminhada, para se reagrupar. Concordo com este procedimento. Era um passeio, não uma prova de velocidade.
Depois de caminharmos algum tempo pelo termo entrámos na aldeia de S. Pedro Velho. Junto às primeiras casas estava mais uma fonte de mergulho, a Fonte do Outeiro.
Passámos junto ao cemitério e subimos à Capela do Divino Senhor do Calvário. Foi pena este espaço não estar aberto, porque ainda estivemos aí durante algum tempo parados.
Descemos pelo escadório para a Rua do Calvário. Seguimos ao longo da estrada durante algumas centenas de metros. O objetivo era visitar um morangal e, como já é tradição, experimentar a sensação de colher morangos (e comer, é claro). Anualmente um produtor disponibiliza o acesso aos seus morangos permitindo comer e colher uma pequena caixa de morangos. Penso que foi por causa desta apanha dos morangos que havia muitos participantes crianças. A percurso também não era muito longo e muitas das crianças fizeram-no sem dificuldade.
A entrada na plantação de morangueiros foi uma alegria! Os frutos "gordos" e coloridos fizeram brilhar os olhos de entusiasmo. A vontade de comer morangos ficou rapidamente satisfeita e cheia a caixa que nos foi distribuída, custou mesmo virar as costas e deixar tantos frutos saborosos ainda pendurados nas plantas. O colorido era fantástico e soube-me melhor fotografá-los de que come-los, por estranho que pareça.
Voltámos ao centro da aldeia, onde estava quase montada a Feira dos Morangos e do Vinho. Não parámos, fomos visitar uma plantação de framboesas, não muito distante. As plantas não tinham flores nem frutos e pouca atenção mereceram dos participantes na caminhada. O melhor foi a possibilidade de provar a compota de framboesa e comer um bom pedaço de pão acabadinho de cozer. O mesmo que tínhamos visto no forno em Vilar D'Ouro. Depois de uma caminhada de mais de 6 km soube mesmo bem! Não gosto muito de compotas, mas deliciei-me.
Também fui curioso verificar que ao longo dos cursos de água havia muitos jarros em flor! Fiquei sem saber se cresciam espontaneamente ou se eram plantados. Também não fazia ideia que cresciam tão bem mesmo dentro de água!
Não tivemos muito tempo para ver a feira. Fiz uma passagem rápida pelo espaço, mas apenas comprei pão fresco, não na feira mas numa padaria próxima. O autocarro já estava à espera para nos trazer de volta a Mirandela.
Esta primeira experiência de caminhada no concelho de Mirandela foi muito interessante. Tudo era novo para mim, as pessoas, os locais e a organização. Achei estranho não ser fornecida nem uma garrafa de água, mas eu vou sempre prevenido. Até o "almoço" levei, porque tinha intenção de passar todo o dia À Descoberta do concelho.
Dentro das possibilidades vou tentar participar noutros eventos, semelhantes a este ou não. Complementados com os meus passeios em solitário, são uma boa forma de ir conhecendo pequenos pedaços do concelho, que se está a revelar bem mais heterogéneo do que o que eu estava à espero.
O traçado do percurso da caminhada foi feito após a caminhada e de memória, pode não ser totalmente coincidente com o que foi feito no dia 11, mas penso que sim.


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Mirandela a 5/30/2013 12:34:00 AM

terça-feira, 28 de maio de 2013

[À Descoberta de Mirandela] Rota do Granito e da Cortiça


Rota do Granito e da Cortiça

Comemoração do Dia Mundial do Ambiente e Dia da Ecologia
Vila Verdinho, Domingo, dia 2 de junho de 2013
Inscrições até às 16h do dia 1. de junho (sábado)
Inscreva-se diretamente no Posto de Turismo, através do email: postodeturismo@cm-mirandela.pt ou pelo telefone 278203143
Limite de inscrições. Pagamento no ato da inscrição. Preço 2,5€

Ponto de Encontro: 8h:15m no Posto de Turismo
Distância: 9 km
Dificuldade: Média
Duração: Cerca de 2h:l5m
Hora prevista de regresso: 14h:00m

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Mirandela a 5/28/2013 05:23:00 PM

sexta-feira, 24 de maio de 2013

[À Descoberta de Vila Flor] Tabela de Preços do Parque de Campismo (2013)


Tabela de Taxas da Piscina e Parque de Campismo de Vila Flor.
Taxas época balnear 2013

Parque de Campismo Municipal
Barragem do Peneireiro
5360 Vila Flor
Telef: 278 512 350

Câmara Municipal de Vila Flor
Avenida Marechal Carmona
5360-303 Vila Flor
Telef. 278 510 100 Fax. 278 512 380
Email geral@municipiovilaflor.pt
Página Web: http://www.cm-vilaflor.pt


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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 5/24/2013 12:06:00 AM

quarta-feira, 22 de maio de 2013

[A Linha é Tua] Deixem viver o Tua

O Movimento Pela Linha do Tua pretende o cancelamento da barragem do Tua, salvando assim o Vale do Tua e evitando o aumento da carga fiscal e da tarifa da electricidade, como está previsto caso a obra se realize.

Tem havido muita polémica acerca deste assunto, e todo o processo tem sido escondido por parte do governo e da EDP.
O site da petição é pelotua.info.tm, e também podes colaborar activamente, saber mais acerca desta fraude e ajudar a revelar esta causa.
A petição pelo Tua precisa da sua ajuda:  http://pelotua.info.tm


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Publicada por Blogger às A Linha é Tua a 5/22/2013 09:50:00 PM

terça-feira, 21 de maio de 2013

[À Descoberta de Alfândega da Fé] Noite de Fados

Noite de Fados - 25 de Maio de 2013
Preço - 5€
Casa da Cultura Mestre José Rodrigues

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Alfândega da Fé a 5/21/2013 01:50:00 PM

segunda-feira, 20 de maio de 2013

[À Descoberta de Mirandela] Percurso Pedestre - Dia da Cidade Solidário

PERCURSO PEDESTRE - SALESIANOS E FRECHAS
Domingo 26 de Maio de 2013

Preço: 10,00 € (Inclui seguro, reforço alimentar meio da manhã, almoço, lembrança individual e em grupo. Disponibilidade de balneários).

Concentração Centro Juvenil Salesiano - 08h15
Hora de início: 08h30
Hora de fim: 14h00
Distância: 21 Km
Dificuldade: Difícil
Duração: 5 horas

Data limite de Inscrição: 16 horas do dia 25 de Maio
Inscreva-se diretamente no Posto de Turismo, através do email: postodeturismo@cm-mirandela.pt
ou pelo Telefone.:278 203 143 ou na Sede da Liga dos Combatentes, através do email: mirandela@ligacombatentes.org.pt

Colabore com o Banco Solidário. Leve um bem de primeira necessidade.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Mirandela a 5/20/2013 10:09:00 PM

sexta-feira, 17 de maio de 2013

[A Linha é Tua] Brunheda - Foz Tua (amanhã)

Fiz, recentemente, uma caminhada pela Linha do Tua organizada pela Associação Cultural e Recreativa de Pombal de Ansiães, entre Castanheiro e S. Lourenço. Chou-se "Rota das Maias". Ainda não escrevi sobre o assunto, mas já partilhei uma série de fotografias ilustrativas do passeio num álbum no Facebook. Essa caminhada serviu de aperitivo para outra, já lançada em desafio e que se vai realizar amanhã.
Esta Primavera a vontade de voltar à Linha do Tua tem sido muita. Têm-se realizado bastantes eventos, feiras, caminhadas, etc., que têm ocupado o meu tempo livre e o desejo ainda não se tinha concretizado. Assim, é com grande entusiasmo que encaro a caminhada de amanhã, entre Brunheda e Foz-Tua.
Praticamente tenho andado sempre sozinho na Linha. Tenho criado muita intimidade com a paisagem e apreciado toda a beleza que o vale proporciona, em diferentes estações do ano. Desta vez vou caminhar com um pequeno grupo de amigos, ainda não sei quantos, entusiastas da fotografia e penso que também defensores da Linha do Tua. Vamos ver como vai ser possível gerir as passadas, os disparos e as conversas.
O dia de hoje esteve muito instável. Choveu, pouco, muito, torrencialmente, caiu neve e granizo; fez sol e muito frio! Não faço ideia como estará amanhã. A luz é importante para a fotografia mas já fiz caminhadas na Linha do Tua debaixo de chuva que foram baste interessantes em termos fotográficos. A prioridade não é protegermo-nos da chuva, mas proteger o equipamento.
Por isso, amanhã haverá novidades no Blogue. Fotografias "fresquinhas". Até lá, que não me doam muito as pernas.

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Publicada por Blogger às A Linha é Tua a 5/17/2013 06:23:00 PM

quarta-feira, 15 de maio de 2013

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Trilho da Senhora da Ribeira

No dia 28 de abril realizou-se mais uma memorável caminhada, desta vez na zona do Douro, com início em Beira Grande. Ainda tinha bem presente a caminhada realizada em junho de 2012, que me agradou bastante, apesar do calor e não quis perder esta oportunidade de conhecer melhor as encostas do Douro.
 Foram tantos os participantes que demorou algum tempo a transportar toda a gente para Beira Grande, onde as cornetas  colocadas no campanário da igreja debitavam a mais animada música pimba. Ainda bem, porque se armou um baile para manter as pernas quentes. Apesar de estar um sol destapado, o ar estava fresco.
A igreja estava aberta e alguma pessoas aproveitaram para tirar algumas fotografias ou para fazer as algumas orações. Trata-se de um templo bastante interessante, não tanto na arquitetura mas mais na talha dourada e nas imagens.
A caminhada iniciou-se com a deslocação do grupo da Igreja Matriz à Junta de Freguesia, situada numa antiga escola.
O mata-bicho foi farto. As pessoas mal cabiam no salão, mas houve espaço e comida para todos. Fiquei com ideia de que ninguém tocou no vinho espumoso, mas o tratadinho era fantástico e aqueceu o corpo e a alma.
 O destino era a Senhora da Ribeira e desde o início que o traçado do percurso seguiu nessa direção. A vegetação estava cheia de força, mostrando já o esplendor da primavera.
Como já vem sendo habitual, o grupo desfez-se ao fim de poucos quilómetros. Há pessoas com muita pressa de chegar ao final. Acabam por causar algum stress nos restantes que não se querem atrasar muito. Não me preocupei muito com o grupo, seguindo ao meu ritmo com paragens frequentes para tirar algumas fotografias. Cheguei mesmo a separar-me do grupo subindo ao cume de um monte procurando alargar os horizontes em direção ao Douro.
Ao fundo do vale há grandes quintas, que se avistam do caminho que seguimos: Quintas dos Canais, Quinta do Camparado, Quinta da Fonte Santa e Quinta da Senhora da Ribeira.
Tirando uma pequena subida, todo o percurso foi descendente, com uma descida acumulada de 550 metros. 
Já em Senhora da Ribeira passámos junto à capela onde se venera a Senhora da Ribeira, que dá também nome à quinta. Foi pena a capela não estar aberta. Foi a primeira e a última oportunidade de muitas das pessoas que por lá passaram de a visitarem.
A localização deste pequeno lugar é idílica. O olhar estende-se pelo douro e vinhedos em redor inspirando calma, tranquilidade. O azul e o verde combinam-se tão completamente que tudo em redor parece ter saído de uma tela naturalista.
Apesar de ser dos últimos a chegar, ainda fui a tempo de fotografar e comer os peixes do rio com cebolada de escabeche, servidos como aperitivo. Seguiu-se uma sopa e como prato principal carnes assadas variadas servidas em inúmeras travessas. Seria mais de centena e meia de pessoas, com bastante fome, que foram ficando saciadas pouco a pouco.
A música popular fazia-se ouvir convidando ao baile. Poucos se sentiram motivados para dar uns passos de dança. Todos queriam regressar a casa mas o transporte foi bastante demorado. Apenas havia um mini-autocarro que fazia o transporte até Carrazeda. Como a distância ainda é muita e foi necessário fazer muitas viagens este transporte demorou bastante.
 O percurso foi de aproximadamente 9 km. Foi fácil de fazer e com paisagens deslumbrantes. Foi dos melhores percursos que já fiz em caminhadas deste género. Também na alimentação os organizadores (Junta de Freguesia de Beira Grande) merecem os parabéns. Estava tudo 5 estrelas. Penso que terá sido o restaurante de Senhora da Ribeira a servir a refeição. Não é fácil servir tanta gente em simultâneo (e ainda com o próprio restaurante aberto) mas deram bem "conta do recado" e estão também de parabéns.
Como pontos menos positivos aponto a dispersão dos participantes, as explicação técnicas da arqueóloga que não se ouviram, a capela da Senhora da Ribeira estar fechada e a demora nos transportes. O ponto mais alto continua a ser a amizade entre os participantes.



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Publicada por Blogger às À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/15/2013 01:54:00 AM

sexta-feira, 10 de maio de 2013

[À Descoberta de Mogadouro] I Encontro de Arqueologia de Mogadouro

No dia 19 de abril desloquei-me a Mogadouro para participar no I Encontro de Arqueologia, que ocorreu no auditório da Casa da Cultura e se estendeu durante a tarde em visitas a alguns locais com interesse na área da arqueologia, história e património.
Sempre fui sensível à problemática da barragem do Sabor, e um defensor do rio livre de barragens e por isso tinha bastante interesse em verificar se em termos arqueológicos a minha posição é sustentada, uma vez que há outras vertentes, como a ecológica, que a sustentam largamente.
Visitei há não muito tempo Cilhades e Castelinho, sítios arqueológicos de relevo, mas situados no termo do concelho de Torre de Moncorvo. Entretanto circularam rumores que grandes achados foram feitos a montante, mas estas notícias não interessa muito que corram e sejam mostradas, não vá o diabo tece-las e ainda temos outro Foz Côa.
O programa era ambicioso e começou logo em contra relógio, a uma velocidade difícil de acompanhar. A projeção era má e não consegui ler nada do que era projetado. Das imagens dava para ficar com uma ideia.
As apresentações foram feitas por técnicos e estudiosos no terreno, perfeitos conhecedores da realidade e estavam ordenadas de uma forma cronológica começando na período mais longínquo e acabando na atualidade e alguma perspetivavas de futuro, todas centradas apenas do concelho de Mogadouro.
A plateia era compostas essencialmente por três grupos: o dos especialistas, colegas dos apresentadores e membros das equipas que certamente não tiveram dificuldade em processar a informação; a dos estudantes do secundário, que preferiram assistir a uma palestra em vez de ficarem dentro de uma sala de aulas e a das forças vivas e pessoas influentes, porque fica sempre bem na fotografia aparecer nestas alturas (se calhar até tiveram direito a almoço). E eu próprio? Se calhar juntava-me ao grupo dos estudantes, mas com um pouco mais de entusiasmo.
Os estudos prévios à construção da barragem permitiu deslocar para o vale do Sabor centenas de técnicos de várias áreas e os frutos foram imediatos. Os poucos locais identificados até meados da década de 90 deram lugar a várias centenas. Só ao ar livre há mais de 224 afloramentos com interesse arqueológico. Em 6 escavações foram encontradas mais de 2000 placas de arte móvel, que se podem situar cronologicamente desde o Paleolítico Superior até à Idade Média. É possível escrever a história do vale, ou pelo menos parte dela, recuando até 300 mil anos. Também alguma história do rio. O vale torna-se assim  não só uma referência não só em Portugal, mas na Europa! Se no Côa predomina a arte rupestre gravada em grandes blocos de rochas, aqui predomina a arte registada em pequenas rochas que permitem compreender a evolução a espécie humana e até da fauna, uma vez que muitas vezes são representados animais já extintos, como o auroque.
Os exemplares de placas da Pré-história recente são mais escassos e representam sobretudo o homem. Não faltam também placas da Idade do Ferro, como no Castelinho,  em Crestelos onde já foram descobertas mais de 40 lajes.
Os locais que têm despertado mais interesse são Crestelos (já citado), Barrais e a foz da ribeira do Medal.
Os vestígios da romanização também são bastantes e estendem-se por todo o curso do vale ao longo do concelho, desde Meirinhos a Remondes. Há unidades habitacionais e estruturas anexas, sendo muito abundantes os lagares de vinho, aos pares e fornos de cerâmica. Nestes sítios são encontradas também moedas, sigilatas, vidros, etc.
Foram apresentados os trabalhos desenvolvidos no Castelo dos Mouros, castro situado na aldeia de Vilarinho dos Galegos, mas como ele sítio não corre o risco de ser "afogado" não se sentiu o cheiro a enterro.
Do presente do futuro pouco se falou, o cansaço foi tomando os participantes e palestrantes e também não faltará oportunidade de os discutir.
De todas as apresentações feitas sobressai uma ideia: a riqueza arqueológica do vale do Sabor é imensa. Os próprios arqueólogos estão "de boca aberta". Estão entusiasmadíssimos com o seu trabalho e não podem parar porque sabem que o que deixarem por fazer mergulhará nas profundezas. Não podem falar mais do que o politicamente correto, porque não podem "morder a mão que lhe dá o pão".
O trabalho de campo avança a bom ritmo, mas o de laboratório ainda está muito por realizar, mas esse tem tempo. Falta saber se quando o vale estiver inundado o consorcio construtor da barragem vai manter os arqueólogos e outros técnicos a trabalhar. Confio pouco nas pessoas que apenas vêm cifrões e ligam pouco ao património. Valores morais devem ter poucos.
É de louvar a única voz anti-barragem que se levantou na plateia, penso que a de uma docente da UTAD. Embora não da forma mais correta, lembrou que nem todos os que estávamos ali concordamos com o atrocidade que se está a cometer no rio Sabor.
Na abertura dos trabalhos o presidente do edil Dr. Moraes Machado foi claro que este encontro seria para repetir e que já se encontra em estudo a construção de um edifício junto ao castelo para albergar e mostrar toda esta riqueza. No entanto, ninguém no Encontro garantiu ou mesmo afirmou que os achados arqueológicos ficassem em Mogadouro. Foi afirmado que o assunto tem que ser abordado de uma forma mais alargada, no âmbito regional. A autarquia de Torre de Moncorvo pretende que a antiga escola Primária de Felgar recolha o património do vale do Sabor.
O período da tarde foi ocupado com uma visita ao castro em Vilarinho dos Galegos, ao Museu Municipal e ao Castelo de Mogadouro, deles falarei noutra altura.



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Publicada por Blogger às À Descoberta de Mogadouro a 5/10/2013 12:39:00 PM