sábado, 29 de setembro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Vinhas

Uma das zonas do concelho onde existe bastante vinha e onde se produzem vinhos com muita qualidade. É também o único lugar do concelho onde já participei na vindima. É no termo de Seixo de Manhoses junto ao Gavião. Ao longe avista-se Vila Flor

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Vila Flor a 9/29/2012 03:07:00 a.m.

[À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta] Pelos caminhos do concelho

Algures na freguesia de Poiares, num dos melhores momentos que já passei no concelho de Freixo!

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 9/29/2012 03:00:00 a.m.

[À Descoberta de Torre de Moncorvo] Rostos de Adeganha (II)

Ti Maria Angélica

Izilda Gaspar




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Publicada por Blogger em À Descoberta de Torre de Moncorvo a 9/29/2012 02:53:00 a.m.

[À Descoberta de Alfândega da Fé] Fonte - Colmeais

Colmeais - Aldeia pertencente à freguesia de Vilares da Vilariça.
Arranjo com fonte, jardim e uma imagem que perece ser de Nossa Senhora de Lurdes. Está situado à entrada da aldeia.

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Alfândega da Fé a 9/28/2012 06:28:00 p.m.

[À Descoberta de Miranda do Douro] L burro i l gueiteiro


Passeio de Burro

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Miranda do Douro a 9/29/2012 01:40:00 a.m.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] e de repente é noite (XXX)

Latada com belos cachos de uvas (Vila Flor)
Ardem pássaros nos olhos dum rapaz.
O tempo torna-se a montanha
suspensa sobre o vale.
A toada das vides oculta-se
na imobilidade dos bagos maduros.
Já não se ouve o tropel de Agosto
ao longo da púrpura dos ermos.
O ar sabe às húmidas meditações
das naves sem vitrais.
Um tear oculto urde cintilações
em torno do rapaz.
Torna-se fogo
tudo o que nele é corpo.
E os pássaros renascem nos seus olhos.
Cabeço de São Pedro, também conhecido como Cabeço de Santa Cruz (Lodões)
 Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Vila Flor a 9/28/2012 12:26:00 a.m.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] À Descoberta de Belver (2/3)

Continuação de: À Descoberta de Belver (1/3)
A rua do Vale tem continuação pela rua da Escola. Nela não se ouvem os risos das crianças e algumas casas estão desabitadas. É direita e larga, contrastando com todas as das zonas mais antigas da aldeia. Liga a caminhos vicinais que se estendem até Carrazeda de Ansiães.
Na antiga Escola Primária funciona agora a sede da Liga dos Amigos de Belver. Constituída em 2006 e com muitos dos associados fora da aldeia, a principal atividade da Liga tem sido a realização de um convívio nos primeiros dias de agosto. No entanto, os seus objetivos são mais ambiciosos e, em parte, têm sido conseguidos: melhoria das instalações e o seu aproveitamento mais frequente; recuperação da fonte de mergulho da canelha da Figueira e a aquisição e recuperação do moinho existente no ribeiro do Moinho.
A falta de uso do recinto da escola é evidente, necessitando urgentemente de limpeza.
O “recreio” é dos poucos pontos da aldeia de onde se avista alguma paisagem. Não é difícil imaginar os campos cheios de vida. Aliás, isso ainda se verifica nas pequenas hortas encostadas às casas, onde se regam as alfaces, cebolas, tomateiros e pimenteiros, rodeados de flores, que salpicam de cor todas as hortas transmontanas.
Na veiga, mais latifundiária, só sobraram algumas leiras de batatas, já com flor, outras de milho, culturas bem representativas do potencial agrícola das terras.
Está na altura de segar a erva dos lameiros. As gramíneas floriram e os finos caules dobram-se com o peso das espigas. Os troques, com a sua cor garrida, crescem hirtos nas paredes ao longo dos caminhos com arranjos de verde de cenoura brava. As giestas negrais, que aqui crescem como carvalhos, ostentam o que restou do seu manto amarelo, recolhido por calejadas mãos para as passadeiras do Dia do Corpo de Deus.
Ao longo das margens da ribeira do Moinho, que se estende até próximo da Carrazeda, e continuando pela Veiga, há grandes retalhos de terrenos férteis, outrora sustento de famílias numerosas, estão reduzidos à alimentação do gado, também ele cada vez menos abundante.
 Regressemos às ruas. Caminhemos até ao largo da sede da Junta de Freguesia. O edifício é pequeno, recente e não desperta muito a atenção. O elemento de maior interesse neste largo é, sem dúvida, uma curiosa fonte datada de 1924. Esta fonte é única no concelho, constituída por um depósito, um tanque para os animais beberem, uma torneira para recolha de água e um pequeno tanque para lavar a roupa. Estas últimas três valências estão interligadas por um sulco do em granito por onde a água circula por gravidade até se depositar do tanque de lavagem da roupa. Muito bem situada, e ainda com plena utilização, esta fonte é um dos elementos do património construídos com mais interesse em Belver.
Chegámos ao ponto de partida. A aldeia é dividida pela Estrada Municipal 627 que no interior da povoação recebe o nome de rua Marechal Gomes da Costa. É por ela que se tem acesso a Belver e se pode sair em direção a Fontelonga. As bonitas vivendas que existem na aldeia foram construídas à entrada, de um e do outro lado da estrada. É também à entrada da aldeia que se encontra um nicho muito recente, elegante, em granito, inaugurado em 2009. A imagem é de Nª Sª das Neves.
No interior da aldeia ladeiam a estrada casas mais antigas, algumas com traça interessante. As curiosidades vão surgindo, como duas caras esculpidas, perto do largo da Junta, um relógio de sol sobre um muro, depois do largo da Praça, algumas pedras trabalhadas e datas gravadas nas vigas e fachadas das casas. Sendo possível que existam habitações desde o séc. XII, a data mais antiga que encontrei gravada foi 1668, sendo a maior parte do séc. XX. Num beco está gravado MDCCLXV, em letras enormes, na viga de uma porta.
Um pouco mais à frente surge a capela de Santo Cristo, visita obrigatória na Descoberta desta aldeia.
 Nas Memórias Paroquiais de 1758 são citadas como existentes em Belver 4 capelas: uma no cemitério, a capela da Visitação de Santa Isabel, particular, tendo como administrador António de Morais, de Zedes; a segunda na meio do povo, de Nª Sª do Carmo, particular, sendo administrador António José Monteiro; a terceira no fim do povo, indo para Carrazeda, a de S. Pedro, também particular, administrada por António Gonçalves. A quarta era precisamente a capela de Santo Cristo.
Tem mais esta freguezia outra Capella que há poucos anos que se principiou que ainda nom esta benta”. A julgar pela data inscrita por debaixo do parapeito de uma das janelas terá sido concluída em 1765. Contam as pessoas que foi mandada construir por um emigrante no Brasil, que, sendo colhido por uma tempestade numa das suas viagens, prometeu construir esta capela por quanto chegasse bem à sua terra natal. Tendo sobrevivido, cumpriu a promessa.
As Memórias Paroquiais contam uma história um pouco diferente. A capela foi construída com a contribuição de doentes que se curaram, “como se verefica dos mylagres que nella estam” (deveria estar a referir-se ao que conhecemos hoje por ex-votos, e que não existem na capela) e com dádivas dos fiéis.

Continua em: À Descoberta de Belver (3/3)
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Publicada por Blogger em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 9/27/2012 11:30:00 p.m.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

[À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta] Miradouro da Cruzinha

Este miradouro, estrategicamente situado em frente da meseta castelhana onde pontifica a vila de Aldeadávilla que dá o nome à enorme barragem que aqui se construiu, tem uma paisagem profundamente transmontana. Num declive acentuado, o vale profundo do Douro apresenta as suas indomáveis e características arribas que pelo labor épico do Homem transmontano, foram transformadas em pequenos jardins de oliveiras, divididos por socalcos até onde os nossos olhos alcançam, transmitindo aos nossos sentidos um respeito contemplativo da natureza.
Lá em baixo, no fundo, o outrora selvagem rio Douro assemelha-se a um tranquilo espelho de água, dirigindo-se mansamente para sul e reflectindo as sombras das grandes aves planadoras que neste local têm os seus habitats. É o caso da Águia – real, da Cegonha – preta, do Abutre do Egipto e especialmente do Grifo, localmente chamado abutardo, cuja envergadura de 2,30m é presença vigilante nos céus e ravinas de todo este troço duriense.
 Fonte do texto: Câmara Municipal de Freixo de espada à Cinta

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 9/26/2012 10:16:00 p.m.

[À Descoberta de Vila Flor] Freguesia Mistério n.º62

A votação na Freguesia Mistério n.º61 decorreu durante o mês de julho. Com as férias a espreitar e com o calor a convidar a sair de casa, a participação foi pouca (e pouco certeira). O enigma estava representado por um relógio de sol. Não existem muitos no concelho e os poucos que há nem sempre estão bem localizados e presados. Lembro-me que quando comecei a percorrer o concelho existia um relógio de sol no jardim de Santa Luzia, em Vila Flor. Hoje ninguém sabe do seu paradeiro.
Os palpites sobre a localização deste relógio de sol ficaram distribuídas da seguinte forma:
Em que freguesia do concelho de Vila Flor pode pode ser encontrado este relógio de sol?
Benlhevai (1)       20%
Freixiel (1)       20%
Roios (1)       20%
Seixos de Manhoses (2)       40%
Como se pode ver apenas 5 pessoas arriscaram um palpite, duas referindo Seixo de Manhoses. O relógio de sol está numa casa de Vale Frechoso, na Avenida da Igreja, entre a  Rua da Fonte e a Rua da Portela. Nas últimas vezes que passei por lá verifiquei com tristeza que colocaram uma antena parabólica à frente do bonito relógio. Estou em crer que haveria mais alguns metros de parede para além das posição do relógio, mas deve ter faltado sensibilidade a quem instalou a antena.
O Desafio para o mês de agosto consistiu na localização de num completo conjunto de placas indicadoras. Isso não seria razão para ser desafio se não fosse algo pouco "normal" de encontrar pelo concelho. Em breve será revelado o segredo.

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Vila Flor a 9/26/2012 09:26:00 p.m.

domingo, 23 de setembro de 2012

[À Descoberta de Torre de Moncorvo] Rostos de Adeganha (I)

Sr. Augusto Raimundo

Sr. Francisco Barros

Sr. Fernando Trindade

Fotografias realizadas na festa da Segada e Malhada tradicionais, em Adeganha, concelho de Torre de Moncorvo, no dia 14 de Julho de 2012.

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Torre de Moncorvo a 9/23/2012 02:38:00 a.m.

[À Descoberta de Alfândega da Fé] Vilarelhos

Alminhas em Vilarelhos.

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Alfândega da Fé a 9/22/2012 06:26:00 p.m.

[À Descoberta de Miranda do Douro] Caminhada Intergeracional - 2 de Setembro (II)

Mais algumas fotografias da Caminhada Intergeracional realizada a 2 de Setembro entre Miranda do Douro e o Santuário de Nosssa Senhora do Naso, na Póvoa.
Já nos últimos quilómetros.

Passagem pela aldeia de Malhadas.

Pouco antes do grupo atingir a aldeia de Malhadas.

Em contra corrente

O grupo coeso. O grupo da frente com muita vontade de acelerar o passo.



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Publicada por Blogger em À Descoberta de Miranda do Douro a 9/23/2012 02:14:00 a.m.

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] À Descoberta de Belver (1/3)

 Belver é uma freguesia do concelho de Carrazeda de Ansiães que dista aproximadamente dois quilómetros da sede. Trata-se de um núcleo populacional relativamente pequeno, mas, como a freguesia agrega Mogo de Ansiães e o bairro do Reboredo, que muitos julgam pertencer a Carrazeda, tem mais de 300 habitantes, número que muitas outras freguesias não atingem.
A origem do nome Belver é frequentemente atribuída à derivação de "Belo ver" ou "Belo viver". Esta explicação é também dada a respeito de outro Belver, com um bonito e altaneiro castelo, no concelho de Gavião. Não me parece que haja grande paralelismo, uma vez que o "nosso" Belver está implementado numa zona planáltica, na terra fria, entre os 700 e os 800 metros de altitude, mas sem que daqui se avistem largos horizontes, exceção feita ao vale da Cabreira, para os lados de Mogo de Ansiães.
Mesmo a esta altitude há pontos mais elevados que se lhe sobrepõem. Daqui se avista o pinocro, vértice geodésico de primeira classe situado em Fontelonga, o cabeço de Nª Sª da Graça, em Samorinha e o antigo castelo de Ansiães, a que esta freguesia esteve ligada em tempos remotos.
O meu último grande passeio a Belver aconteceu em junho de 2008. Quando, recentemente, voltei à aldeia, algo tinha mudado. Não foram as pessoas, nem as casas, nem a paisagem. O que mudou foi a imagem mental que eu construí da aldeia depois de ler o romance "O violino do meu pai – Partir ou ficar em Trás-os-Montes" da autoria de Campos Gouveia, nascido em Belver em 1947.
Pode ter sido uma dedução errada minha, nunca esclarecida junto do autor, mas a aldeia onde se desenrola parte da história, Belavista, é justamente a aldeia de Belver. Não resisto a transcrever algumas palavras.
"A aldeia era animada e havia muita mocidade, especialmente raparigas, que os rapazes estavam a ir em bandos para o Brasil, no sonho de fortuna seguramente rápida, a abanar a árvore das patacas; composta de um aglomerado velho de casas de pedra nua, atravessado a meio por um caminho largo que conduzia a Montelongo, capela de dois altares e igreja matriz da Senhora das Neves com torre sineira e relógio accionado por dois pesos de granito, três fontes de mergulho: a da gricha, a do valtalho e a da canelha. Era nesta última que Joaquina recolhia os canecos de água, não só por ser a mais próxima mas também por ser a mais limpa: nas outras duas os animais bebiam com frequência da mesma água das pessoas. Esta tinha uma abóbada de pedra colocada de tal forma que os animais tinham dificuldade em chegar à água e dois degraus laterais que serviam de banco, num plano inferior ao do caminho, onde as pessoas podiam conversar. Além disso, a canelha não tinha muito movimento, pois só de manhã e à noite os lavradores passavam por ali para levar ou trazer os animais dos lameiros da pontesinha, e por isso os namorados a preferiam."
O romance faz uma descrição das habitações, das famílias e do modo de vida na aldeia de "Belavista". Partamos, então, à descoberta da aldeia que "na uniformidade da pedra escura e da telha vã… se confundia com a paisagem granítica, se dela se não destacassem algumas construções recentes de brasileiros."
 Um bom ponto de partida para o passeio é o largo da Praça. É relativamente amplo e está rodeado de casas em granito. Encostado a uma delas está um fontanário, também em pedra, mas já sem gota de água. Algumas foram recuperadas, e com bom gosto, outras mostram as marcas do passar dos anos e da ausência de vida. Marca do tempo é (também) o nome de um beco próximo – Atafona. As atafonas eram uma espécies de moinhos, movidos a tração animal. Um destes terá possivelmente existido neste beco.
Da Praça partem vários caminhos em distintas direções. Sendo necessário escolher, uma hipótese é seguir em direção ao Vale, para norte. O Vale foi antigamente a Gricha. A aldeia era atravessada por uma ribeira onde as mulheres lavavam a roupa. Havia uma pequena ponte de pedra que permitia atravessar a ribeira e, também na Gricha, uma fonte, possivelmente de mergulho, onde bebiam os animais e de onde se extraía água para rega. Hoje o cenário é bem diferente. O leito da ribeira é mais caminho do que outra coisa. A pouca água que por aqui passa é entubada, mal se dando por ela. Disseram-me que a fonte ainda existe, tapada, mas não a encontrei.
O largo do Vale é um dos recantos mais românticos da ladeia. Há uma enorme tília e muitos bancos espalhados, para um momento de sossego. Encostados às casas pendem fartos ramos de rosas vermelhas, ou de cores mais lavadas. Algumas casas destacam-se pela dimensão, pela utilização de granito trabalhado, pelas existência de escadas e patins. Umas mais robustas, outras mais humildes e em ruínas. Na rua, na travessa e no beco, todos do Vale(!), há dos dois tipos. Foi na travessa do Vale que encontrei a primeira surpresa da tarde - uma janela manuelina. É muito simples, parecida com outras que existem em Selores, mas, mesmo assim, digna de referência porque são poucos os exemplares que existem no concelho.

Continua:  À Descoberta de Belver (2/3)

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 9/23/2012 01:56:00 a.m.

sábado, 22 de setembro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Flor do Mês - Agosto de 2012

O mês do calor já terminou e este ano foi anormalmente seco. A floração das plantas destina-se à propagação da espécie e não à satisfação dos caprichos do bicho humano de forma que muito gostaríamos de campos de flores em pleno agosto, mas as condições do meio não são favoráveis para a quase totalidade das espécies. No entanto, a natureza não para de nos surpreender e sempre aparecem exceções, algumas dignas de referência.
A flor escolhida para representar o mês de agosto de 2012 é conhecida pelo nome de cardo-amarelo, cardol ou espinho-de-cabeça e tem como nome cientifico Carlina hispanica ( não sei se a Carlina corymbosa é a mesma espécie).
Trata-se de uma espécie pertence à família das Asteraceae/Compositae própria de zonas mediterrânicas e que se desenvolve facilmente nas bordas dos caminhos ou em terrenos incultos. Estes cardos crescem facilmente em todos os tipos de solos. O facto de possuírem espinhos talvez não os tornem muito e merecedores da nossa atenção, mas um olhar atento encontraria aspetos muito curiosos nesta planta. A possibilidade de conseguirem florir nos meses de julho e agosto pode estar relacionada com o facto de possuírem um rizoma, como raiz, o que lhes proporciona algumas reservas extra em meses de privação. Este rizoma é grosso e profundo.
As folhas são muito espinhosas, e são uma boa defesa.
As flores reúnem-se numa inflorescência típica das compostas (Asteraceae), das quais conhecemoss muito bem os malmequeres e as margaridas. Olhando com atenção verificamos que existem centenas de pequenas flores no disco central, essas sim as verdadeiras flores. As flores também estão fortemente defendidas por brácteas espinhosas que formam uma estrela.
Em Espanha é conhecido por cardo cuco e cabeça de galinha (não percebi porquê). Não encontrei referências ao uso medicinal desta planta, mas em contrapartida um parente seu, o Eryngium campestre ou cardo corredor tem múltiplas aplicações. Como é uma espécie também frequente no concelho, pode ser que um dia fale nele.
As sementes de cardo são muito apreciadas pelos pintassilgos, mas as flores também são procuradas por muitos insetos de entre os quais as borboletas. Numa altura do ano em que o alimento é escasso, nada pode ser desperdiçado.

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Publicada por Blogger em À Descoberta de Vila Flor a 9/22/2012 07:30:00 p.m.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Rosas - Vilas Boas/Vale Frechoso

O marco geodésico da Rosa fica no lugar com o bonito nome de Flor da Rosa, na separação dos termos da freguesia de Vilas Boas e Vale Frechoso, a curta distância do cruzamento da N214 coma M603, que à direita dá acesso a Vale Frechoso e à esquerda a Cachão (ao Aterro Sanitário e ao Canil Intermunicipal). O marco é visível da estrada, destacando-se altaneiro no cume de um monte, despido de árvores e onde apenas se destaca um poste metálico da rede de eletricidade.
Já estive no local várias vezes. Principalmente quando as urzes e a carqueja se encontram em flor é bonito de observar a paisagem envolvente. Não sendo o melhor local para observar a paisagem (desde o Barracão,  em Samões) nesta crista entre os 500 e os 600 metros de altitude, permite, sobretudo, apreciar o vale que se estende para norte passando por Mirandela até aos confins da Terra Quente. Já para sul, em direção à Vilariça, os pontos de observação são mais escassos, sendo necessário aproximar-mo-nos mais do vale em Roios, Vale Frechoso ou Benlhevai.
Desta vez o passeio foi feito em BTT, no dia 12 de Agosto. A falta de rodagem na bicicleta levou-me a optar pela estrada, fazendo várias saídas para os caminhos a fim de procurar vistas mais alargadas. Mesmo sem praticar bicicleta há muito tempo, a sensação foi muito boa.
Deixei a bicicleta na estrada e subi ao marco geodésico. São pouco mais de 1000 metros, mas não há caminho e a erva seca a dar pelo joelho não é muito agradável. Para compensar o céu estava azul, a prometer ótimas fotografias.
Este marco geodésico está completamente isolado, sobre um rochedo, o que permite fotografá-lo a toda à toda a volta sem qualquer entrave, só mesmo os fios da rede de condução da eletricidade causam algum desequilíbrio.
A viagem foi tão rápida que decidi ir um pouco mais longe subindo à Penha do Corvo, um bom miradouro que, estranhamente, não tem nenhum marco geodésico (mas o do Alto da Serra está perto).
 Na estrada há uma subida um pouco acentuada, com curvas, e antes de se iniciar a descida para Benlhevai há um caminho rural que leva ao ponto mais alto, onde se ultrapassam os 660 metros de altitude. Não foi a primeira vez que estive neste local, mas como tinha tempo disponível dediquei-me à exploração de algumas cavernas que existem nos rochedos virados a norte. Há várias passagens estreitas e covas proporcionando abrigos naturais para quaisquer condições atmosféricas! Fiquei surpreendido. Estou convencido que estes abrigos devem ter sido já utilizados por pastores e caçadores e, quem sabe, por humanos num período mais remoto da vida na terra. Não conheço nada que se pareça com estes abrigos, embora no Faro também existam alguns.
Ao longe avista-se o cabeço da Pedra Luz, com o seu marco geodésico, onde espero ir em breve, mas a vista perde-se  até à Serra dos Passos, no concelho de Mirandela, onde a ocupação humana deixou marcas que permitem situá-la alguns milhares de anos antes de Cristo. Estes lugares elevados, com covas, ofereciam uma proteção imprescindível à sobrevivência dos humanos de então.
Este meu interesse espeleológico não me fez esquecer de admirar tudo em redor, incluindo a aldeia de Vale Frechoso, bem visível da crista rochosa virada para a estrada.
Abandonei o local e rumei por um caminho rural até Vale Frechoso. Tratou-se apenas de variar o percurso porque o objetivo do dia estava cumprido. Atravessei a aldeia, à hora de almoço, sem encontrar viva alma! Segui por caminhos até ao local chamado Carvalhinho, onde apanhei novamente a estrada asfaltada (N214) para regressar a casa. O cansaço e a falta de prática começaram a sentir-se e as pernas a fraquejar. Felizmente o percurso era bastante plano e ainda cheguei a casa a horas decentes para o almoço.
Não encontrei referências sobre este marco geodésico nas fontes que normalmente utilizo, o que me leva a pensar que tenha sido retirado da rede já há bastante tempo. Estes cones, mais pequenos, eram geralmente vértices geodésicos de 3.ª categoria e não há muitos semelhantes no concelho. A forma elegante e a sua posição elevada fizeram com que eu escolhe-se uma fotografia do marco geodésico da Rosa para identificação deste tipo de percursos com o nome de Pontos Altos.

Nota - Junto ao marco geodésico da Rosa um toco de esteva queimada furou-me uma bota e espetou-se-me no pé. As botas eram quase novas, mas estes restos de estevas queimadas são como facas, atravessando mesmo os pneus dos tratores!
Durante o resto do mês de Agosto tive que recorrer ao Centro de Saúde, pôr em dia as minhas vacinas contra o tétano e tomar alguns medicamentos. Não nada de grave mais mais um alerta de que o perigo espreita quando e onde menos se espera.


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Publicada por Blogger em À Descoberta de Vila Flor a 9/21/2012 05:39:00 p.m.