segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] Cruz

A cruz
Será a Guarida
E a Luz
Da minha vida,
Eternamente...

Cruz:
Alfombra do mendigo,
Travesseiro
Que o caminheiro
Traz consigo...

Cruz:
Manto
Santo
Que alberga
Os pobres nus -
Corpos sem enxerga,
Almas de Jesus.

J. N. Fonseca*

Publicado em Esperança. Maio de 1962
* José do Nascimento Fonseca nasceu no Nabo a 22-12-1940

--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 12/22/2014 12:30:00 da manhã

domingo, 23 de novembro de 2014

[À Descoberta de Chaves] Igreja da Misericórdia

A Igreja da Misericórdia é belo exemplar arquitetónico do século XVIII, estilo Barroco, no seu interior, sobressaem, o altar em talha dourada, as paredes revestidas com azulejos, e o teto, os historiadores, atribuem este estilo arquitetónico ao período compreendio entre o século XVII à  primeira metade do século XVIII, 1600-1750, existem em Chaves mais dois (2) exemplares do Barroco, a Igreja de S. João de Deus (Madalena), e a de S. Francisco.

--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Chaves a 11/23/2014 12:24:00 da manhã

terça-feira, 18 de novembro de 2014

[À Descoberta de Miranda do Douro] Curso Danças de Paulitos

Decorreu no passado dia 15 de novembro, na Casa da Música de Miranda do Douro o curso "Danças de Paulitos - Uma Abordagem histórico-descritiva". Teve o apoio da Câmara Municipal de Miranda do Douro, da Associação da Língua e Cultura Mirandesa e do Centro de Música Tradicional Sons da Terra.
 Quando encontrei o programa do curso nas Redes Sociais despertou-me muito interesse e marquei na minha despovoada agenda o dia 15 para estar presente em Miranda do Douro.
As danças de Pauliteiros sempre me interessaram, nas suas mais variadas componentes, quanto mais não fosse porque as considero uma das manifestações culturais mais genuínas das Terras de Miranda, do Planalto Mirandês e mesmo de parte do Nordeste Transmontano. Devo dizer também que cheguei a participar nalguns ensaios de pauliteiros, mas nunca cheguei a atuar em público. Não foi por falta de vontade ou de jeito, foi mais por compromissos da vida profissional.
O curso, ministrado por Mário Correia, apresentava-se bem estruturado, em 5 aulas, abrangendo os seguintes temas: Área de expansão, Referências antigas, Origem das danças de paulitos, Ocasiões festivas, Descrição da dança, Indumentária, Acompanhamento instrumental, Lhaços da dança de paulitos e Fontes informativas.
Pelo que percebi os destinatários preferenciais seriam os elementos de grupos de pauliteiros ou elementos a eles ligados, mas as pessoas que se inscreveram pertenciam a um leque bem mais alargado, contando com algumas presenças vindas de Espanha. Estava fácil de ver que um dia inteiro sentado numa cadeira a ouvir falar de dança de paulitos não seria muito cativante para a maior parte dos jovens. Mas alguns participaram, e com interesse.
Durante a manhã foram abordadas as questões mais sensíveis, ligadas às origens da dança. Infelizmente, ou talvez não, as minhas dúvidas não foram esclarecidas, antes pelo contrário, fiquei com mais dúvidas. A história nunca é fácil e quanto mais recuarmos no tempo, mais difícil é sustentá-la. Mário Correia repetiu várias vezes que pouco importa o que cada um pensa, ou mesmo o que o que alguns estudiosos disseram, só o que pode ser provado com bases documentais é que pode ser considerado seguro.
E foi assim que vi cair por terra a teoria de dança guerreira e a dos trajes a imitar a vestimenta dos soldados romanos ... fiquei mesmo com a dúvida se a dança tem algo a ver com os romanos. Foi muita informação junta e precisarei de mais tempo para destrinçar com mais calma o Dossier disponibilizado, repleto de fontes fidedignas de quem tem estudado o assunto nos últimos séculos.
Também não consegui compreender completamente a passagem de danças ligadas a ritos pagãos de fertilidade e fecundidade a danças religiosas, que é como elas aparecem nos primeiros registos em Terras de Miranda, sobretudo na festa do Corpo de Deus.
O ritmo foi intenso e não houve muito espaço para o diálogo. Também me parece que o diálogo levaria a conversa para as ideias feitas, que são reproduzidas em cada atuação de um grupo de pauliteiros. O objetivo era romper com essas ideias feitas e o diálogo, a existir, iria ser moroso e nada producente.
 Os temas da tarde, ligados à descrição da dança e sobretudo à indumentária, não me levantaram tantas dúvidas. As fotografias, embora a preto e branco, permitiram conhecer bem mais a fundo as origens e a evolução dos trajes. Saias ou calças, fitas ou penas, com colete ou em mangas de camisa, também os trajes mostram a diversidade própria de cada aldeia. Não se sabe bem quando surgiu a saia, embora se tenha a certeza que ela já existia aquando da deslocação do primeiro grupo a Inglaterra. Cai, assim, por terra a crença da saia ter tido origem nessa deslocação.
A documentação fornecida não inclui as fotografias antigas. Muitas estão disponíveis na Internet, em sítios vários, mas a descrição, a datação e a sua origem é que pode já não ser a correta. Quem conta um conto, acrescenta um ponto.
Estive sempre com esperança de ver um pauliteiro trajado, de ouvir o ti Aureliano a tocar a fraita, a gaita de foles do Paulo Meirinhos ou do Ricardo Santos, todos os três presentes no curso, mas tal não veio a acontecer.
Danza del Paloteo - Espanha
Já depois do horário previsto e no encerramento do curso, a discussão desenvolveu-se à volta da mercantilização dos Pauliteiros. Os Pauliteiros (de Miranda) são solicitados para as mais variadas festas, em Portugal e no estrangeiro. Muitas das vezes são convidadas pelo município para representarem o concelho nos mais variados cantos do país e não só. Acontece que nem sempre o fazem com brio e profissionalismo. São recusas à última da hora, danças mal executadas, comportamentos lamentáveis dentro do palco e fora dele. Embora este não fosse o tema do curso, ficou patente a necessidade de apostar na formação e na melhoria dos grupos, enquanto tocadores e bailadores e de pessoas enquanto embaixadoras de uma região e de uma cultura.
Este problema é de tal forma preocupante que o Sr. Presidente da Câmara avançou com a possibilidade de reunir todos os grupos, já em Dezembro para discutir com eles estas questões.
Pela minha parte, adorei o curso. Foi muito teórico e denso, mas muito interessante. Estou pronto a frequentar mais formação nesta área, cursos ou oficinas. O saber não ocupa lugar é por estas e por outras que Miranda é um lugar especial para mim.

--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Miranda do Douro a 11/18/2014 12:33:00 da manhã

terça-feira, 11 de novembro de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] Já chegou o outono

Estive ausente durante uns tempos do blogue, posso ter passado a mensagem que terminou a aventura de Descoberta do concelho de Vila Flor. Não, não terminou. Percorrer o concelho a pé, ou de bicicleta, proporciona bem estar e leva-me a conhecer, ou voltar a ver locais de rara beleza, contactar com pessoas simples mas acolhedoras e funciona como um retiro. Um retiro da vida apressada e cronometrada que quase todos somos obrigados a ter, que nos consome a vida e a paciência e da qual temos que nos libertar nem que seja de tempos em tempos.
Desde setembro muita coisa já mudou. Fizeram-se as vindimas, em que mais uma vez participei, colheram-se outros frutos e as folhas começaram a mudar de cor e a cair. Vieram as manhãs de nevoeiro a espreitar do vale da Vilariça ou ameaçando chegar a Quinta da Veiguinha  vindo dos lados da terra quente misturado com o fumo das poucas fábricas que existem mas que muito poluem. Os cogumelos este ano apareceram com força, a chuva foi muita e a albufeira do Peneireiro encheu, como há alguns anos que não enchia.
Fiz algumas saídas, sem grandes canseiras, para aproveitar os "frutos" do outono que a terra dá: os cogumelos. Não foi difícil encher uma cesta de sanchas, canários, alguns rocos e línguas de vaca. Não pode deixar de entristecer verificar que apesar de sermos cada vez menos e teoricamente mais letrados, continuamos a poluir os nossos pinhais, veredas e caminhos, despejando todo o tipo de lixo e entulho.
As últimas caminhadas, à espera de coragem para merecerem alguns parágrafos no blogue, proporcionaram mais algumas fotografias, que têm sido partilhadas no Fecebook, na página Vila Flor, concelho.

--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 11/11/2014 11:38:00 da tarde

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] e de repente é noite (XLV)

Faz hoje anos que nasceu em Vila Flor o escritor João de Sá. Como tem sido uma fonte de inspiração deste blogue quase desde o momento da sua criação, esta data não podia passar sem mais um pequeno poema de sua autoria.
Tenho andado a publicar excertos do livro "E de repente é noite". É uma escrita bastante triste, mas ao mesmo tempo bela e cheia de interrogações e sentimentos. Quando terminar de publicar o livro completo, prometo partilhar excertos de outros livros.

Que mãos sacodem velhas ferrugens
nos gonzos dos portões da quinta?
Será por ti o vento ou pelo que nós dois
ocultámos de contornos de medos
soletrados por inamovíveis angústias?
Uiva um cão dentro de uma noite
antiquíssima, tão antiga
que sua existência se nos afigura duvidosa.
E não há razões claras que absolvam
a solidão de nos ferir por tantos caminhos
que negámos à convergência dos nossos destinos.
Agora as rotas apontam aos umbrais da demência
e só a rotação dos teus olhos persiste
em desenhar o ciclo do trigo.
Tudo isto te digo embora experimente
uma fadiga expectante de tintas
em quadro concluído.
Se me ouvisses neste instante,
talvez nos absolvesses
e culpasses os ventos e a noite.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.

João Baptista de Sá, nasceu em Vila Flor, a 7 de Novembro de 1928, filho de D.ª Maria Vicentina de Sá Correia, natural de Vila Flor, e de João Baptista Lopes Monteiro, natural de Carrazeda de Ansiães.

--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 11/07/2014 11:14:00 da tarde

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

[À Descoberta de Mirandela] Abreiro - I Feira do Figo e do Património

Quem pretende conhecer um pouco do concelho de Mirandela deve aproveitar as oportunidades que se proporcionam para ir ao encontro dos locais, dos espaços, quem sabe das tradições e formas de viver das pessoas. Foi um pouco isso que me levou a ira a Abreiro aquando da realização da I Feira do Figo e do Património.
Abreiro fica no extremo sul do concelho de Mirandela, em fronteira com Carrazeda de Ansiães e Murça. Pesa sua posição geográfica é um dos locais onde passo frequentemente, mas onde nem sempre para para olhar com tempo tudo o que a aldeia ( e freguesia) tem para oferecer.
Não sou propriamente apreciador de figos e tenho para com o figo a mesma posição dos outros frutos. Como transmontano e pessoa do campo, a fruta que me sabe bem é aquela que colho da árvore, ou planta. Nada se compara a uma cereja comida da cerejeira ou a um figo "roubado" da figueira.
Aproveitei o Sábado para visitar a aldeia e até mostrar algum património que já conhecia de visitas anteriores. Abreiro foi, como muitos sabem, sede de concelho até 1962, mas os vestígios arqueológicos mostram que já tinha algum relevo alguns milhares de anos antes de Cristo (anta de Arçã) ou na ocupação Romana (Poço dos Mouros).
Mesmo dentro da aldeia pode-se apreciar o belo Pelourinho (imóvel de interesse publico) e o interessantíssimo cruzeiro mandado edificar em 1735. Conheço também uma casa brasonada, alminhas e algumas construções interessantes, das mais abastadas, às mais humildes. Abreiro está edificada num cabeço com base granítica e, quer  as ruas, quer as casas, foram condicionadas pela dureza desta matéria prima, difícil de derrubar, mas que dá às construções uma grande vida útil que as trouxe até aos nossos dias. Também existe algum xisto.
 No sábado o recinto da feira já se encontrava bastante composto, notando-se algumas "falhas" na ocupação dos postos de venda.
No domingo a afluência foi maior em todos os aspectos. Os vendedores aproveitaram a oportunidade de mostrarem e venderem os seus produtos; os compradores aproveitaram o "dia do Senhor" para passearem por Abreiro e comprarem algum dos produtos expostos; os senhores "importantes" da aldeia (e do concelho) aproveitaram a presença dos vendedores, compradores, turistas e jornalistas para marcarem presença e mostrarem que são pessoas preocupadas com o bem-estar e desenvolvimento das populações.
Inscrevi-me no Passeio Pedestre. Sempre que posso tenho participado nos passeios pedestres realizados no concelho de Mirandela. A pé é a melhor forma de descobrir o concelho.
O passei pedestre ocupou-me desde a 9 da manhã até meio da tarde de domingo, o que me impediu de acompanhar de perto outras atividades que desenvolveram em paralelo, como a inauguração do museu Dr. Américo Rodrigues e das Provas de Trabalho do Cão Coelheiro e do Podengo.
Ao longo de cerca de 7 km o passeio pedestre percorreu alguns locais de interesse do termo da aldeia: O cruzeiro, o Pelourinho, A "calçada romana", as famosas ruínas da "Ponte do Diabo", o rio Tua, uma azenha em recuperação e as ruínas da capela de Sta Catarina, situadas no alto de um morro conhecido por Poço dos Mouros. Embora eu gostasse de uma visita mais demorada, de exploração, acompanhei o grupo de caminheiros, como mandam as regras. Tenho vontade de voltar aos locais, porque fiquei com a ideia que deixei muito por ver.
O almoço aconteceu na Casa do Povo, tendo como prato principal uma substancial e saborosa feijoada.
Depois do almoço aproveitei para visitar o inaugurado museu, no rés do chão do mesmo edifício, mas deixarei algumas palavras sobre essa visita para outra altura. O recinto da feira estava a fervilhar de gente e não faltavam figos, fumeiro, queijos, azeite, doçaria, artesanato e mais produtos da terra, bonitos e biológicos, como não é possível encontrar na maior parte das superfícies comerciais dos grandes centos.
Depois de comprar alguns produtos, regressei a casa. Cansado e com alguns géneros daqueles que apetece comer de imediato. Passei o resto da tarde a saborear "Abreiro" e a pensar na belíssima ideia que tiveram os organizadores do evento. Estão de parabéns!
Espero voltar a Abreiro, se não for antes, que seja na II Feira do Figo e do Património.

Nota: a I Feira do Figo e do Património realizou-se em Abreiro (Mirandela) nos dias 20 e 21 de setembro de 2014.


--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Mirandela a 10/15/2014 03:22:00 da tarde

sábado, 20 de setembro de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] Parabéns! Oito anos À Descoberta...

O Blogue À Descoberta de Vila Flor completou 8 anos no dia 5 de setembro. Estes anos não podem ser medidos em anos humanos, mas em em anos blogue, ilustrados pelos muitos quilómetros percorridos e infindáveis fotografia.
Não vale a pena fazer uma viagem aos primórdios dos passeios em BTT ou caminhadas pelo concelho. Está tudo aqui, basta percorrer os meses no menú da margem direita, esta é a principal riqueza do blogue... a história de oito anos À Descoberta de todo o concelho.
Vista parcial de Vila Flor desde o miradouro
Normalmente a reflexão que faço quando se completa mais um ano é ilustrada com número. Em oito anos o blogue nasceu, cresceu e regista agora um momento de declínio quer na minha dedicação à escrita, quer no número de visitantes que aqui passam alguns minutos vendo as fotografias ou lendo algumas palavras. Sinceramente, não me sinto muito satisfeito por as coisas estarem assim. O blogue é pessoal e quem mais partido dele tirou fui eu. A necessidade de mostrar as "coisas" na forma escrita, nem sempre fácil e agradável, enriqueceu-me e levou-me a aprofundar o meu conhecimento do concelho. Se não o continuar a fazer,será uma oportunidade de crescer que estou a perder.
Via Crucis - Páscoa de 2014
Apesar das reportagens menos frequentes, as caminhadas continuaram a ser feitas, intercaladas com muitas outras que fui fazendo nos concelhos vizinhos. Faltam pequenos "chamarizes" como uma nova capela a visitar, uma ponte a descobrir, uma montanha para escalar. Já estive em todos os lugares, em muitos estive repetidas vezes. O entusiasmo diminui.

Parte do tempo que despendia com a actualização do Blogue é agora gasto com a página Vila Flor, concelho no Facebook. Continuo a achar que o facebook é uma plataforma pobre, onde pouco ou nada se aprende e onde a iteração entre as pessoas pouco passa além dos "Gosto" nas fotografias. Mas é uma plataforma muito democrática, a que todos podem aceder e percorrer sem grande esforço ou aprendizagem necessária. Procurando juntar a participação de mais pessoas criei um o grupo Vila Flor - Portugal, que junta pouco mais de 600 pessoas e é já o maior dedicado ao concelho.
https://www.facebook.com/groups/vflor/
Por vezes questiono-me da utilidade ou do prazer de manter o blogue activo. O mais fácil é não fazer nada, mas nem sempre esse é o melhor caminho a seguir. Continuo a tirar muitas fotografias, a adorar percorrer o concelho, a falar com as pessoas e a apreciar tudo o que é natural, característico e tradicional, a maior dificuldade está mesmo em arranjar tempo (e coragem) para me sentar à frente do computador e ... escrever. Também me sinto um pouco incomodado quando as pessoas me cobram, "marcam-me falta", como se eu tivesse obrigação de estar em todo o lado em todos os momentos.
https://www.facebook.com/vilaflor.pt
Não estou comprometido com nada nem com ninguém. Não sei mesmo se ainda existe algum fiel seguidor do blogue, se ainda recordam o endereço ou se simplesmente cá vêm quando o motor de busca os encaminha. Por tudo isto o blogue foi e continua a ser um exercício de auto-motivação que pode terminar a qualquer momento. Enquanto isso não acontece, agradeço aos que me incentivam, aos que me convidam para os eventos que vão acontecendo pelo concelho, aos que comigo convivem e vivem, pela sua companhia, pela sua amizade e pela sua compreensão.
Ribeiro dos moinhos, Valtorno.
Este ano o aniversário também teve direita a bolo! Não só porque o dia 5 de setembro foi o arranque do blogue, mas porque marcou uma mudança radical na minha vida e na da minha família mais próxima. Queremos que cada ano seja melhor do que o anterior e começa-mo-lo em festa.
Quanto aos números, eles estão mais abaixo. Em oito anos foram mais de 350 mil visitantes! Lembro-me que fiz um vídeo para assinalar os 100 mil porque acreditei que foi um grande feito! Durante o último ano (desde setembro de 2013) tirei mais de 13 mil fotografias no concelho de Vila Flor, uma média de mais de 37 fotografias por dia! Sei que há muitos entusiastas da fotografia no concelho, mas este é um número difícil de alcançar.
Produtos da terra na Festa da Amendoeira em Flor

Números do 8.ºano:

Páginas vistas - 46 047
Visitantes - 25 995
Comentários - 26
Postagens - 50
Km percorridos em BTT - 35
Km percorridos a pé - 93
Fotografias tiradas - 13 790
Fotografias publicadas - 111
Bolo do 8.º aniversário 

Números totais (8 anos):

Páginas vistas - 724 965
Visitantes - 335 979
Comentários - 1 872
Postagens - 1 142
Km percorridos em BTT - 2 282
Km percorridos a pé (4 anos) -  845
Fotografias tiradas - 144 095

--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 9/20/2014 01:01:00 da manhã

domingo, 27 de julho de 2014

[À Descoberta de Mogadouro] Festival Terra Transmontana 3/3

O terceiro e último dia do Festival Terra Transmontana prometia estar ao nível dos anteriores, pelo menos no aspecto musical, uma vez que o resto era uma incógnita.
Cheguei ao recinto do festival a meio da tarde. Fui brindado pela actuação do Rancho Folclórico e Etnográfico de Mogadouro. É sempre uma alegria ver e ouvir este rancho cheio de cor e juventude. O recinto estava bem composto de público e as condições atmosféricas também estiveram a feição.
Fui surpreendido por uma oficina sobre a gaita de foles. Foi bastante interessante. Gostava de ter assistido a outras oficinas mas não me apercebi onde e quando ocorreram.
Na Praça da Misericórdia organizou-se um desfile que conduziu o público para uma espécie de campo de jogos medievais, ou liça, na linguagem da época. Os duelos a cavalo e a pé concentraram a atenção do público, que os seguiram com bastante entusiasmo. Um suposto cavaleiro das terras de Mogadouro angariou as preferências de muitos dos presentes, mas a luta foi renhida.
 Após esta representação de artes de guerra seguiu-se uma demonstração de cestraria. As aves amestradas mostraram toda a sua agilidade obediência, arrancando palmas e algumas gargalhadas.
Terminadas estas demonstrações, pelas sete da tarde, começou o desmantelamento de muitas estruturas e a desmobilização da totalidade dos figurantes.
À noite o recinto parecia um local fantasmagórico sem música nem luz, só ganhando vida com a chegada do grupo Velha Gaiteira, que, tal como no dia anterior, agarrou o público com a sua música.
O grupo Uxu Kalhus foi um dos motivos de força para eu ter ido ao festival. Contrariamente ao que tina sucedido na noite anterior as execuções ao vivo estiveram muito acima daquilo que recordava dos registos gravados. Ainda mais surpreendente foi a postura da vocalista que interagiu com o público, incitando à dança e dançando ela própria.
Muitas canções conhecidas, algumas da infância, desfilaram pelo Castelo com uma roupagem muito musical, moderna e atractiva. O pouco público ficou "agarrado" até ao fim e fizeram o grupo voltar ao palco e repetir "Erva Cidreira" e "Extravagante".
 Foi um final em cheio, que só alguns conseguiram saborear até à última gota.
O balanço dos três dias de Festival foram francamente positivos, embora nem tudo tenha sido do meu agrado, nem podia ser.
 Já li nalguns jornais e noutros blogues algumas ideias que podem vir a melhorar o evento, numa repetição, no próximo ano. se tiver tempo, e paciência, também talvez alinha alguns pontos fortes e pontos menos fortes nos três dias de festival. Até porque fiquei com perto de 2000 fotografias e alguns pequenos filmes que poderei ir mostrando nos próximos tempos.
Ver também:
Festival Terra Transmontana 1/3
Festival Terra Transmontana 2/3


--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Mogadouro a 7/27/2014 02:39:00 da manhã

sábado, 26 de julho de 2014

[À Descoberta de Mogadouro] Festival Terra Transmontana 2/3

O segundo dia do Festival Terra Transmontana prometia ser ainda mais completo e empolgante do que o primeiro, que teve o seu início apenas ao final da tarde.
Uma das características deste festival foi o de que, à parte os concertos pela noite dentro, tudo o resto aconteceu com uma ordem e horário desconhecido do público, pelo que foi difícil acompanhar os acontecimentos.
No primeiro dia do festival fui ao secretaria em busca de um programa mais detalhado, mas não consegui mais do que o que já tinha conseguido na Internet.
A meio da tarde o céu escureceu e choveu com muita intensidade durante bastante tempo. Serviu-me de abrigo a torre do castelo. Nunca esperei tal utilidade, mas aproveitei o tempo para alinhar algumas fotografias.
Terminada a chuva o recinto estava encharcado e desértico, mas rapidamente ganhou vida. A tenda da Taberna/restaurante serviu de salão para a actuação dos Pauliteiros de Sanhoane. Foi a primeira vez que vi este grupo a actuar e gostei bastante. As músicas são as mesmas dos Pauliteiros de Miranda, mas há muitas diferenças nos trajes, nos passos e no próprio bater dos paus, o que torna este folclore ainda mais interessante. As últimas músicas já foram dançadas na Praça da Misericórdia.
 Perto das cinco da tarde, já com um céu esplêndido, concentraram-se todos os músicos, dançarinos e figurantes junto à igreja de S. Francisco para um grande desfile pelas ruas da vila. Não sei se lhe deva chamar Desfile Medieval, Desfile Etnomusical ou se tem outra qualquer designação, mas foi excelente encontrar toda a animação concentrada, caso contrário, nunca me teria cruzado com alguns grupos.
Foi no início do desfile que chegaram algumas das figuras mais características do concelho: o farandulo de , o velho de Vale de Porco, o velho e o chocalheiro de Bruçó. Não sei se me passou despercebido, mas não vi o chocalheiro de Bemposta!
Só para ver todas estas personagens juntas já valia a pena vir a Mogadouro.
O desfile percorreu o centro da vila: Largo Trindade Coelho, Av. Regimento dos Comandos, Av. Nossa Senhora do Caminho, Praça Eng. Duarte Pacheco, Rua Santa Marinha, Rua João de Freitas, Largo da Misericórdia, Castelo. As pessoas saíram à rua para ver o desfile. Foi bonito de se ver.
Quando o cortejo chegou ao Castelo foi lido o foral na janela da torre. Também foi um momento interessante.
Este desfile, à parte os concertos foi um dos pontos altos do festival.
 A noite foi animada por Velha Gaiteira, Charanga e Dazkarieh. O grupo Velha Gaiteira encaixa na perfeição nos ritmos e gostos das pessoas do planalto. Tal como Las Çarandas cativaram o público e interagiram com ele. Não me apercebi do grupo Charanga! Houve uma performance musical no meio do público, talvez tenha sido do Charanga.
Entretanto o palco foi preparado para o cabeça de cartaz da noite, Dazkarieh. Dos grandes, este é o grupo que já ouvi mais, em virtude de ter um bom conjunto de CD's lançados. Talvez por ter grandes expectativas o que vi e ouvi não me satisfez completamente.
 As noites estiveram sempre muito frias, também pela localização do palco, no ponto mais alto da vila de Mogadouro. O álcool ajudou a aquecer o ambiente, com as tasquinhas a fazerem um bom negócio com cerveja, vinho e sangria. Muitos jovens levaram garrafas de bebidas nas mochilas, que partilhavam entre eles. O ambiente esteve sempre animado, mas sem excessos, pelo menos até ao final dos concertos.
Anterior: Festival Terra Transmontana 1/3 
Continua:  Festival Terra Transmontana 3/3

--
Publicada por Blogger às À Descoberta de Mogadouro a 7/25/2014 06:34:00 da tarde