quinta-feira, 9 de setembro de 2010

[À Descoberta de Vila Flor] Cantos da Montanha ( I - 4)

A terra onde nascemos
não cabe no olhar,
nem é orçada por métrica terrena.
É emoção de profundo interrogar.
Um espaço interior a edificar
o que de invisível emerge
do que se afasta
e sempre de mais longe nos acena.
É ajustar aos desígnios do Sagrado
nosso ténue fio de tear,
já que o labor e o tecido urdido
não são da nossa conta.
Os lírios irradiam luz, de noite,
mas são ignorantes de luar.
É o canto matinal do pássaro
entre vergôntea e céu,
sempre mais alto,
sempre mais vibrante,
abrindo em gomos o esplendor da alba,
sem explicar a luz!

Poema do mais recente livro do Dr. João de Sá, Cantos da Montanha (Canto I, 4).
A fotografia foi tirada na caminhada do Domingo passado e mostra um pastor de Vilas Boas com as suas ovelhas.

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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Vila Flor a 9/09/2010 12:19:00 AM

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