Na senda das "Peregrinações" já realizadas, seguiu-se no dia 5 de Outubro, Nossa Senhora do Rosário em Freixiel.
Há várias razões para este santuário seja um dos mais importantes do concelho. Desde logo a importância histórica da aldeia de Freixiel, outrora sede de concelho com o mesmo nome, mas também a sua riqueza agrícola; a localização do pequeno "calvário" muito próxima da aldeia, fazendo mesmo parte dela e, não menos importante, a devoção dos habitantes a Nossa Senhora.
A ligação por caminhos rurais entre Vila Flor e Freixiel á dos mais simples, e talvez dos mais antigos. O percurso é feito quase em linha recta, aproveitando a geografia do terreno juntando-se, ou seguindo de perto os cursos de água. Trata-se de um percurso já feito e descrito no blogue por várias vezes. Desta vez houve uma novidade, foi a primeira vez que o fiz acompanhado.
Quase sem darmos por isso estávamos em Samões. Entrámos na aldeia por detrás da igreja e seguimos pela Rua do Salgueiral. Algumas das casas senhoriais estão a ser recuperadas mantendo as características originais, o que é de louvar. Numa delas encontra-se a Capela de S. Francisco, construída em 1872 e pertencente à família Almendra.
Um pouco mais abaixo, junto à fonte, ainda houve tempo para espreitar pela porta envidraçada da capela de Nossa Senhora do Rosário, com o seu cabido e púlpito exteriores.
Depois de abandonar a aldeia, o percurso é muito agradável. Um caminho muito bom, repleto de curiosidades naturais que surgem aqui e além, na berma do caminho. As ribeiras ainda não têm água corrente, mas a erva fresca já se manifesta por todo o lado.
Entre montados e fragas há bonitas vinhas que, este ano se apresentam repletas de suculentas uvas. Foram vários os grupos de vindimadores que encontrámos.
Já à chegada à aldeia de Freixiel fizemos um desvio para visitarmos a tão famosa (e singular) forca. Além do monumento em si, o promontório onde está situada é um excelente miradouro virado para a aldeia. Foi excelente a ideia de colocarem aqui um painel com uma fotografia panorâmica e a sinalização dos principais pontos de interesse.
Seguimos pela Rua do Ribeirinho e depois em direcção ao Pelourinho. Não sem antes termos visitado as antigas (e bonitas) fontes. O Pelourinho de Freixiel está classificado como Imóvel de Interesse Público. É um pelourinho quinhentista de «coluço», tipicamente manuelino.
Depois de uma curta paragem subimos à capela de Nossa Senhora do Rosário, destino final da nossa caminhada. Do alto da escadaria também se têm uma bonita visão da aldeia e de todos os terrenos que a rodeiam.
Nesta capela também existe uma janela de vidro que permite observar o seu interior. Tem até uma lâmpada que se acende quando detecta movimento, coisa pouco habitual em todas as "Peregrinações" já realizadas. Também notei que foi construída uma pequena cobertura por cima da porta que a protege da chuva. Não estava lá da última vez que visitei a capela.
Quando descemos à aldeia, já passava um pouco do meio-dia e meia hora. Seria impraticável tentar regressar a Vila Flor a caminhar. Depois de percorrermos algumas ruas e conversarmos com algumas pessoas, telefonámos para o "carro de apoio" que nos foi buscar a Freixiel a tempo de almoçarmos com a família.
Foi uma (curta) caminhada muito agradável, num dia também muito agradável. Além dos monumentos visitados, das paisagens admiradas e das pessoas com quem trocámos impressões é realçar as saborosíssimas uvas que comemos pelo caminho. As caminhadas no Outono têm alguns atractivos extra.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Vila Flor a 10/17/2010 11:19:00 PM
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