As festas em honra de S. Bernardo, em Santa Comba da Vilariça, tiveram lugar nos dias 17 e 18 de Agosto. Aproveitei o fato de estar em Vila Flor para fazer uma visita à aldeia e acompanhar a procissão.
Santa Comba da Vilariça é uma grande aldeia, que me dá muito prazer fotografar e encontra-se refastela no belo e fértil vale da Vilariça, de horizontes largos e céu azul.
Cheguei a Santa Comba a meio da tarde. O movimento nas ruas era pouco e só a banda de música de Rebordelo alegrava o largo enquanto os poucos ouvintes se refugiavam nas sombras das árvores.
Na igreja já os andores estavam preparados para a majestosa procissão. As pessoas da aldeia em geral e as zeladoras dos altares, em particular, têm muito brio na decoração dos andores., em grande número, mais de uma dúzia! Estavam todos espetaculares, com flores naturais das mais variadas espécies e cores, todos muito harmoniosos com as imagens, que diferem bastante em tamanho umas das outras.
Curiosamente não foi dado qualquer destaque ao andor de S. Bernardo, que se encontrava no meio dos restantes sem nada que o identificasse ( a quem não conhecesse a imagem). Tenho visto nalgumas festas, e aprecio, a colocação de uma pequena placa identificativa das imagens nos altares. Algumas não são uma tarefa fácil para leigos (e mesmo para estudiosos de arte sacra). Não raras vezes as imagens não corresponde ao santo venerado.
O andor de Santa Comba, estava ao fundo da igreja. É de realçar que Santa Comba não é a padroeira da aldeia. A sua imagem até já esteve na sacristia, mas agora está na capela mor, lateralmente, do lado do evangelho, perto do padroeiro S. Pedro. Não sei as origens da festa a S. Bernardo, mas penso que não existe na aldeia nenhuma capela devota a esta santo.
Gostei de ver a imagem de S. Jorge, montado no seu cavalo. Numa das últimas vezes que passei por Santa Comba em bicicleta a sua capela andava em obras. Gostava de um dia lhe fazer uma visita.
Menos familiares para mim, e que necessitei de alguma ajuda para identificar as imagens foram S. Lúcio e S. Judas Tadeu. Além dos andores que já referi havia ainda o de S. Sebastião (com uma capela no Calvário), Menino Jesus, Nossa Senhora do Rosário, Santo António, Nossa Senhora de Fátima, Sagrado Coração de Jesus, Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Claro que o mais importante na religião cristã é a fé e não o tamanho da imagem ou os enfeites do andor, mas foi impossível não notar a beleza dos arranjos.
Vadiei pela aldeia, espreitando alguns recantos. O sol escaldante foi adormecendo e com ele a luz, elemento primordial da fotografia (tal como a fé para a igreja). Temi que quando a procissão saísse já o sol estaria adormecido para os lados de Vale Frechoso.
Notei que as pessoas de Santa Comba têm bastante vaidade nas suas casas. Estão muito arranjadas (salvo raras exceções) e as ruas limpas.
A procissão começou a sair da igreja às 19 horas. Alguém "plantou" um carro no largo em frente à igreja! Falta de estacionamento ou excesso de protagonismo? Coisas destas acontecem em todo lado, então em Vila Flor... nem se fala...
A volta pelas ruas da aldeia é longa e demorada. Quando os primeiros andores chegaram à Rua do Cais já o sol os pintava de dourado no seu último adeus e havia ainda muito caminho para percorrer.
Se devo louvar a o empenho no arranjo e transporte de andores, bandeira e estandartes não posso deixar de referir que muitas pessoas assistem ao "espetáculo" das suas varandas. Não estarei eu a contribuir para essa cultura? É possível. É o fruto dos tempos que atravessamos. Parece-me que há que reformular as práticas religiosas.
Quando a procissão recolhei à igreja matriz abandonei Santa Comba. À noite houve muita animação com o grupo Golpe de Estado, que já se fazia ouvir quando passei pelo largo da Eiras.
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Publicada por Blogger em À Descoberta de Vila Flor a 9/08/2012 05:17:00 p.m.
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