Tenho um conjunto de caminhadas do conjunto "Peregrinações" por partilhar no blogue, mas, a realizada no dia 29 de Janeiro teve alguns atractivos extra e é dela que eu vou "falar".
A escolha recaiu no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Alagoa. Esta preferência, prendeu-se, entre outras razões, com o facto de ter havido queda de neve nos dias 27 e 28 de Janeiro. Este santuário é o ponto mais alto do concelho e, seguramente um dos mais frios. Ainda ontem, numa deslocação a Carrazeda, pude verificar que ainda há alguns vestígios de neve, que aí se mantém há mais de uma semana.
Devido ao frio houve bastante indecisão na partida de Vila Flor, que acabou por acontecer um pouco depois das 10 horas da manhã. Havia algumas nuvens, mas o sol brilhava (o que não significa que não fizesse muito frio). O percurso escolhido, sem ser grande novidade, pretendia também levar o meu acompanhante nesta "Peregrinação" por caminhos diferentes dos já percorridos anteriormente: uma passagem por Carvalho de Egas, Nossa Senhora do Castanheiro, Valtorno, ruínas da capela de Santo Apolinário, Alagoa e Santuário de Nossa Senhora de Fátima. O regresso, desde inicio que estava previsto ser feito de carro. Dada a hora adiantada da partida já seria uma aventura conseguirmos chegar ao destino sem entrarmos muito pela tarde adentro.
O primeiro ponto de realce aconteceu junto ao campo de futebol de 11 de Samões. As obras do IC5 vão avançando e já é possível utilizar uma passagem superior entre Samões e a barragem Camilo Mendonça. Já junto a Carvalho de Egas o traçado é difícil e as máquinas continuam a desgastar o rijo granito. O acesso à aldeia pelo caminho escolhido não foi fácil. Futuramente haverá uma passem inferior mas os acessos ainda não estão criados, nem está para breve a sua criação.
Em Carvalho de Egas fizemos uma rápida passagem em frente à igreja e na antiga escola primária, sede da associação Alegre Atitude. Por sorte estavam a decorrer aulas de educação musical, sendo possível visitar o interior. Além de um bar, foi criado uma pequena cozinha e a "sala de aulas" recuperada para utilizações variadas. É um excelente aproveitamento do espaço (embora em preferisse que continuasse com as funções para que foi criado, sinal de que haveria muitas crianças na aldeia). Atravessámos toda a aldeia, subimos em direcção ao santuário de Santa Cecília e depois cortámos à direita em direcção à igreja de Nossa Senhora do Castanheiro.
Neste local começámos a encontrar os primeiros vestígios de neve, localizada nos locais mais sombrios. Mas na aldeia, situada a uma cota inferior, não havia vestígios dela.
Pouco depois das 12 horas estávamos em Valtorno. Depois de uma espreitadela nalgumas curiosidades da aldeia, tudo muito rapidamente, seguimos em direcção às ruínas da capela de Santo Apolinário. Valtorno é uma aldeia cheia de história e valeria a pena visitar a antiga capela de Nossa Senhora do Rosário, ou mesmos as suas curiosas fontes.
Não me recordava muito bem do percurso a seguir para a capela, pois em tantos anos À Descoberta, apenas estive aí uma vez, em Junho de 2007. O meu sentido de orientação esteve correcto e chegámos, pouco depois de deixarmos a aldeia. Em volta da capela há imensa água. Custa até a acreditar como a construíram num local tão pantanoso! Não foi possível aproximarmo-nos muito.
A caminho do povoado de Alagoa, por caminhos com grande inclinação, foi aumentando a quantidade de neve. Talvez tenha atingido a altura de 10 cm de altura nalguns locais! Apesar disso, por ali passou um veículo pesado e algum rebanho.
Atingida a estrada do Vilarinho, e dado o adiantado da hora, não seguimos para a aldeia. Decidimos seguir a corta-mato, pelo meio dos pinhais, até ao alto do santuário. Nesta zona havia mesmo muita neve! Apesar do cansaço, a paisagem era deslumbrante e justificou plenamente a escolha e o esforço para ali chegar.
No alto do monte está em uma casa em construção. Em redor foram abatidos muitos pinheiros que abriram bastante o horizonte. Agora sim, está aqui um excelente miradouro.
Como seria de esperar, a pequena capela que me lembra sempre um barco, estava fechada. Embora desejasse lá entrar, o seu interior é do mais simples que se pode imaginar.
No alto do cabeço, a mais de 850 metros de altitude, ligámos para casa para nos virem buscar. Nesse entretanto, descemos ao povoado, onde também ainda havia bastante neve, que derretia aos poucos e caía em gélidas gotas dos beirais dos telhados.
A nossa caminhada terminou em frente da capela do Espírito Santo, no centro da aldeia. Uma pomba esculpida sobre a porta é bem ilustrativa do culto aí praticado. Ainda encontrámos alguns habitantes, mas àquela hora já nem valia a pena tentar encontrar quem nos abrisse a porta da capela.
Foram cerca de 15 quilómetros de boa disposição e bonitas paisagens. Quase nem demos pelo cansaço e a neve trouxe uma motivação extra a esta caminhada. Foi simplesmente fantástica!
Percurso da Caminhada
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Vila Flor a 2/05/2011 08:00:00 PM
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