quarta-feira, 13 de abril de 2011

[À Descoberta de Vila Flor] Peregrinações – Igreja Matriz de Santa Catarina (...

Carvalho de Egas é aqui tão perto que não há percurso de BTT ou caminhada que parta na direcção poente do concelho que não passe por esta aldeia. No entanto, desde 2007 que tento visitar a sua igreja matriz, orago de Santa Catarina, mas nunca tive sucesso. No dia 12 de Dezembro de 2010 tentei a minha sorte mais uma vez.
O percurso até Santa Cecília, passando por Carvalho de Egas, é o meu preferido quando quero partilhar com alguém as emoções de descobrir o concelho, seja de bicicleta, seja a pé. Já o fiz inúmeras vezes com crianças, jovens e adultos, é muito agradável.
No dia 12 parti sozinho, mais uma vez, em direcção a Carvalho de Egas. Pelo facto de estar sozinho, decidi dar um pouco mais de adrenalina ao percurso, desviando-me de todos os caminhos e estradas que normalmente utilizo. Segui uma rota normal até Samões, mas depois percurri os poucos quilómetros que separam esta aldeia da de Carvalho de Egas, pelos montes, ao estilo de um caçador (mas de imagens).
Sempre que passo na estrada nacional, entre Samões e Carvalho de Egas, o meu olhar foge em direcção a Norte perdendo-se entre rochas, pinheiros e carvalhos sem fim. Mesmo junto à estrada começa um vale cheio de esculturas em granito, daquelas que a própria natureza esculpiu, que perduram e assim hão-de ficar até ao final dos tempos (quem sabe?). É uma zona de giestas e arçãs rasteiras, bem mais fácil de percorrer do que as que se existem em zonas xistosas do concelho, onde as estevas crescem e rasgam a roupa (e a carne) a quem se aventura no seu reino.
Depois de Samões são algumas cristas de quartzitos que afloram nos pontos mais altos e que chamam a atenção. Depois, é o granito que domina, quase até ao Douro, já no concelho de Carrazeda de Ansiães.
É algures nesta zona onde apenas resistem alguns castanheiros e amendoeiras que encontrei inspiração para fotografar algumas rochas curiosas. Este lugar assume nomes como Carvalhal, Barreiro e Chã. Não encontrei nem uma, nem duas mas mais de meia dúzia de rochas dignas de serem mostradas.
Pouco tempo depois cheguei a Carvalho de Egas. O meu destino era a pequena igreja matriz que tem o mais melodioso relógio do concelho. Mais uma vez, estava fechada.
Esta igreja tem gravado na ombreira da porta do frontispício "FESCE ESTA OBRA NO ANNO 1772 SENDO VIGARIO LVIS ESTEVES". Esta será o ano da reconstrução, uma vez que a original poderá ser mais antiga.
Apreciei com atenção todo o exterior. O painel de azulejos policromáticos que representam Santa Catarina tem duas curiosidades: inicialmente estava identificado como sendo Santa Filomena; os quatro azulejos que formam a linha superior estão trocados. Seria preciso rodar o conjunto 180 graus para ficarem certos! Esta curiosidade que se encontram noutros painel de azulejos do concelho!
Este painel é bastante enigmático porque um dos símbolos identificativos de Sta Filomena é uma âncora e o de Sta Catarina é uma roda (onde foi martirizada). Nenhum deles aparece no painel. A palma e a espada são símbolos associados a Sta Catarina.
Para regressar a Vila Flor segui pela Rua da Atafona (seria interessante saber porque se chama assim).
Um pouco mais acima cruzei-me com as obras do IC5. Verifiquei com agrado que está quase concluída uma passagem inferior que irá dar seguimento ao caminho. Por esta via se chega rapidamente ao complexo da albufeira Camilo Mendonça, e tudo em seu redor.


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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Vila Flor a 4/13/2011 04:26:00 PM

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