Partiu da sua terra natal, levando-a no coração, a 18 de Novembro de 1950, rumo à Capital, onde foi desempenhar funções no Ministério da Saúde e Assistência, chegando ao cargo de Chefe de Divisão no Hospital Miguel Bombarda. O seu desempenho foi objecto de louvor "pela competência, zelo e dedicação demonstradas no exercício das suas funções" (Diário do Governo, II série, de 28.6.1986).
Em Julho de 1963 licenciou.se em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, dedicando-se ao ensino durante vários anos. Desde cedo abraçou a escrita, colaborando em diversas revistas e jornais diários de Lisboa e Porto, assim como em periódicos Regionais, onde marcou presença com a poesia e os contos, vindo posteriormente a publicar alguns trabalhos em livro. Cultivou o teatro, tendo uma boa parte sido objecto de adaptação radiofónica.
Como orador de alto nível, proferiu palestras em diversos actos de natureza cultural, salientando a realizada em 8 de Maio de 1955, por ocasião da homenagem prestada à grande Poetisa Florbela Espanca, intitulada "Evocação"; em 19 de Maio de 1957, "O Tejo na Poesia Portuguesa"; em 5 de Outubro de 1958, "O Poeta que Encontrou a Estrada de Damasco", sobre Bocage; em 1 de Fevereiro de 1972, foi orador nas "Conversas sobre Arte", com o tema "Dos Séculos XV e XVI, ao Barroco e ao Rococó"; em 30 de Abril de 1984, em homenagem ao Dr. Cabral Adão e a 12 Agosto de 1994, aquando da apresentação do livro "O Passado e o Presente" da autoria do Dr. Artur Guilherme Trigo Vaz.
Tomou parte, com os seus escritos, em vários certames literários pelo que recebeu prémios e menções honrosas como, por exemplo:
- 1°. Prémio em Soneto nos II Jogos Florais da Costa do Sol - 196l
- 1°, Prémio em Poesia Lírica nos Jogos Florais Transmontanos - 1962, do Clube de Vila Real, com o poema "Louvor à Terra e à Gente Transmontana".
- Prémio de Revelação Prosa, em 1973, na colectânea de contos "Concerto para a Vida e Esperança" atribuído pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo.
Entre as diversas obras teatrais merece especial relevo, porque é um presente à terra que o viu nascer, a peça em 3 actos, um quadro e um epílogo "A Alma de Vila Frol".
Nos seus livros está em permanência a sua Vila Flor. Em 1996, publica "Flores para Vila Flor". No prefácio, Joaquim Cerqueira Gonçalves, afirma que "os poemas de João de Sá são uma incomparável incursão pela memória cultural de Vila Flor"; em 1997 um maravilhoso livro de contos, "Um caminho entre as oliveiras" é oferecido a todos os que amam o seu torrão natal; em 2003 vem a lume "Mãe - D'Água - Ficção e Memórias" uma viagem à Vila Flor dos anos 40; em 2006 "Assalto a Uma Cidade Feliz" assinala "a urgência de um regresso ao seu burgo nordestino, através de reminiscências da infância e juventude do autor".
Num permanente abraço à cultura foi, curiosamente, o primeiro visitante do Museu de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian.
Actualmente, João de Sá vive em Lisboa, continuando a escrever, quinzenalmente, as "Memórias de Vila Flor", no jornal regional "Terra Quente".
Transcrito da Agenda Cultural de Vila Flor (Jan., Fev., Mar.e Abr. de 2008)
João de Sá, aquando da representação da sua peça "A Alma de Vila Frol", pelo Grupo de Teatro Amador de Valtorno/Alagoa |
Nota: João Baptista de Sá morreu no dia 23 de Fevereiro de 2012, em Lisboa.
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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 2/27/2012 07:44:00 AM
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