quinta-feira, 29 de maio de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] e de repente é noite (XXVI)

Ficar em paz com as coisas.
Redescobrir-me no rumorejar
branco das amendoeiras.
Inscrever na cortiça dos anos
a leveza das primeiras verdades.
Atingir a serenidade
das pedras aguçadas
pelos crepúsculos longos.
Saber que cada cidade
é uma falha humana irreparável
e que esta sede
só a sede a dessedenta.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Flores de amendoeira.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 5/29/2014 10:10:00 da tarde

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