sexta-feira, 9 de maio de 2014

[À Descoberta de Vila Flor] e de repente é noite (XXIII)

Sei que o corredor me levava
ao nicho da imagem
que de luar cristalizado
se fizera.
Ali findavam
meus ardentes périplos
alvorejando, na glicínia,
arcos de invisíveis primaveras.
Era tudo mais distante
que as palavras.
Onde recordo incendeiam-se grutas
diante de quase nada:
um queixume num recesso de tédio;
o aroma, o rumor
de um fruto sobre a terra.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.

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Publicada por Blogger às À Descoberta de Vila Flor a 5/09/2014 09:54:00 da tarde

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