Continuação de: À Descoberta de Ribalonga (2.ª Parte)
Depois de largos minutos de contemplação, desci os socalcos e segui em direcção ao cemitério. Junto deste existe uma capela recuperada recentemente. Foi colocada uma pequena torre sineira, arranjado o chão, paredes e o altar em talha, que estava bastante deteriorado. O interior está limpo e é luminoso. A recuperação deste espaço foi feita também com o objectivo de para aqui se mudar a imagem de Nosso Senhor dos Passos. A idade avançada dos seus menos de 100 habitantes causa a desconfiança de que a distância da capela poderia ser mais uma dificuldade para a incorporação do andor com esta imagem nas procissões. Assim, a capela é usada no dia dos Fieis Defuntos e, ocasionalmente, nalgum funeral.
No cemitério, com uma excelente localização, admirei uma bonita cruz em granito e os pináculos, que superam em beleza os da igreja. Junto deste bairro encontrei também uma das mais altas e invulgares oliveiras que já vi na vida!
Dei continuação ao passeio seguindo pela rua da Fonte. Não tinha encontrado registado em lugar algum a existência de uma fonte de mergulho, mas, na verdade, há uma nessa rua. Encontra-se numa posição bastante inferior em relação ao caminho, mas talvez nem sempre tenha estado assim. As fontes não descem, normalmente são os caminhos que sobem a fim de serem alargados e nivelados. Está cheia de água e parece-me que pode acarretar algum perigo para quem passa no caminho.
Por cima da fonte, junto a um medronheiro e um pequeno espaço ajardinado, foi feito um nicho em xisto. Tem no seu interior a imagem de S. António, com o Menino ao colo.
Próximo desta, e num espaço muito bem arranjado, está outra fonte que tem gravado o ano de 1938. O tanque com lavadouros é recente. Só aqui faz falta alguma sombra, para o espaço se tornar mais agradável.
Seguindo pela rua da Fonte fui de novo dar à fonte de Santa Marinha. Desta vez sentei-me à sua frente, à sombra, uma vez que o sol do meio-dia estava quente. É feita em granito bem aparado e limpo recentemente. Tem ao centro um painel de azulejo em azul e branco feito em Coimbra. Ao centro diz: "Fonte de Santa Marinha". Não provei a água. Não encontrei ninguém a quem perguntar se a mesma era potável, nem havia qualquer placa indicativa do contrário.
Depois de alguns minutos de descanso subi à rua do Cimo do Povo. Tal como em quase toda a aldeia, também aqui se combinam as casas bonitas, recuperadas, com as mais antigas, em ruínas, algumas do início do século XX. As varandas tradicionais, em madeira, já não são muito frequentes mas aqui fui encontrar algumas. Do lado de baixo da estrada, quase escondida, encontrei uma espécie de nascente.
Regressei à rua da Calçada disposto a percorre-la até ao fim. É longa e sempre a descer, seguindo o declive do vale orientado para o Douro. Embora pouco povoada, é uma rua antiga, que já conheceu melhores dias. Melhor, nunca deve ter estado o acesso, através do Canelho Novo, composto, que nos conduz à rua da Amendoeira, a mais movimentada da aldeia. Ainda desci alguns metros na esperança de encontrar aberto o espaço comercial constituído por um minimercado e um café, que outrora ali existiu. Estava fechado, e já assim deve estar há alguns anos.
De regresso ao largo do coreto passei pela antiga escola Primária. Riba Longa teve escola primária masculina desde 1901, até que a diminuição da população e a falta de uma política de desenvolvimento local levaram ao seu encerramento, há poucos anos. O edifício serve actualmente para convívios entre a população. Merece ser recuperado e arranjado o espaço envolvente.
Do alto das escadas de uma casa em frente à escola chegou-me uma calorosa "Boa tarde". Uma criança com cerca de quatro anos olhava-me com olhos curiosos. Alguém que passa na rua, ainda que desconhecido, é bem-vindo para quem vive quase sozinho, sem outras crianças para brincar. São assim as nossas aldeias.
Quando cheguei ao local onde tinha iniciado o meu percurso pela aldeia senti-me bastante satisfeito com o que tinha visto e fotografado. Há sempre coisas diferentes para ver, e Descobrir Ribalonga sem fazer uma visita à Fragas das Ferraduras e às pinturas rupestres do Cachão da Rapa é imperdoável. Recordo-me vagamente do caminho e sei que ainda é bastante longe. Farão parte do programa de uma nova visita a Ribalonga.
Subi pela estrada municipal em direcção a Castanheiro do Norte. A inclinação é grande mas vale a pena fazer algumas paragens onde a largura da estrada o permitir com segurança. A paisagem que se estende vale abaixo é deslumbrante. As linhas ondulantes dos socalcos, os reflexos do sol nos arames, as rústicas paredes de xisto que mal deixam ver o solo, tudo são elementos de um dos mais belos quadros de Portugal.
Não quis terminar a visita sem percorrer a estrada Nacional 214 durante alguns quilómetros em direcção a Foz-Tua. Com a luz rasante do final do dia a entrar pelo vale adentro foi-se instalando a hora do silêncio. Aos poucos os pássaros regressaram aos seus locais de repouso e Ribalonga aninhou-se no quentinho do seu vale.
Terminou mais um dia.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/31/2011 08:30:00 AM
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terça-feira, 31 de maio de 2011
[À Descoberta de Vila Flor] Candoso (02)
Há dias, numa passagem por Candoso em mais uma "peregrinação"parei um pouco junto a um espaço com pequenas hortas que existe no centro da aldeia. É muito curiosa a forma esmerada com que tratam estes pequenos canteiros, apesar de cada vez haver menos gente a cuidá-los. Mas foi a roseira, coberta de rosas vermelhas, que foi a minha escolha para partilhar hoje. Isto também porque, em todas as aldeias, por estes dias, podemos apreciar bonitos jardins cheios de flores de todas as cores.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Vila Flor a 5/31/2011 08:00:00 AM
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[À Descoberta de Mogadouro] Na Barca
Barca é um lugar da freguesia de Brunhoso, junto ao Rio Sabor, onde se realizou o almoço da caminhada que teve lugar no dia 29 de de Maio. Brevemente serão publicadas mais fotografias deste evento.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Mogadouro a 5/31/2011 01:13:00 AM
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[À Descoberta de Miranda do Douro] Em Malhadas
No Sábado passado à tarde, à passagem por Malhadas encontrei este simpático grupo. Após a fotografia, em parte consentida, em parte "forçada", surgiu uma interessante conversa a respeito da forma de dançar dos Pauliteiros. É importante que cada grupo, que corresponde normalmente a uma aldeia, mantenha a sua identidade, traduzida na forma de dançar, uma vez que os trajes são muito semelhantes (com raras excepções).
Já tenho saudades de ver dançar os Pauliteiros, mas, estou em crer que no próximo Verão terei várias oportunidades para os apreciar.
Até lá deixo de novo um vídeo que fiz em Malhadas, nas festas de Santa Bárbara em 2009.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Miranda do Douro a 5/31/2011 12:29:00 AM
Já tenho saudades de ver dançar os Pauliteiros, mas, estou em crer que no próximo Verão terei várias oportunidades para os apreciar.
Até lá deixo de novo um vídeo que fiz em Malhadas, nas festas de Santa Bárbara em 2009.
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segunda-feira, 30 de maio de 2011
[À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta] V caminhada pela calçada de Alpaj...
Reportagem da Porto Canal da V caminhada pela calçada de Alpajares, Freixo de Espada à Cinta.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 5/30/2011 01:24:00 AM
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domingo, 29 de maio de 2011
[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] À Descoberta de Ribalonga (2.ª Parte)
Continuação de: À Descoberta de Ribalonga (1.ª Parte)
Um pouco ao acaso, continuei pela rua das Cortinhas que conduz ao largo do "Choupo". Compreendi, sem dificuldade, que ali era o coração da aldeia. Existem à volta deste largo: a igreja matriz; a fonte de Santa Marinha; a sede da Junta de Freguesia; a confluência de 4 ruas que partem em direcções opostas, permitindo alcançar todo o povoado.
As igrejas são um dos pontos de referência que nunca perco em qualquer aldeia que visite. Como seria de esperar, estava fechada, mas não dei o tempo por perdido. Das traseiras da mesma têm-se uma bonita vista do bairro do Barreiro e dos socalcos em frente, cheios de vinha e olival. Apetece passear o olhar, vale abaixo, em direcção ao Douro. É um bom local para repousar, acompanhado por uma velha oliveira, ainda carregadinha de negras azeitonas, uma romãzeira e uma mimosa em flor, onde um pintassilgo cantava incessantemente.
Embora a igreja de Ribalonga se tenha tornado autónoma da de Linhares no início do séc. XVI, a pobreza dos habitantes e o domínio incondicional de uma só família, não permitiram a construção de um grande templo. Sabe-se que em 1562 existia aqui uma pequena capela coberta com colmo. Em 1687 era pároco de Riballonga, Domingos de Mendes, tendo já orago de S. Marinha. A igreja actual deve ter sofrido várias remodelações e ampliações, ficando com o aspecto actual em 1714, ano inscrito na padieira da porta do frontispício.
Curiosamente, em 1680 já existia em Ribalonga (Quinta de Ribalonga) a capela do Espírito Santo, mandada fazer por Manuel de Mello Sampayo, pertencente ao Margadio da Senhora da Graça. Que é feito dessa capela? Será que se tratava da capela do Senhor dos Passos?
Completada a volta à igreja, reparei nas curiosas "torres", sobre os pilares que suportam o gradeamento. Segui pela rua da Calçada. A poucos passos de distância encontram-se as ruínas de uma casa brasonada. Trata-se de um brasão dos Sampaios. Conhecida como a casa dos Viscondes, é o oposto daquilo que a história diz sobre a importância desta casa e desta família para a aldeia de Ribalonga.
Os senhores Sampaio eram donos absolutos de todo o termo de Ribalonga. Além dos terrenos que geriam directamente, arrendavam os restantes, recebendo de renda centeio, trigo, azeite galinhas, marrã, peixes do rio e dinheiro. É de salientar que o vinho não tinha na altura (séc. XVII) a importância que tem hoje. Os terrenos estavam divididos por 65 casais.
Em 1759 o morgado de Ribalonga, Antonio de Mello S. Payo Pereira Pinto do Lago, pede ao rei que lhe sejam devolvidos os concelhos de Vilarinho da Castanheira e de Ansiães. Estas terras estavam doadas à família Sampaio desde o séc. XIV.
À entrada da Canelha de Cima dei comigo a pensar: as casas humildes, perduraram, estão recuperadas; as casas ricas, sumptuosas, estão em ruínas. No portal do que já foi um lagar de azeite o ano de 1717 atesta a antiguidade da construção. Foi nesta canelha que me apercebi da combinação do xisto e do granito na construção das casas.
Na Canelha de Baixo fui encontrar ruas estreitas e casas degradas. Uma amostra do que terá sido o início da aldeia. Mesmo assim, ainda há gente a morar ali.
De regresso à rua da Calçada, resisti à tentação de continuar a descida. Após admirar o gradeamento em ferro forjado numa varanda de uma casa tradicional, descobri, por acaso, a rua da Fonte do Vale. Rua, é favor, uma vez que se trata de um passagem que se vai tornando cada vez mais estreita e íngreme e que conduz à ribeira da Lavandeira. É um bom percurso pedestre, que segui com entusiasmo, pois onde está a rua da Fonte, deve estar a fonte. Esta encontra-se já fora da povoação, depois de atravessada a ribeira. Não me foi difícil imaginar que se tratou de um dos principais pontos de abastecimento de água da aldeia. O estreito caminho era percorrido pelas mulheres com o cântaro à cabeça, que alinhavam pela ordem de chegada junto da fonte, enquanto esperavam pela sua vez.
A fonte teve no passado um aspecto bastante diferente, uma vez que agora está completamente fechada, sendo mais um reservatório que alimenta um tanque de lavar a roupa, também ele pouco ou nada utilizado. É um local agradável, exposto ao sol e com cheiro a citrinos.
Decidi continuar a afastar-me da aldeia subindo alguns socalcos com vinha. Tal como esperava, a paisagem que dali se avista é magnífica. É possível ter uma noção perfeita de quase todas as ruas, para completar a visão que se tem da Estrada Nacional, do sítio do Rebentão, para onde as pessoas de Ribalonga se deslocavam a pé, quando queriam apanhar os transportes públicos para o Tua ou para a sede de concelho. Subi mais um pouco a encosta até que um bando de tordos assustados abandonou um rectângulo de mato encaixado no meio dos socalcos. A minha curiosidade pela flora levou-me a encontrar arçãs (já em flor!), madressilva e medronheiros. Na descida pela rua da Fonte do Vale também encontrei alguns pés de sumagre!
Sentei-me numa parede a olhar a aldeia. A tranquilidade era imensa, só interrompida pelo canto de um garnisé, sempre enérgico, na rua do Barreiro.
Continua
À Descoberta de Ribalonga (3.ª Parte)
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/29/2011 08:30:00 AM
Um pouco ao acaso, continuei pela rua das Cortinhas que conduz ao largo do "Choupo". Compreendi, sem dificuldade, que ali era o coração da aldeia. Existem à volta deste largo: a igreja matriz; a fonte de Santa Marinha; a sede da Junta de Freguesia; a confluência de 4 ruas que partem em direcções opostas, permitindo alcançar todo o povoado.
As igrejas são um dos pontos de referência que nunca perco em qualquer aldeia que visite. Como seria de esperar, estava fechada, mas não dei o tempo por perdido. Das traseiras da mesma têm-se uma bonita vista do bairro do Barreiro e dos socalcos em frente, cheios de vinha e olival. Apetece passear o olhar, vale abaixo, em direcção ao Douro. É um bom local para repousar, acompanhado por uma velha oliveira, ainda carregadinha de negras azeitonas, uma romãzeira e uma mimosa em flor, onde um pintassilgo cantava incessantemente.
Embora a igreja de Ribalonga se tenha tornado autónoma da de Linhares no início do séc. XVI, a pobreza dos habitantes e o domínio incondicional de uma só família, não permitiram a construção de um grande templo. Sabe-se que em 1562 existia aqui uma pequena capela coberta com colmo. Em 1687 era pároco de Riballonga, Domingos de Mendes, tendo já orago de S. Marinha. A igreja actual deve ter sofrido várias remodelações e ampliações, ficando com o aspecto actual em 1714, ano inscrito na padieira da porta do frontispício.
Curiosamente, em 1680 já existia em Ribalonga (Quinta de Ribalonga) a capela do Espírito Santo, mandada fazer por Manuel de Mello Sampayo, pertencente ao Margadio da Senhora da Graça. Que é feito dessa capela? Será que se tratava da capela do Senhor dos Passos?
Completada a volta à igreja, reparei nas curiosas "torres", sobre os pilares que suportam o gradeamento. Segui pela rua da Calçada. A poucos passos de distância encontram-se as ruínas de uma casa brasonada. Trata-se de um brasão dos Sampaios. Conhecida como a casa dos Viscondes, é o oposto daquilo que a história diz sobre a importância desta casa e desta família para a aldeia de Ribalonga.
Os senhores Sampaio eram donos absolutos de todo o termo de Ribalonga. Além dos terrenos que geriam directamente, arrendavam os restantes, recebendo de renda centeio, trigo, azeite galinhas, marrã, peixes do rio e dinheiro. É de salientar que o vinho não tinha na altura (séc. XVII) a importância que tem hoje. Os terrenos estavam divididos por 65 casais.
Em 1759 o morgado de Ribalonga, Antonio de Mello S. Payo Pereira Pinto do Lago, pede ao rei que lhe sejam devolvidos os concelhos de Vilarinho da Castanheira e de Ansiães. Estas terras estavam doadas à família Sampaio desde o séc. XIV.
À entrada da Canelha de Cima dei comigo a pensar: as casas humildes, perduraram, estão recuperadas; as casas ricas, sumptuosas, estão em ruínas. No portal do que já foi um lagar de azeite o ano de 1717 atesta a antiguidade da construção. Foi nesta canelha que me apercebi da combinação do xisto e do granito na construção das casas.
Na Canelha de Baixo fui encontrar ruas estreitas e casas degradas. Uma amostra do que terá sido o início da aldeia. Mesmo assim, ainda há gente a morar ali.
De regresso à rua da Calçada, resisti à tentação de continuar a descida. Após admirar o gradeamento em ferro forjado numa varanda de uma casa tradicional, descobri, por acaso, a rua da Fonte do Vale. Rua, é favor, uma vez que se trata de um passagem que se vai tornando cada vez mais estreita e íngreme e que conduz à ribeira da Lavandeira. É um bom percurso pedestre, que segui com entusiasmo, pois onde está a rua da Fonte, deve estar a fonte. Esta encontra-se já fora da povoação, depois de atravessada a ribeira. Não me foi difícil imaginar que se tratou de um dos principais pontos de abastecimento de água da aldeia. O estreito caminho era percorrido pelas mulheres com o cântaro à cabeça, que alinhavam pela ordem de chegada junto da fonte, enquanto esperavam pela sua vez.
A fonte teve no passado um aspecto bastante diferente, uma vez que agora está completamente fechada, sendo mais um reservatório que alimenta um tanque de lavar a roupa, também ele pouco ou nada utilizado. É um local agradável, exposto ao sol e com cheiro a citrinos.
Decidi continuar a afastar-me da aldeia subindo alguns socalcos com vinha. Tal como esperava, a paisagem que dali se avista é magnífica. É possível ter uma noção perfeita de quase todas as ruas, para completar a visão que se tem da Estrada Nacional, do sítio do Rebentão, para onde as pessoas de Ribalonga se deslocavam a pé, quando queriam apanhar os transportes públicos para o Tua ou para a sede de concelho. Subi mais um pouco a encosta até que um bando de tordos assustados abandonou um rectângulo de mato encaixado no meio dos socalcos. A minha curiosidade pela flora levou-me a encontrar arçãs (já em flor!), madressilva e medronheiros. Na descida pela rua da Fonte do Vale também encontrei alguns pés de sumagre!
Sentei-me numa parede a olhar a aldeia. A tranquilidade era imensa, só interrompida pelo canto de um garnisé, sempre enérgico, na rua do Barreiro.
Continua
À Descoberta de Ribalonga (3.ª Parte)
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sábado, 28 de maio de 2011
[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] À Descoberta de Ribalonga (1.ª Parte)
Quando, no início do mês de Março, escolhi Ribalonga como meu destino, fiquei cheio de expectativa. Era uma aldeia praticamente desconhecida para mim, uma vez que, apesar de a ter atravessado muitas vezes, poucas foram as que deixei a rua principal (com o bonito nome de rua da Amendoeira), para me aventurar nas ruas e becos que compõem o povoado. Uma excepção aconteceu no final da década de oitenta, já não sei precisar o ano, em que, acompanhado por pessoas da aldeia e alguns amigos caminhámos de Ribalonga até ao Douro, à descoberta da Fraga das Ferraduras e das pinturas rupestres do Cachão da Rapa.
Sempre que realizei alguns passeios nos termos de Parambos e Castanheiro do Norte o olhar fugiu em direcção ao vale, onde as casas parecem estar de tal forma integradas que seria difícil imaginá-lo sem elas. Foram as pessoas que assim o moldaram. À excepção de algumas pequenas parcelas de terra mais planas nas margens da ribeira da Lavandeira, tudo em redor é fruto do trabalho do homem que ao longo de muitas gerações construiu socalcos para segurar punhados de terra onde as oliveiras, amendoeiras, videiras e laranjeiras pudessem fixar as suas raízes. E não é precisa muita. A terra parece ter magia e as plantas crescem, viçosas, dando, ainda hoje, a maior parte do sustento àqueles que não cederam ao impulso da emigração.
A situação geográfica abençoa o vale, protege as suas colheitas e fá-las ficarem prontas cedo, antes do conseguido na zona da frieira, mais próxima da sede de concelho.
Ribalonga é a terra natal da minha tia e madrinha, tirada do calor da pequena aldeia soalheira e levada por meu tio para outra semelhante, algures nos arredores de Mirandela, onde tomaram conta da quinta de uma família abastada. Ali viveram até que o Criador se lembrou deles.
A porta de entrada em Ribalonga é a Estrada Municipal 634 que, desde já alguns anos, serve de alternativa à Nacional 214, que une Castanheiro do Norte a Foz-Tua.
O largo das Amendoeiras, junto ao coreto e ao lagar, é um dos pontos mais centrais e mais procurados da aldeia. Foi aí que estacionei o carro, fazendo todo o percurso de reconhecimento a pé.
O início da manhã em Ribalonga parecia o amanhecer no paraíso! Ouviam-se coros de pintassilgos, verdelhões, tentilhões, milheiros, etc. Todas as espécies de aves anunciavam a Primavera, já próxima. Uma poupa e um rabirruivo digladiavam-se pela posse de um buraco na parede de xisto de um armazém próximo. Sentei-me à sombra de um cedro enquanto preparava o material fotográfico e a "cábula" que me iria acompanhar na visita à aldeia. Para apreciar a beleza basta estar atento, e sensível, mas, para compreender alguma coisa da história que as pedras nos podem contar, é melhor recorrer à sabedoria dos livros.
A primeira surpresa tive-a mal dei os primeiros passos. Na parede há um bonito nicho com uma enorme imagem de S. Marinha. O gradeamento em ferro forjado ostenta o ano de 1992. Pereceu-me uma construção muito recente, mas, pelo que consegui apurar, não havia mesmo nada no local antes dessa data. S. Marinha é a padroeira de Ribalonga, santa de muita devoção. Ao longo da aldeia fui encontrar vários painéis de azulejos com representação desta santa. No séc. XVI já existia em Ribalonga a confraria de Santa Marinha.
Seguindo pela rua de Santa Marinha, encontra-se, pouco depois, um dos principais "postais" da aldeia. Trata-se de uma casa brasonada com uma capela. A pequena janela na parede lateral da capela despertou-me a atenção. Será que teria alguma função? Os pináculos da capela são diferentes dos da casa brasonada, mas igualmente bonitos. Fizeram-me lembrar os da igreja matriz de Marzagão ou da de Linhares. A capela tem o ano de 1766 e, mesmo sendo particular, é nela que está a imagem de Nosso Senhor dos Passos, presença habitual na procissão das festas de Santa Marinha a 18 de Julho.
Continua
À Descoberta de Ribalonga (2.ª Parte)
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/28/2011 08:30:00 AM
Sempre que realizei alguns passeios nos termos de Parambos e Castanheiro do Norte o olhar fugiu em direcção ao vale, onde as casas parecem estar de tal forma integradas que seria difícil imaginá-lo sem elas. Foram as pessoas que assim o moldaram. À excepção de algumas pequenas parcelas de terra mais planas nas margens da ribeira da Lavandeira, tudo em redor é fruto do trabalho do homem que ao longo de muitas gerações construiu socalcos para segurar punhados de terra onde as oliveiras, amendoeiras, videiras e laranjeiras pudessem fixar as suas raízes. E não é precisa muita. A terra parece ter magia e as plantas crescem, viçosas, dando, ainda hoje, a maior parte do sustento àqueles que não cederam ao impulso da emigração.
A situação geográfica abençoa o vale, protege as suas colheitas e fá-las ficarem prontas cedo, antes do conseguido na zona da frieira, mais próxima da sede de concelho.
Ribalonga é a terra natal da minha tia e madrinha, tirada do calor da pequena aldeia soalheira e levada por meu tio para outra semelhante, algures nos arredores de Mirandela, onde tomaram conta da quinta de uma família abastada. Ali viveram até que o Criador se lembrou deles.
A porta de entrada em Ribalonga é a Estrada Municipal 634 que, desde já alguns anos, serve de alternativa à Nacional 214, que une Castanheiro do Norte a Foz-Tua.
O largo das Amendoeiras, junto ao coreto e ao lagar, é um dos pontos mais centrais e mais procurados da aldeia. Foi aí que estacionei o carro, fazendo todo o percurso de reconhecimento a pé.
O início da manhã em Ribalonga parecia o amanhecer no paraíso! Ouviam-se coros de pintassilgos, verdelhões, tentilhões, milheiros, etc. Todas as espécies de aves anunciavam a Primavera, já próxima. Uma poupa e um rabirruivo digladiavam-se pela posse de um buraco na parede de xisto de um armazém próximo. Sentei-me à sombra de um cedro enquanto preparava o material fotográfico e a "cábula" que me iria acompanhar na visita à aldeia. Para apreciar a beleza basta estar atento, e sensível, mas, para compreender alguma coisa da história que as pedras nos podem contar, é melhor recorrer à sabedoria dos livros.
A primeira surpresa tive-a mal dei os primeiros passos. Na parede há um bonito nicho com uma enorme imagem de S. Marinha. O gradeamento em ferro forjado ostenta o ano de 1992. Pereceu-me uma construção muito recente, mas, pelo que consegui apurar, não havia mesmo nada no local antes dessa data. S. Marinha é a padroeira de Ribalonga, santa de muita devoção. Ao longo da aldeia fui encontrar vários painéis de azulejos com representação desta santa. No séc. XVI já existia em Ribalonga a confraria de Santa Marinha.
Seguindo pela rua de Santa Marinha, encontra-se, pouco depois, um dos principais "postais" da aldeia. Trata-se de uma casa brasonada com uma capela. A pequena janela na parede lateral da capela despertou-me a atenção. Será que teria alguma função? Os pináculos da capela são diferentes dos da casa brasonada, mas igualmente bonitos. Fizeram-me lembrar os da igreja matriz de Marzagão ou da de Linhares. A capela tem o ano de 1766 e, mesmo sendo particular, é nela que está a imagem de Nosso Senhor dos Passos, presença habitual na procissão das festas de Santa Marinha a 18 de Julho.
Continua
À Descoberta de Ribalonga (2.ª Parte)
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/28/2011 08:30:00 AM
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[À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta] V Passeio Pedestre pela Calçada de...
No dia 21 de Maio de realizou-se em Freixo de Espada à Cinta mais um passeio pedestre, neste caso o V pela Calçada de Alpajares. Já há alguns anos que ansiava por conhecer com mais pormenor estas paragens. Surgiu mais uma oportunidade e aproveitei-a.
Há mais de 20 anos que passei pela Ribeira do Mosteiro pela primeira vez. Fiquei fascinado. Depois disso por lá tenho passado inúmeras vezes em passeios familiares mas também com grupos de alunos. É, sobretudo, na altura da floração da amendoeira que faço esse percurso.
Desta vez o "convite" apareceu na Internet e como encontrei mais um colega interessado em fazer o Passeio, lá estávamos no dia 21 de Maio, bastante cedo, depois de um interessante percurso pelos concelhos de Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
O "mata-bicho" estava marcada para o miradouro do Penedo Durão, um dos mais bonitos miradouros do Douro. A hora a que cheguei disseram-me disseram-me ser propícia para observação de grifos e abutres de Egito. De facto, não se fizeram esperar. Abundantes e em voos lentos mesmo junto dos penedos. A minha falta de prática neste tipo de fotografia não me permitiu grandes fotos, mas a emoção foi muita.
Ao poucos foram chagando vários autocarros de pessoas. A organização fala em 180 participantes.
Foram servidas inúmeras hipóteses para "matar o bicho". Cativou-me a uma bola de carne, ainda quentinha, e a fruta. Aproveitei para me abastecer de água, mas ela foi distribuída em vários pontos da caminhada. Não faltou o bom vinho da terra, mas, àquela hora, achei que não devia.
Aproveitei para ouvir algumas explicações sobre o movimento de placas e a formação desta escarpa quartzítica que se eleva a cerca de 500 metros de altitude. Novidade para mim foi a existência de marcas de seres vivos que habitavam a terra há cerca de 475 milhões de anos como os icnofósseis. Tudo isto só veio aumentar a minha admiração por este lugar.
A caminhada não começou exactamente no Penedo Durão, mas cerca de 5 quilómetros mais abaixo, junto à estrada para Poiares, freguesia também implicada na organização do evento (e a quem eu devo a minha participação, o que agradeço). Foram distribuídos bastões de apoio a todos os participantes e apercebi-me que iríamos ter a companhia de vários burros de raça Mirandesa e um conjunto de gaiteiro e tamborileiro para animar a caminhada. O som da gaita de foles a ecoar pelas montanhas é fantástico!
Confesso que ao longo dos primeiros 4 quilómetros me senti um pouco desiludido. Estava à espera de caminhar ao longo da escarpa sobranceira ao rio e afinal a caminhada desenvolveu-se a mais de três quilómetros de distância! Quando avistei a tenda onde iria ser servido o almoço, aí é que fiquei mesmo em baixo. Só depois percebi que a caminha não terminava ali, estava praticamente a começar.
Só depois de passar o Castro de S. Paulo, edificado na Idade do Ferro me entusiasmei com a caminhada. Neste ponto já os participantes seguiam espalhados ao longo de vários quilómetros, Confesso que fui o último a chegar ao Castro e por isso tive de recuperar algum terreno na descida da calçada.
Quando me encontrava nesse ponto é que o céu se cobriu de bonitas nuvens brancas e por isso segui o traçado zigzagueante da calçada com um olho no chão, outro no céu à procura de conjuntos perfeitos para registar.
É ao longo deste troço de calçada com cerca de 800 metros que pode ser observada a Fraga do Gato, onde muitos dizem estar gravada gravada uma lontra.
No final da calçada encontra-se a Ribeira da Brita. Os burros tiveram receio de molhar os cascos, mas os cães aproveitaram para se deitarem na água fresca. A temperatura foi-se tornando insuportável.
Ao longo de cerca de 2,5 km o caminho acompanha a Ribeira do Mosteiro. Aliada à frescura da vegetação e ao barulho da água corrente, havia ainda muito colorido de flores de várias cores. Algumas das que me chamaram à atenção foram a arruda e o fel-da-terra.
Depois de encontrada a estrada, a quatrocentos metros da estrada N221, de Barca de Alva, a a pouco mais do Rio Douro, a caminhada continuou para montante, subindo ao longo de 2 km até atingir as alminhas, ponte de referência muito conhecido. Ao longo deste percurso podem admirar-se formações rochosas únicas, mas, devo dizer que com o calor que se fazia sentir, muitos participantes já eram transportados pelas carrinhas da autarquia.
Quando cheguei às alminhas coloquei a hipótese de continuar caminhando ou apanhar também um transporte alternativo. Decidi continuar a caminhada, mas tenho que reconhecer que foi penoso. Felizmente nunca me faltou a água.
Este percurso ascendente do Picão da Ana, depois de atravessada a Ribeira do Mosteiro na ponte das Alminhas é muito bonito. Valeu a pena fazer um esforço e percorrer a vereda recortada no horizonte onde praticamente já não se avistava ninguém. Eram duas da tarde e estava um calor abrasador.
O último quilómetro foi feito já por um caminho onde as carrinhas não paravam de passar transportando participantes. Além do calor, havia pessoas que não estavam preparadas para este género passeio. Alguns usavam calçado muito pouco adequado, outros transportavam crianças de muito tenra idade. Uma equipa de bombeiros seguia na retaguarda, não sei se foram necessários.
Cheguei ao local do almoço às 14:30. Enquanto lavei as mãos e me refiz do esforço, chegaram os restantes participantes e foi servido o almoço, não sem antes o sr. padre ter feito uma pequena oração abençoando a refeição.
Par acompanhar com paisagens tão magníficas, só podia ser servida uma refeição à altura: e foi o que aconteceu. Caldo verde, sopa de peixe, frango no churrasco, sardinhas, etc. Para sobremesa havia arroz doce, melão e outras frutas. aproveitei para beber um pouco do vinho que tinha evitado no "mata-bicho" e saborear um bom pão e também bola de azeite, bastante saborosa.
Já perto das 16 horas começaram a sair as primeiras pessoas. Aproveitei para dar um passeio pelo castro e visitar as necrópole que aí existe. Também fiquei a conhecer o Muro da Abalona. Trata-se de uma espécie de muralha natural, com 5 metros de espessura e cerca de 20 metros de altura. É impressionante o que as forças da natureza conseguem fazer!
Regressámos de autocarro ao local de início da caminhada, a 1 km depois da aldeia de Poiares.
O percurso realizado neste V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares não seguiu nenhum dos traçados marcados como Pequenas Rotas. Apesar disso pareceu-me interessante desenhá-lo no mapa, já depois de ter realizado a caminhada. Ajudou-me a perceber por onde andei.
O balanço da participação nesta passeio e muito positivo. Além do convívio com as pessoas, foi um dia de contacto com a natureza, flora e fauna espectaculares, mas, sobretudo, a geologia. Mas foi o conjunto que tornou este passeio único e inesquecível.
Percurso feito no V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 5/28/2011 04:09:00 AM
Há mais de 20 anos que passei pela Ribeira do Mosteiro pela primeira vez. Fiquei fascinado. Depois disso por lá tenho passado inúmeras vezes em passeios familiares mas também com grupos de alunos. É, sobretudo, na altura da floração da amendoeira que faço esse percurso.
Desta vez o "convite" apareceu na Internet e como encontrei mais um colega interessado em fazer o Passeio, lá estávamos no dia 21 de Maio, bastante cedo, depois de um interessante percurso pelos concelhos de Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
O "mata-bicho" estava marcada para o miradouro do Penedo Durão, um dos mais bonitos miradouros do Douro. A hora a que cheguei disseram-me disseram-me ser propícia para observação de grifos e abutres de Egito. De facto, não se fizeram esperar. Abundantes e em voos lentos mesmo junto dos penedos. A minha falta de prática neste tipo de fotografia não me permitiu grandes fotos, mas a emoção foi muita.
Ao poucos foram chagando vários autocarros de pessoas. A organização fala em 180 participantes.
Foram servidas inúmeras hipóteses para "matar o bicho". Cativou-me a uma bola de carne, ainda quentinha, e a fruta. Aproveitei para me abastecer de água, mas ela foi distribuída em vários pontos da caminhada. Não faltou o bom vinho da terra, mas, àquela hora, achei que não devia.
Aproveitei para ouvir algumas explicações sobre o movimento de placas e a formação desta escarpa quartzítica que se eleva a cerca de 500 metros de altitude. Novidade para mim foi a existência de marcas de seres vivos que habitavam a terra há cerca de 475 milhões de anos como os icnofósseis. Tudo isto só veio aumentar a minha admiração por este lugar.
A caminhada não começou exactamente no Penedo Durão, mas cerca de 5 quilómetros mais abaixo, junto à estrada para Poiares, freguesia também implicada na organização do evento (e a quem eu devo a minha participação, o que agradeço). Foram distribuídos bastões de apoio a todos os participantes e apercebi-me que iríamos ter a companhia de vários burros de raça Mirandesa e um conjunto de gaiteiro e tamborileiro para animar a caminhada. O som da gaita de foles a ecoar pelas montanhas é fantástico!
Confesso que ao longo dos primeiros 4 quilómetros me senti um pouco desiludido. Estava à espera de caminhar ao longo da escarpa sobranceira ao rio e afinal a caminhada desenvolveu-se a mais de três quilómetros de distância! Quando avistei a tenda onde iria ser servido o almoço, aí é que fiquei mesmo em baixo. Só depois percebi que a caminha não terminava ali, estava praticamente a começar.
Só depois de passar o Castro de S. Paulo, edificado na Idade do Ferro me entusiasmei com a caminhada. Neste ponto já os participantes seguiam espalhados ao longo de vários quilómetros, Confesso que fui o último a chegar ao Castro e por isso tive de recuperar algum terreno na descida da calçada.
Quando me encontrava nesse ponto é que o céu se cobriu de bonitas nuvens brancas e por isso segui o traçado zigzagueante da calçada com um olho no chão, outro no céu à procura de conjuntos perfeitos para registar.
É ao longo deste troço de calçada com cerca de 800 metros que pode ser observada a Fraga do Gato, onde muitos dizem estar gravada gravada uma lontra.
No final da calçada encontra-se a Ribeira da Brita. Os burros tiveram receio de molhar os cascos, mas os cães aproveitaram para se deitarem na água fresca. A temperatura foi-se tornando insuportável.
Ao longo de cerca de 2,5 km o caminho acompanha a Ribeira do Mosteiro. Aliada à frescura da vegetação e ao barulho da água corrente, havia ainda muito colorido de flores de várias cores. Algumas das que me chamaram à atenção foram a arruda e o fel-da-terra.
Depois de encontrada a estrada, a quatrocentos metros da estrada N221, de Barca de Alva, a a pouco mais do Rio Douro, a caminhada continuou para montante, subindo ao longo de 2 km até atingir as alminhas, ponte de referência muito conhecido. Ao longo deste percurso podem admirar-se formações rochosas únicas, mas, devo dizer que com o calor que se fazia sentir, muitos participantes já eram transportados pelas carrinhas da autarquia.
Quando cheguei às alminhas coloquei a hipótese de continuar caminhando ou apanhar também um transporte alternativo. Decidi continuar a caminhada, mas tenho que reconhecer que foi penoso. Felizmente nunca me faltou a água.
Este percurso ascendente do Picão da Ana, depois de atravessada a Ribeira do Mosteiro na ponte das Alminhas é muito bonito. Valeu a pena fazer um esforço e percorrer a vereda recortada no horizonte onde praticamente já não se avistava ninguém. Eram duas da tarde e estava um calor abrasador.
O último quilómetro foi feito já por um caminho onde as carrinhas não paravam de passar transportando participantes. Além do calor, havia pessoas que não estavam preparadas para este género passeio. Alguns usavam calçado muito pouco adequado, outros transportavam crianças de muito tenra idade. Uma equipa de bombeiros seguia na retaguarda, não sei se foram necessários.
Cheguei ao local do almoço às 14:30. Enquanto lavei as mãos e me refiz do esforço, chegaram os restantes participantes e foi servido o almoço, não sem antes o sr. padre ter feito uma pequena oração abençoando a refeição.
Par acompanhar com paisagens tão magníficas, só podia ser servida uma refeição à altura: e foi o que aconteceu. Caldo verde, sopa de peixe, frango no churrasco, sardinhas, etc. Para sobremesa havia arroz doce, melão e outras frutas. aproveitei para beber um pouco do vinho que tinha evitado no "mata-bicho" e saborear um bom pão e também bola de azeite, bastante saborosa.
Já perto das 16 horas começaram a sair as primeiras pessoas. Aproveitei para dar um passeio pelo castro e visitar as necrópole que aí existe. Também fiquei a conhecer o Muro da Abalona. Trata-se de uma espécie de muralha natural, com 5 metros de espessura e cerca de 20 metros de altura. É impressionante o que as forças da natureza conseguem fazer!
Regressámos de autocarro ao local de início da caminhada, a 1 km depois da aldeia de Poiares.
O percurso realizado neste V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares não seguiu nenhum dos traçados marcados como Pequenas Rotas. Apesar disso pareceu-me interessante desenhá-lo no mapa, já depois de ter realizado a caminhada. Ajudou-me a perceber por onde andei.
O balanço da participação nesta passeio e muito positivo. Além do convívio com as pessoas, foi um dia de contacto com a natureza, flora e fauna espectaculares, mas, sobretudo, a geologia. Mas foi o conjunto que tornou este passeio único e inesquecível.
Percurso feito no V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 5/28/2011 04:09:00 AM
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[À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta] V Passeio Pedestre pela Calçada de...
Reportagem da Localvisão do V Passeio Pedestre pela Calçada de Alpajares realizado no dia 21 de Maio de 2011.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 5/27/2011 06:33:00 PM
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sexta-feira, 27 de maio de 2011
[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Passeio Pedestre - Trilho da Foz do Tu...
Mais uma iniciativa interessante em que não vou puder estar... :(
Está no meus planos fazer toda a Rede Municipal de Percursos, só não sei quando. Até hoje só ainda fiz o Percurso de BTT por Trilhos Vinhateiros e foi muito interessante.
Ficha de Inscrição.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/27/2011 06:43:00 PM
Está no meus planos fazer toda a Rede Municipal de Percursos, só não sei quando. Até hoje só ainda fiz o Percurso de BTT por Trilhos Vinhateiros e foi muito interessante.
Ficha de Inscrição.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/27/2011 06:43:00 PM
[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] XXII Feira do Livro
Mais uma boa razão para visitar Carrazeda de Ansiães.
Eu vou fazer os possíveis por estar presente e adquirir mais alguns livros que me ajudem a Descobrir o concelho de Carrazeda de Ansiães. A publicação de de obras de autores locais, ou sobre o concelho, não é muito abundante mas, este ano, haverá a apresentação de um interessante livro de Alexandre Parafita, Património Imaterial do Douro, onde tenho também alguma participação a nível fotográfico.
Infelizmente no dia 4 de Junho não vou poder estar, mas espero visitar a feira no dia 3.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/26/2011 06:29:00 PM
Eu vou fazer os possíveis por estar presente e adquirir mais alguns livros que me ajudem a Descobrir o concelho de Carrazeda de Ansiães. A publicação de de obras de autores locais, ou sobre o concelho, não é muito abundante mas, este ano, haverá a apresentação de um interessante livro de Alexandre Parafita, Património Imaterial do Douro, onde tenho também alguma participação a nível fotográfico.
Infelizmente no dia 4 de Junho não vou poder estar, mas espero visitar a feira no dia 3.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 5/26/2011 06:29:00 PM
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quarta-feira, 25 de maio de 2011
[A Linha é Tua] A ponte
Ponte rodoviária sobre o Rio Tua que une os concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães. Ao fundo a ponte ferroviária da Linha do Douro, e o Rio Douro. A fotografia foi tirada no dia em que se realizou a iniciativa "Abraço ao Tua".
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Publicada por Xo_oX em A Linha é Tua a 5/25/2011 10:04:00 PM
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Publicada por Xo_oX em A Linha é Tua a 5/25/2011 10:04:00 PM
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Foz-Tua,
Linha do Tua
[À Descoberta de Vila Flor] Cantos da Montanha ( VI -10 )
Um dia,
talvez nos encontremos
num espaço sem caminhos.
Terá de ser longe,
onde não chegue a chuva nem o vento,
mas onde se ouça o canto de uma fonte
em que bebamos, juntos,
e nossos lábios se unam
para sempre
na música reverberante da água.
Poema do livro do Dr. João de Sá, Cantos da Montanha (Canto VI, 10).
Fotografia: no alto do monte do Facho, em Vila Flor.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Vila Flor a 5/24/2011 08:27:00 PM
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[À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta] V Passeio Pedestre pela Calçada de...
A admirar a paisagens no Penedo Durão, antes do início da caminhada.
Os primeiros passos rumo à Calçada.
Pouco antes da chegada ao Castro de S. Paulo (e início da descida da calçada de Alpajares).
No final da calçada de Alpajares há uma pequena ribeira que termina na ribeira do Mosteiro, poucos metros mais à frente.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 5/25/2011 01:14:00 AM
Os primeiros passos rumo à Calçada.
Pouco antes da chegada ao Castro de S. Paulo (e início da descida da calçada de Alpajares).
No final da calçada de Alpajares há uma pequena ribeira que termina na ribeira do Mosteiro, poucos metros mais à frente.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta a 5/25/2011 01:14:00 AM
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terça-feira, 24 de maio de 2011
[À Descoberta de Mogadouro] 29 de Maio - Caminhada à Barca / Brunhoso
No dia 29 de Maio de 2011 vai realizar-se uma caminhada em Brunhoso. A caminhada realiza-se entre a aldeia de Brunhoso e o lugar da Barca, junto ao rio Sabor, numa extensão de cerca de 6 Km. A organização é do Município de Mogadouro, através do Ginásio Municipal e conta com o apoio da Junta de Freguesia de Brunhoso.
Ficha de inscrição:
As inscrições podem ser feitas até ao dia ao dia 26 de Maio e enviadas ou entregues no Gabinete de Desporto ou no Ginásio Municipal.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Mogadouro a 5/24/2011 02:31:00 PM
Ficha de inscrição:
As inscrições podem ser feitas até ao dia ao dia 26 de Maio e enviadas ou entregues no Gabinete de Desporto ou no Ginásio Municipal.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Mogadouro a 5/24/2011 02:31:00 PM
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segunda-feira, 23 de maio de 2011
[À Descoberta de Vila Flor] Peregrinações – Capela de Nossa Senhora do Carras...
As caminhas do mês de Fevereiro tiveram um elemento extra de entusiasmo, as amendoeiras em flor. A primeira aconteceu a 12 de Fevereiro e teve como destino a capela de Nossa Senhora do Carrasco, no Nabo. Este destino, em direção a terras mais quentes da Vilariça, iria permitir encontrar as primeiras amendoeiras em flor, como de facto aconteceu.
O percurso seguido, ao contrário do habitual, é muito pouco utilizado por mim. A saída aconteceu ao fundo da vila, na Volta dos Tristes, por um caminho que segue para o Cardal, exatamente no ponto onde se desenvolvem grandes obras para a travessia do IC5. Utilizo poucas vezes este caminho mais por receio dos cães, que já me fizeram passar por alguns apertos. Como nesta caminhada éramos dois, sentia-me mais sossegado.
Depois de algum tempo de caminhada em que apenas nos despertaram a atenção as cebolas albarrãs que despontavam com grande energia, e um rebanho de ovelhas que esperava o seu pastor, chegámos à estrada nacional 215, junto à Quinta do Ramalhão.
Atravessada a estrada, o percurso continua pela encosta, numa zona que penso que se chama Godeiros (há outros Godeiros, no junto à albufeira, no Nabo). Foi nesta zona que fomos surpreendidos pelas primeiras flores de amendoeira. Primeiro alguma meia dúzia, mas, depois, algumas árvores completas, em todo o seu esplendor.
A aldeia do Nabo, sempre visível, estava já rodeada de muitas amendoeiras floridas. Entrámos na aldeia pela Rua da Mãe d'Agua. Quisemos visitar a fonte de mergulho que existe do outro lado do ribeiro, mas, havia tanto lixo no caminho, que nos vimos mal para lá chegar.
A capela de Nossa Senhora do Carrasco fica situada numa elevação. No Roteiro de Vila Flor da autoria de Cristiano Morais é dito que se trata de antiga capela de Nossa Senhora do Rosário. Do grande carrasco que parece ter existido na parede do cabido da capela, e que deu origem ao nome de Senhora do Carrasco, não há vestígios. É um lugar muito tranquilo.
A capela tem um aspeto robusto e parece recente embora seja românica. Não há nenhuma indicação da data em que foi erigida. O cabido exterior tem um bonito portão em ferro forjado que já fotografei por várias vezes. O largo em redor, espaçoso, chama-se simplesmente Largo da Capela.
O interior da capela também é muito bonito. O altar ocupa toda a parede frontal e destaca-se nele a imagem de Nossa Senhora do Carrasco com o Menino, que segura uma pomba. A capela está sempre muito bem cuidada.
Depois de restabelecidas as forças, preparámo-nos para o percurso de regresso. Fizemo-lo seguindo pela Rua do Rebentão, em direção ao Arco. Embora tenha grande declive, trata-se de uma estrada, onde a progressão é sempre mais fácil.
Chegámos ao Arco já com a hora bastante adiantada pela tarde. Com a barriga a dar horas, pareceu-nos melhor pedir para nos irem buscar, e assim aconteceu. Regressámos a Vila Flor de carro, depois de termos percorrido um pouco mais de 10 km a pé.
O reencontro com as amendoeiras em flor muito gratificante e abriu perspetivas para as semanas seguintes.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Vila Flor a 5/23/2011 11:23:00 PM
O percurso seguido, ao contrário do habitual, é muito pouco utilizado por mim. A saída aconteceu ao fundo da vila, na Volta dos Tristes, por um caminho que segue para o Cardal, exatamente no ponto onde se desenvolvem grandes obras para a travessia do IC5. Utilizo poucas vezes este caminho mais por receio dos cães, que já me fizeram passar por alguns apertos. Como nesta caminhada éramos dois, sentia-me mais sossegado.
Depois de algum tempo de caminhada em que apenas nos despertaram a atenção as cebolas albarrãs que despontavam com grande energia, e um rebanho de ovelhas que esperava o seu pastor, chegámos à estrada nacional 215, junto à Quinta do Ramalhão.
Atravessada a estrada, o percurso continua pela encosta, numa zona que penso que se chama Godeiros (há outros Godeiros, no junto à albufeira, no Nabo). Foi nesta zona que fomos surpreendidos pelas primeiras flores de amendoeira. Primeiro alguma meia dúzia, mas, depois, algumas árvores completas, em todo o seu esplendor.
A aldeia do Nabo, sempre visível, estava já rodeada de muitas amendoeiras floridas. Entrámos na aldeia pela Rua da Mãe d'Agua. Quisemos visitar a fonte de mergulho que existe do outro lado do ribeiro, mas, havia tanto lixo no caminho, que nos vimos mal para lá chegar.
A capela de Nossa Senhora do Carrasco fica situada numa elevação. No Roteiro de Vila Flor da autoria de Cristiano Morais é dito que se trata de antiga capela de Nossa Senhora do Rosário. Do grande carrasco que parece ter existido na parede do cabido da capela, e que deu origem ao nome de Senhora do Carrasco, não há vestígios. É um lugar muito tranquilo.
A capela tem um aspeto robusto e parece recente embora seja românica. Não há nenhuma indicação da data em que foi erigida. O cabido exterior tem um bonito portão em ferro forjado que já fotografei por várias vezes. O largo em redor, espaçoso, chama-se simplesmente Largo da Capela.
O interior da capela também é muito bonito. O altar ocupa toda a parede frontal e destaca-se nele a imagem de Nossa Senhora do Carrasco com o Menino, que segura uma pomba. A capela está sempre muito bem cuidada.
Depois de restabelecidas as forças, preparámo-nos para o percurso de regresso. Fizemo-lo seguindo pela Rua do Rebentão, em direção ao Arco. Embora tenha grande declive, trata-se de uma estrada, onde a progressão é sempre mais fácil.
Chegámos ao Arco já com a hora bastante adiantada pela tarde. Com a barriga a dar horas, pareceu-nos melhor pedir para nos irem buscar, e assim aconteceu. Regressámos a Vila Flor de carro, depois de termos percorrido um pouco mais de 10 km a pé.
O reencontro com as amendoeiras em flor muito gratificante e abriu perspetivas para as semanas seguintes.
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Publicada por Xo_oX em À Descoberta de Vila Flor a 5/23/2011 11:23:00 PM
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