quinta-feira, 20 de outubro de 2011

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Cada Lar um Sepulcro

É já Sol Posto no velho casario.!
- O silêncio, a dor, a ruína, o vazio!...
Onde a miséria o Sonho transformou
Num grito sepulcral que à fome soou!...
Cada lar, um sepulcro, onde a morte espera
- Fatal realidade, cruel e severa -
Da flor da sorte,
Sem Primavera,
O «nectar» da morte!...
Que a vida só é vida,
Se dá flor,
E se a flor dá pão,
E o sorriso amor!...
Sob velhas telhas, quanto ardor,
Que nasce, vive, e morre só amor!...
E o tic tac da vida
Recorda, da vida pervertida,
Testemunho cruel da realidade,
Que não ouve e não sente,
Que não crê no que se é;
E, no que se é, ela mente!...
Ó esperança, vem, vem pôr
O amor de um beijo, - sem cor, -
Num beijo suave e doce,
Como se ele toda a vida fosse!...

Linhares, Junho de 1994

Poema da autoria de Morais Fernandes, do livro Fogo e Lágrimas 2.
Fotografia: Ola, em Pinhal do Douro.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 10/20/2011 09:50:00 AM

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