terça-feira, 31 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Flor do Mês - Janeiro 2012

 Demorei algum tempo a escolher a flor para representar este mês de janeiro, prestes a findar. Por um lado o leque de escolha é bastante reduzido, depois, as fotografias nem sempre saem como o desejado e não ia mostrar uma flor triste, sem cor. Até foi bom, porque a minha escolha acabou por recair numa espécie bastante bonita e interessante.
A calêndula (Calendula arvensis) tem um colorido que não passa despercebido durante os meses de inverno. Podemos encontrá-la nas encostas da berma da estrada e em terrenos incultos mas é nos terrenos cultivados, como olivais e vinha que ela está bastante presente durante o mês de janeiro. Em todo o vale da Vilariça rivaliza com as margaças (talvez a Chamaemelum fuscatum)e algumas Brassicaceas a alegrar os campos bastante despidos de folhas e de alegria.
A calêndula tem uma parente bastante próxima que quase toda a gente conhece, a calêndula officinalis, muito frequente nos jardins e já conhecida e utilizada como planta medicinal por gregos, romanos, árabes e outras civilizações do oriente. A calêndula escolhida para representar o mês de janeiro tem as flores mais pequenas do que a espécie usada nos jardins, mas partilha com ela a maior parte das características.
É frequente em todo a península Ibérica, nos Açores e Madeira, mas também em grande parte da Europa e África. Trata-se de uma planta anual, que pode atingir mais de 25 cm de altura, com flores alaranjadas ou amareladas. De acordo com os registos da UTAD, a floração ocorre de dezembro a maio. As características botânicas são complexas e por vezes aborrecidas para quem não se interessa por esta matéria, mas há algumas características que são facilmente identificáveis por um leigo. Uma delas é a flor em capítulo, ou seja com um vasto conjunto de flores num disco central, rodeado por um conjunto de flores periféricas que identificamos como "as pétalas". Esta "flor" é sobejamente conhecida nas margaridas, mal-me-queres, girassol ou gerbera.
Os romanos chamavam-lhe solsequium, que significa seguir o sol, uma vez que a calêndula tem um comportamento semelhante ao girassol, seguindo o sol de acordo com a rotação da terra. Ao cair da noite as flores fecham e só se abrem ao nascer do dia.
Toda a planta pode ser usada para fim medicinais, desde as flores às raízes. Na sua composição entram algumas substâncias com interesse medicinal, de entre os quais a calendulina. Tem uma lista enorme de utilizações: uso interno (fervendo flores ou folhas em água ou leite - funciona como regulador do fluxo menstrual, reduz inflamações, aumenta o número de glóbulos vermelhos no sangue e ativa a circulação, servindo ainda como remédio para o estômago, intestino, ulceras gástricas ou infeções causadas por bactérias; uso externo (sob a forma de pomada) - pode ser usada contra queimaduras, contorções, eczema, hemorroides, etc.
É incrível mas não conheço nenhuma utilização desta planta, no concelho!
Em Espanha esta planta tem alguns nomes curiosos, como erva vaqueira, erva do podador, erva lava-mãos, cu-de-velha, pata-de-galo, unha-de-gato, flor dos mortos, etc. Em Portugal a lista é mais curta: Calendula; Erva-vaqueira; Malmequer-dos-campos; Vaqueira.
Quando passar pelos campos nos próximos meses e vir esta planta. é bom lembrar que está ali um espécie vegetal cheia de potencial.

As fotografias foram tiradas durante o mês de Janeiro, entre Roios e Lodões.
Outras Flores do Mês de Janeiro:


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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/31/2012 07:08:00 AM

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Arrematação de S. Sebastião (2012)

Teve lugar ontem, em Freixiel, a tradicional arrematação de S. Sebastião, que todos os anos acontece por esta altura, mais dia menos dia.  O dia de S. Sebastião foi dia 20, mas este evento, nos últimos anos, tem ocorrido mais próximo do fim do mês.
Estes peditórios, seguidos de arrematação, não são únicos no concelho, mas, em Freixiel, esta antiga tradição mantém-se viva e é significativa, em oposição a outras que se realizavam no concelho (como o peditório seguido de leilão do Menino Jesus, no Seixo de Manhoses). Em Freixiel também se realizava no dia primeiro do ano o peditório para o Menino Deus.
 S. Sebastião tem em Freixiel uma pequena capela, situada na Portela da Forca, a nascente da aldeia. Estas capelas, a nascente das vilas, foram mandadas construir por D. Manuel I (no séc. XVI) para proteger os habitantes da peste. É simples, sendo apenas de assinalar o arco gótico da porta.
A par da força que esta tradição ainda mantém, é de realçar também a existência do habito de levar a leilão algumas embalagens "surpresa" conhecidas como Segredos. Quem "pica" e acaba por comprar estas caixas, por vezes ricamente embrulhas com fitinha colorida e tudo, não faz a mínima ideia do que elas contêm, havendo mesmo a convicção que possam conter coisas pouco agradáveis, como ratos ou outros animais de pequeno porte. Por isso, o leilão dos Segredos não atinge montantes significativos, mesmo havendo uma boa quantidade deles. Os Segredos foram os primeiros produtos a ser leiloados. Todos os que vi abrir tinham um conteúdo agradável, tal como figos secos, chávenas, chocolates, rebuçados, lenguiças, etc. Registei apenas a existência de uma pedra, possivelmente para aumentar o peso da caixa!
Significativa é a quantidade e bolos que vão a leilão. Todos são acompanhados por garrafas que vão do vinho verde, ao vinho do Porto, passando pelo whisky. Por vezes o preço alcançado mal daria para pagar a garrafa da bebida, quanto mais o bolo! Mas, dada a quantidade de produtos que são arrematados, é costume conseguirem-se algumas centenas de euros que revertem para o altar de S. Sebastião.

Os produtos da terra, principalmente batatas, cebolas, azeite e figos secos, são aguardados com alguma expectativa, sendo uma oportunidade de os conseguir a preços mais vantajosos do que os praticados no comércio. Também o fumeiro marca uma boa presença, sendo, por vezes os produtos que atingem preços mais elevados. As línguas de porco eram muitas vezes oferecidas para leilão, mas este ocorria em qualquer domingo, depois da missa, não sendo um produto muito oferecido para a arrematação de S. Sebastião. Disseram-me que, nalguns domingos, havia mais de 10 línguas para arrematação, mas neste leilão apenas havia uma! Esta situação é compreensiva porque praticamente acabaram as matanças tradicionais do porco e também se alteraram os hábitos alimentares das pessoas.
Embora me queira parecer que havia menos produtos de que em anos anteriores e alguma retração na hora de "mandar", a oferta era abundante e variada e juntou no adro da igreja um bom número de pessoas. É de registar que vêm pessoas de fora, expressamente para comprarem neste leilão.
O dia esteve agradável, cheio de sol, proporcionando uma tarde muito agradável.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/30/2012 03:26:00 AM

sábado, 28 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Ao crepúsculo

No dia 29 de outubro fiz mais uma pequena caminhada nos arredores de Vila Flor.
Comprei uma pequena máquina fotográfica, Sony, que pesa apenas 100g e que desejava experimentar "no terreno". Não é nada de especial, apenas uma pequena compacta mais pequena que um maço de cigarros. A Panasonic que tenho usado nas caminhadas ainda dá conta do recado, mas um gesto irrefletido deixou alguns riscos na objetiva. É muitas fotografias esse defeito é visível.
Já era bastante tarde, por isso escolhi um percurso muito pequeno que basicamente vai de Vila Flor ao Barracão, sobre ao alto do Facho, partindo da zona industrial e volta a Vila Flor pela rua do Carriço. Apesar do percurso ser curto, mais de metade foi feito já com noite cerrada.
Os momentos mais interessantes aconteceram quase à saída da vila, Há um medronheiro junto das vinhas, que na altura tinha alguns frutos maduros. A luz doce do por do sol proporcionou algumas fotografias interessantes. Foi um bom momento para por a máquina fotográfica à prova (e para ter as primeiras desilusões). Quando se procura algo muito económico (pouco mais de 100€) não se pode esperar ter tudo o que se precisa no ato de fotografar. As primeiras dificuldades começaram com a focagem, porque a máquina não têm nenhum programa para macrofotografia. Por mais que tentasse focava sempre a paisagem de fundo e nunca os frutos maduros. Com alguma insistência, consegui enganar o sistema. A máquina não permite nenhum controlo manual sobre a exposição, essencial a quem gosta de ser criativo e personalizar o resultado. Assim, nada mais é possível do que tirar partido do que a máquina está programada para fazer, usando alguns truques para tentar dar-lhes a volta.
O momento foi entusiasmante e o sol acabou por se esconder, ainda eu não tinha chegado ao Barracão! O melhor era voltar para trás, pela estrada, mas um aventureiro seguiria para a serra em plena noite e foi o que eu fiz.
O caminho que segui é-me bastante familiar, por isso o risco era diminuto. De todas as formas, causa alguns calafrios, andar num lugar tão agreste sem qualquer iluminação. Imaginei um encontro com javalis, porque passei numa zona onde vão todas as noites, mas, felizmente não vi nenhum. Não me ia sentir muito à vontade.
Experimentei algumas fotografias com flash. Nada feito. A luz apenas deve ter servido par enviar algum sinal à distância, desde o alto da serra. Desisti de apreciar a paisagem e tentei regressar o mais rapidamente possível a casa.
Percurso: 6,15 km
Diferenças de Altitudes 176 Metros(Altitude desde 569 Metros para 745 Metros)
Subida acumulada 181 Metros
Descida acumulada 181 Metros


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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/28/2012 07:24:00 AM

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] O Outono em Besteiros

Esta fotografia, e muitas outras no mesmo género, captei-as teias em Besteiros, numa das minhas deslocações À Descoberta de Seixo de Ansiães.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 1/27/2012 10:54:00 AM

[À Descoberta de Vila Flor] Capela de Sto António (Ribeirinha)

Pormenor da sineira da capela de Santo António, na Ribeirinha.
Fotografias da capela: interior - interior - exterior - exterior.
Tudo sobre a Ribeirinha.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/27/2012 07:04:00 AM

[A Linha é Tua] Três trabalhadores morreram nas obras da barragem do Tua





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Publicada por Anibal G. em A Linha é Tua a 1/27/2012 12:30:00 AM

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

[A Linha é Tua] O que diz a comunicação social - Jan2012

 Outras notícias

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Publicada por Anibal G. em A Linha é Tua a 1/26/2012 11:30:00 PM

[A Linha é Tua] Acidente na barragem do Tua faz três mortos


Três trabalhadores morreram esta quinta-feira soterrados, na sequência de um acidente ocorrido nas obras da barragem da Foz do Tua.

Na origem do acidente terá estado um aluimento de terras no local onde decorriam as obras, que terá levado à queda de uma máquina.

O número de vítimas mortais foi entretanto confirmado à Sic Notícias pelo vice-presidente da câmara de Alijó, Adérito Figueira.

O mesmo responsável não adiantou as razões que motivaram o acidente, por serem ainda escassas as informações, mas disse que não deverão existir mais vítimas a lamentar entre os trabalhadores.

Notícia atualizada às 15.10 horas
Fonte: A Bola.pt

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Publicada por Anibal G. em A Linha é Tua a 1/26/2012 11:00:00 PM

[À Descoberta de Vila Flor] Caprichos da natureza

Rochedo, perto da aldeia do Vieiro, fotografado na caminhada realizada à Ribeirinha em Outubro de 2011.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/26/2012 07:30:00 AM

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Contrastes

Pormenor numa casa em Codeçais.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 1/26/2012 10:40:00 AM

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

[A Linha é Tua] Tragédia de Ribadelago em exposição em Foz Côa

A exposição "Ribadelago, a morte de uma aldeia" estará patente de 22 de Janeiro a 19 de Fevereiro, em Vila Nova de Foz Côa.

Ribadelago, aldeia da comarca de Sanábria (vizinha do concelho de Bragança), fundada na Alta Idade Média próximo do belo lago glaciar, desapareceu do mapa numa madrugada do mês de Janeiro de 1959, arrastada por uma tromba de água proveniente do rebentamento do paredão da barragem hidroeléctrica de Vega de Tera, inaugurada cerca de 3 anos antes.

Na tragédia, pereceram 144 dos seus 549 habitantes - dos quais somente se recuperaram 28 cadáveres -, 60% das casas foram arrasadas e morreram 1.500 animais.

Foi a aldeia reconstruida, num outro local, a que o ditador Franco chamou "Ribadelago de Franco", hoje "Ribadelago Nuevo".


Esta exposição pretende homenagear as vítimas dessa tragédia e contribuir para não deixar cair no esquecimento, a dívida que o povo de Espanha tem para com estes sanabreses, nossos vizinhos raianos e irmãos no infortúnio, num momento em que o Douro Transmontano é alvo da soberba humana na questão do PNBEPH.

Autor: Asociación Hijos de Ribadelago
Local: Sala de Exposições
Organização: Fozcôactiva, E.E.M

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Publicada por Anibal G. em A Linha é Tua a 1/24/2012 11:00:00 AM

[À Descoberta de Vila Flor] Peregrinações - Capela de São Gregório (Valbom)

No mês de Outubro aconteceu mais uma longa caminhada, que teve como destino a aldeia de Valbom, num dos pontos do concelho mais afastados de Vila Flor, no sopé da serra de Bornes. Tratou-se de um verdadeiro desafio. Este trajeto já tinha sido tentado uma vez, mas não foi concluído, terminando a viagem em Benlhevai, por falta de tempo.
A partida aconteceu bem cedo, e valeu a pena. Quando o sol surgiu lá para os lados do Felgar (Torre de Moncorvo) o céu cobrou-se de um rosa muito invulgar. Nunca tinha visto o céu com semelhante tonalidade.
A avenida andava em obras e o IC5 ainda não tinha sido concluída. Decidimos ir pela estrada até Roios, com a intenção de variarmos o percurso, mas também o de observarmos as obras de mais perto.
As obras da estrada podem ser vistas de várias maneiras; com admiração pela obra realizada; com expectativa com o hipotético desenvolvimento que vão trazer ou pela destruição que causam e o seu impacto na natureza. A caminho de Roios impressionou-me mais a destruição.
A passagem por Roios, Vale Frechoso e Benlhevai foi o mais rápida possível. Todos os caminhos já foram anteriormente percorridos noutras "Peregrinações". O tempo estava ameno e havia pessoas a trabalharem nos campos. Estávamos na altura das castanhas, mas a o ano não foi benéfico e as poucas que havia eram de muito má qualidade. Há castanheiros espalhados por quase todas as aldeias das zonas mais frias do concelho, mas creio que deve ser ao longo desta linha que seguimos que há mais, principalmente em Roios e Benlhevai.
Já há algumas pessoas que estão habituadas à nossa passagem. Quando as encontramos não podemos evitar alguns momentos de conversa, mas sempre a olhar para o relógio, para não se desperdiçar muito tempo.
Depois de passarmos sobre o IP2 (entre Benlhevai e Trindade) entrámos num percurso realmente novo. Os últimos quilómetros até Valbom nunca foram percorridos a pé e foi mesmo uma novidade fazê-los. A paisagem para o vale da Vilariça é sempre digna de se admirar. Neste pouco, quase no início do vale, avista-se a barragem da Burga e a freguesia de Vilares da Vilariça, já pertencente a Alfândega da Fé.
Valbom é uma aldeia bastante pequena pertencente à freguesia da Trindade. Já a visitei várias vezes anteriormente, mas tem a desvantagem de estar num extremo e por isso não é local de passagem para outras caminhadas.
Já chegámos a Valbom ao início da tarde. Mesmo com a preocupação de não perder tempo, a distância é muita, e o percurso não é propriamente plano.
Conseguimos que alguém nos mostrasse a pequena capela de S. Gregório. Apesar de pequena está muito bem arranjada e é bastante bonita. O último restauro aconteceu em 2008. A simplicidade das linhas da capela são compensadas pela beleza do seu interior e pelas imagens interessantes que apresenta. Todas as imagens estão restauradas. A mais curiosa, e já falei dela em visitas anteriores é a de Nossa Senhora do Parto.
No passado existia grande devoção a esta Nossa Senhora, por parte das grávidas em final de gestação e por parte dos familiares das mesmas. Faziam-se promessas para que no momento do parto tudo corresse bem e, pouco tempo depois do nascimento a promessa tinha que ser paga. Por vezes eram os familiares que se dirigiam à pequena capela para pagamento da promessa. Com a diminuição dos partos e também com a sua realização em unidades hospitalares este ritual foi-se perdendo.
Curioso é também o facto de existir na sacristia uma imagem de Santa Filomena. A iconografia não deixa lugar para dúvidas; tem uma âncora, uma palma e algumas flechas. Esta imagem não está restaurada, como as restantes e ocupa um lugar afastado do centro de culto. Tal facto pode dever-se às dúvidas que se levantaram há mais de cem anos sobre a sua santidade. Tendo vivido supostamente no séc. III, só no séc. XVIII é que a igreja lhe começou a prestar culto, em Itália. Apesar de o culto a Santa Filomena se ter difundido ao longo de muitos anos, a sua santidade, e mesmo a sua existência, são questionadas.
Terminada a visita à capela, pouco mais havia a fazer. Enquanto esperámos pelo transporte para casa ainda fizemos uma visita à fonte de Almoinha, que é um local interessante da aldeia, quer e pela fonte em si, quer pelo espaço circundante. É um local muito agradável, principalmente no verão.
Percurso:
Dintância: 18,37 km
Diferenças de Altitudes: 301 Metros (Altitude desde 380 Metros para 681 Metros )
Subida acumulada: 522 Metros
Descida acumulada: 698 Metros

A capela de São Gregório foi Freguesia Mistério 22, em 2008.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/24/2012 07:08:00 AM

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

[A Linha é Tua] Assembleia da República - petição que defende a reabertura à circulação da Linha do Tua


Caros Amigos do Tua,

Para informação e participação, no dia 26 de Janeiro de 2012, subirá ao plenário da Assembleia da República uma petição que defende a reabertura à circulação da Linha do Tua, levada a cabo pelo Movimento de Cidadãos em Defesa da Linha do Tua (MCDLT). Todos os cidadãos podem assistir à discussão em plenário, na AR.

Lembro que este movimento teve origem numa das aldeias do Vale do Tua, em Codeçais, em 2009. Desde então, mais um conjunto de iniciativas foram encetadas, com uma dinâmica e emoção próprias de gente que move montanhas! Esta petição reuniu mais de 4000 assinaturas, o número mínimo necessário para ser levada a plenário, e foi conseguida à custa de muito esforço, percorrendo feiras, comboios, hospitais, escolas, etc...Onde houvesse gente que pudesse defender a Linha e o Vale do Tua, a Graciela, o Armando ou a Paula, entre outros, lá estavam para recolher mais um apoio!

De salientar também o esforço e atenção dada a esta petição pelo relator da mesma na AR, o deputado do PCP, Dr. Bruno Dias. Durante este processo, fez questão de ouvir todos os intervenientes do processo e reuniu localmente com cidadãos e várias entidades.

Um grande muito obrigada a todos os envolvidos nesta petição e nas muitas outras acções em defesa da linha do Tua.

No próximo dia 26 de Janeiro, lá estaremos nas galerias da Assembleia da Republica, escutando com atenção o que os deputados dos vários partidos politicos dirão sobre o Tua. Mais uma vez, lá estaremos.


Tenho que confessar que estou particularmente curiosa com o comportamento dos novos e ilustres deputados, representantes dos distritos de Bragança e Vila Real...
Será que no momento da discussão vão ausentar-se do plenário como outros o fizeram? Ou será que vão assumir uma posição publica em defesa dos interesses do património transmontano e duriense, como outros, na mesma situação, não o fizeram?

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/01/18/debate-quinzenal-com-primeiro-ministro-a-3-de-fevereiro-intervencaoinicial-sera-do-pcp


Agradecemos a presença de todos na Assembleia da Republica, em apoio a esta iniciativa e em defesa do Vale e da Linha do Tua.

Com os melhores cumprimentos,
Célia Quintas

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Publicada por Anibal G. em A Linha é Tua a 1/23/2012 12:49:00 PM

[À Descoberta de Vila Flor] e de repente é noite (IV)

Por onde caminhamos é o dia.
Na cabeça, a fala das coisas,
sem sabermos dos fios que a ligam
à sonolência da alma.
Rasga-se um postigo no infinito, e, de lá, a paz da tarde
contempla-nos no dócil ensombro
do esquecimento das avencas
no fundo da mina.
Adestramo-nos no manual das nuvens,
para uma hipótese de salvação.
E molda-se-nos à concha das mãos
tudo o que transbordou da corola das horas
por excesso de luz ou de sentido.

Poemas de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Vila Flor (21-01-2012)

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/23/2012 07:54:00 AM

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Perdidos

Esta fotografia foi tirada no sábado passado, perto de Benlhevai, no decurso de uma caminhada que nos levou a Santa Comba da Vilariça. Chamei-lhe perdidos porque as caminhas pelo meio do nevoeiro têm sido bastante conturbadas, havendo momento de pura desorientação. Mas, neste caso, valeu a pena. O cenário de alguns dos locais por onde passámos valeu o esforço.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/20/2012 08:23:00 AM

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Freguesia Mistério n.55

A Freguesia Mistério n.º 54 aconteceu durante o mês de dezembro. O enigma estava representado pela imagem parcial de uma aldeia, questionando de que freguesia se tratava. Acredito que não seja tarefa fácil identificar os locais com uma simples fotografia, ainda por cima em tamanho minúsculo. Além de que as possibilidades de fotografar uma aldeia são infindáveis. A aldeia representada era Freixiel.
A localização geográfica de Freixiel, rodeada por montanhas de altitude considerável, fazem com que seja possível ver a aldeia dos mais diversos ângulos, qual deles o mais bonito. Mas esta possibilidade não ocorre só ao longe, havendo "miradouros" perto da aldeia, ou mesmo dentro dela. São o caso do promontório onde se eleva a Forca e o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. A fotografia em questão foi tirada ainda de mais perto, perto da igreja matriz, junto ao Lar Santa Maria Madalena. As casas que se vêm pertencem à Rua Queimada que se prolonga em direção ao vale da Cabreira. Formação rochosa sempre atenta e dominante é o Pé-de-cabrito, já em território de Ansiães, mas que se destaca no perfil do horizonte.
Responderam à pergunta 10 pessoas. Os seus palpites ficaram distribuídos desta forma:
Assares (1) 10%
Freixiel (4) 40%
Roios (1) 10%
Sampaio (1) 10%
Valtorno (1) 10%
Vilas Boas (2) 20%
Embora a tendência tenha seguido na direção certa, não ultrapassou os 40%! Há que continuar a estar atento ao blogue, para ir conhecendo aos poucos os povoados que integram o concelho de Vila Flor.
O desafio que se segue, em janeiro de 2012, representa mais uma aldeia. Desta vez não é sede de freguesia. É uma vista que muitos dos habitantes do concelho já viram, falta saber é se estavam atentos o suficiente para se lembrarem dela.
A freguesia pertence a aldeia mostrada na fotografia?
Participem, indicando o vosso palpite, até ao fim do mês de janeiro, na margem direita do blogue.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/18/2012 08:08:00 AM

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Miranda do Douro] Ifanes (01)

É hora de dar de beber às ovelhas.
Ifanes, Miranda do Douro.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Miranda do Douro a 1/17/2012 03:00:00 PM

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Amedo (04)



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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 1/17/2012 11:34:00 AM

[À Descoberta de Vila Flor] A caminho do Facho

Numa das caminhadas de janeiro, após deixar o nevoeiro que pairava sobre a vila, admirei os raios de sol que penetravam por entre os pinheiros e sobreiros da encosta. No alto do Facho, próximo de Vila Flor, o sol era intenso, mas o ar estava frio.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/17/2012 07:19:00 AM

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Carrazeda de Ansiães] Pereiros (4)

Vista parcial da torre sineira da igreja matriz de Pereiros. O frontispício desta igreja é muito bonito, um dos mais bonitos do concelho. A torre sineira é lateral, com quatro sinos. Esta visão não é muito frequente, uma vez que a fotografia foi tirada de uma rua secundária, quase das traseiras da igreja.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Carrazeda de Ansiães a 1/11/2012 11:07:00 AM

[À Descoberta de Vila Flor] Vira da azeitona


A azeitona cai no tolde varejada
Vai encher o galeão
Ela é preta redondinha
Dá saltinhos pelo chão

Vai de roda vai de roda
Cada qual com o seu amor
Não há vira mais bonito
Que o vira de Vila Flor

Haja azeite com fartura
Nós pedimos ao Senhor
Para nunca ser esquecido
O azeite de Vila Flor

Vai de roda vai de roda
Cada qual com o seu amor
Não há vira mais bonito
Que o vira de Vila Flor

Nesta feira de sabores
Mantém-se a tradição
Mostrando os bons produtos
Desta nossa região

Vai de roda vai de roda
Cada qual com o seu amor
Não há vira mais bonito
Que o vira de Vila Flor

Esta canção é cantada e dançada pelo Grupo de Danças e Cantares de Vila Flor (esta versão foi adaptada para ser cantada na TerraFlor, feira de Produtos e Sabores).
A fotografias  foi tirada em Samões.

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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/11/2012 07:45:00 AM

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

[À Descoberta de Vila Flor] Peregrinações - Capela de S. Luís (Folgares)

No dia 15 de outubro o desafio foi uma caminhada entre Vila Flor e Folgares, em mais uma Peregrinação, tendo como destino a capela de S. Luís, na pequena aldeia de Folgares. Este trajeto já tinha sido feito numa caminhada que realizei em novembro de 2008, quase na mesma altura do ano. Nessa altura fiquei entusiasmado com alguns trilhos que encontrei, escavados na rocha granítica. Voltar ao vale da Cabreira à procura dos mesmos trilhos foi quase como procurar uma agulha num palheiro, mas valia a pena tentar.
As dificuldades deste trajeto são várias. Uma, bastante preocupante ter a ver com os cães dos pastores, que, certamente, estariam a guardar as cortes existentes entre Samões e Freixiel. Outra dificuldade é encontrar o caminho certo no vale da Cabreira. É uma zona agreste como poucas no concelho e sem todos os caminhos têm seguimento. A terceira dificuldade é o traçado da encosta do vale com uma inclinação tão acentuada que causa dores só de pensar em subi-la. Para piorar as coisas, a maior dificuldade está no final do percurso, quando o cansaço já é muito. Estas dificuldades não são motivo para desânimo, antes pelo contrário. As dificuldades foram um incentivo a começar a caminhada bastante cedo, ainda o sol não tinha surgido no horizonte.
O dia estava quente e a progressão foi rápida. Depois de termos deixado Samões para trás, o trajeto até Freixiel já foi percorrido muitas vezes, não havendo dificuldades de orientação. Os cães pastores lá estavam, onde eram esperados, mas pareciam meios adormecidos àquela hora do dia. Felizmente para nós...
Em Freixiel ainda tivemos tempo para subir à Forca, visitar a igreja matriz, a fonte romana e o Pelourinho. Casa um destes elementos seria motivo para se gastar algum tempo na sua admiração, mas não havia tempo a perder.
Mesmo não sendo o trajeto mais lógico, subimos ao santuário de Nossa Senhora do Rosário. Este foi o destino da nossa Peregrinação de 17 de outubro de 2010, mas também é um ótimo miradouro para a aldeia e um bom ponto de partida para entrar no vale. No recinto ainda havia lixo. Terminada a festa de verão parece que ninguém se preocupa em limpar o que ficou do fogo da artifício, mas, este espetáculo não é agradável.
Apanhado o caminho em direção ao coração do vale surpreenderam-nos na beira do caminho algumas inscrições nas pedras do muro. Não foi a primeira vez que por ali passei, mas nunca tinha reparado nessas inscrições. São várias pedras gravadas, onde se vê claramente várias cruzes e o ano de 1891. Serão marcas do local do falecimento de alguém? É possível.
O caminho seguido não era muito íngreme. O mais incomodativo era o pó, de alguns centímetros de espessura, mais parecendo farinha! Mesmo sem subir muito, o cansaço não demorou em chegar. Encontrámos uma pessoas que regressava a casa e que nos deu algumas orientações sobre o percurso a seguir. Afastámo-nos do percurso que tinha feito em 2008 e começámos a ter algumas dúvidas se estávamos a caminhar na direção certa. A subida começou a tornar-se mais difícil obrigando a paragens frequentes. O coração parecia querer saltar pela boca e começámos a racionar a água disponível. Por várias vezes hesitámos e mudámos de direção. Sabíamos que Folgares é no alto da encosta e só havia uma direção possível, a que subia.
Pelo caminho fomos encontrado uma série de rochas curiosas. Aliás o vale da Cabreira está repleto de obras de arte naturais juntamente uma grande quantidade de fornos de secar figos.
Nunca saímos do caminho. Em locais como este não se pode andar ao acaso. E foi na berma do caminho, quase sem querer que me pareceu ver o começo de um dos tais trilhos que tanto queria encontrar. De um dos lados do caminho o trilho descia em direção ao vale, do outro subia pela encosta, contornando as rochas, em direção, supostamente, a Folgares. O entusiasmo foi muito e decidimos seguir o trilho. Escavado no granito por séculos de rudes botas e pelas ferraduras dos cascos dos animais, serpentava encosta acima, apresentando nalguns pontos mais de 20 cm de profundidade!
Subindo o trilho encontrámos um idoso. Regressava no seu lento passo à aldeia e fizemos-lhe companhia.
A hora já ia adiantada e não havia tempo sequer para um curto passeio pela aldeia. Enquanto procurávamos por alguém que nos facultasse a entrada na pequena capela de S. Luís, encontrámos uma senhora a fazer pão.
Falámos com 4 ou 5 pessoas, a quem colocámos algumas perguntas sobre a capela e as lendas a ela ligadas. A capela fica no centro da aldeia. Os documentos dizem que outrora foi capela de S. Gens, pelo menos até ao séc. XIX. Cristiano Morais na sua monografia sobre a Freixiel publicada em 1995, refere-se a esta capela em diversos pontos. Em 1744 a capela estava num estado deplorável, não sendo possível aí celebrar. Foram indicados dois moradores para que no prazo de dois meses a mandassem caiar e rebocar e procedessem às necessárias obras para aí poderem ser administrados os sacramentos. Já a quando da visita do comendador Frei Dom José Telles, em 1766, tinha um "retábulo dourado cuja pintura e douradura se acham renovados". As imagens destacadas eram a de S. Gens, padroeiro, e a de Santa Bárbara. A mudança para a devoção de S. Luís deve ter ocorrido nos finais do séc. XIX ou inícios do Séc. XX.
Na mesma obra ficamos a conhecer a lenda da Cerejeira de S. Gens. Junto da capela havia uma cerejeira que tinha dois ramos a caírem sobre a capela. Produzia frutos em junho à exceção dos dois ramos, que apresentavam frutos maduros exatamente dia 25 de Agosto, no dia de S. Gens! Quem comesse as cerejas dos ditos ramos antes dessa data era atormentado por fortes maleitas, mas quem as comesse depois ficava curado de qualquer mal que padecesse.
 As pessoas da aldeia conhecem vagamente esta crença, narrada em "Memórias de Ansiães", mas não têm memória de nenhuma cerejeira. No adro da pequena capela não vi nenhuma árvore de fruto, mas havia junto da porta um tomateiro que ostentava dois enormes tomates!
A capela foi recentemente restaurada. O interior está impecável, em todos os aspetos e o exterior tem as pedras de granito lavadas, depois de estarem durante anos caiadas de branco.
Depois da visita à capela restabelecemos as forças junto à fonte, próxima dali. Regressámos a Vila Flor de carro, pela estreita estrada que liga a sede de freguesia, Freixiel, a esta antiga quinta, Folgares.
 Foi uma caminhada memorável, mas, percorrer o vale da Cabreira no sentido contrário ao da ribeira com o mesmo nome, talvez subir ao Pé-de-cabrito é um desafio que ainda ficará para outra altura.
Diferenças de Altitudes

Percurso:16,12 km
Diferenças de Altitudes: 398 Meter (Altitude desde 331 Meter para 729 Meter)
Subida acumulada: 546 Meter
Descida acumulada: 410 Meter


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Publicada por Anibal G. em À Descoberta de Vila Flor a 1/10/2012 07:44:00 AM