sábado, 25 de junho de 2011

[À Descoberta de Vila Flor] Festa de S. João no Mourão

No dia 23 de Junho realizaram-se no Mourão as tradicionais festas de S. João. Este ano coincidiram com um dia feriado, o que me permitiu acompanhar de perto estas festividades.
Cheguei à aldeia a meio da tarde e a paz era tanta que eu pensei ter-me enganado na data. O palco montado na Largo de São Ciriaco desfez as minhas dúvidas. Depois de um largo passeio pela aldeia apercebi-me que as actividades estavam a decorrer no campo de futebol.
Nesse local decorreu uma animada disputa dos jogos da malha e do cepo, de que acompanhei a parte final. Estes jogos têm os seus adeptos habituais, que jogam como poucos e têm gosto em jogar. Estou habituado a vê-los, por exemplo na Festa das Maias, em Folgares. Em jogo estavam prémios como presuntos e cabritos, que já esperavam pelos vencedores dentro da casa dos milagres.
No largo preparavam-se tudo para um grande arraial. O porco no espeto começava a espalhar o seu aroma pelas redondezas. Preparavam-se as mesas e partia-se o pão. Mais tarde assaram-se as as sardinhas e barriga de porco.
Ao início da noite foi erguido o enorme mastro, um pinheiro com cerca de 10 metros de altura. Depois de revestido por palha, elevou-se às alturas com a força dos braços dos homens, já habituados a esta prática antiga.
Pouco depois das oito da noite, já com os prémios dos torneios entregues, iniciou-se o jantar. Parecia que a população de Mourão tinha triplicado! Na verdade havia pessoas de todo o concelho e até pessoas do concelho de Carrazeda de Ansiães!
O grupo musica, penso que se chamava "Terceira Geração", tocava música popular, nem sempre com grande afinação. É um grupo de jovens, irreverentes, que por vezes levaram o apimentado das músicas a excessos, mas poucos deviam estar com atenção às letras. A maior parte das pessoas dançava animadamente porque a noite estava muito fria, e, ou se aquecia o corpo com uns copos de vinho, ou com danças animadas ao som da concertina.
 Já depois da meia noite foi pegado fogo ao vareiro. Estava vento e as chamas devoraram rapidamente a palha. Mal o pote de barro preso nas alturas caiu ao chão e se desfez em mil pedaços, também a multidão debandou, restituindo à aldeia a sua habitual pacatez.
A queima do vareiro é uma prática levada a cabo em muitas localidades de Portugal, mas na maior parte delas faz-se por altura do Carnaval (embora se faça também nos Santos Populares). Tentei falar com algumas pessoas e saber mais pormenores sobre a tradição mas, não encontrei grande receptividade. A organização desconhecia a existência deste blogue e tive alguma dificuldade em justificar a minha presença e o porquê de tantas fotografias.
Foi uma boa oportunidade para Descobrir mais do Mourão, mas acredito que as pessoas são mais recetivas e abertas do que o que senti. Voltarei, logo que haja outra oportunidade.

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Publicada por Aníbal G. em À Descoberta de Vila Flor a 6/25/2011 12:16:00 PM

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